Por Fernando Brito, em seu blog:
Não há jeito, porque estamos hoje apontando os doentes e os mortos de ontem ou de anteontem, dada a falta de testes em quantidade e confiabilidade necessários para sabermos o tamanho do problema.
A falta de comando harmônico entre o governo federal e os governos estaduais – inicialmente mais rígidos na política de isolamento social – confundiu a população e está levando a um afrouxamento, por toda a parte, das restrições de circulação justo no momento em que a disseminação descontrolada – e que jamais foi devidamente controlada – da doença viral.
O presidente da República – de novo, hoje, mandando as pessoas apara a rua e sugerindo que reclamem dos governadores pelas medidas restritivas – foi o elemento chave para que a sociedade se desmobilizasse da autoquarentena e aumentasse seu grau de exposição, o que cobrará seu preço nos próximos dias.
Só com que nos acena é com uma cura milagrosa que não ocorreu em parte alguma do planeta.
Em linguagem futebolística, perdemos no primeiro tempo por um placar dilatado, muito maior do que seria necessário se tivéssemos um técnico capaz do que dizia o lendário Neném Prancha: “arrecua os arfe pra evitar a catastre”.
Retroceder, compactar, se juntar num comportamento defensivo que bloqueasse a força do adversário.
Mas, em poucos dias estaremos diante do placar aterrador.
Que vai se expressar em conhecidos, em amigo e até em parentes. Talvez, num desfile de corpos .
Perdoem-me pela metáfora que, em outra situação, poderia ser de mau gosto, pois é de vidas e não de um jogo que se trata.
Mas é nossa única esperança ante a um morticínio de grandes proporções.
É o horror e só o horror, agora, pode nos salvar, pois faltou-nos a razão e o Estado para fazerem-no antes.
Recordem-se: a primeira lei de um ser humano, como a de qualquer animal da Terra, é preservar-se, é sobreviver.
Isso é mais forte que qualquer charlatanismo, que qualquer fanatismo, que qualquer ilusão imbecil de que nada nos ocorrerá porque é “só uma gripezinha”, o de que “pulamos no esgoto e não nos acontece nada” ou que os “de menos de 40 anos” devemos ir para o banho viral das ruas cheias.
A medicina foi, como antes foi a Justiça, transformada num ambiente onde a convicção supera a razão e a comprovação.
Teremos de buscar na dor as forças que nos permitam enfrentar a morte.
Que seja, vamos buscá-las, ainda que entrincheirados em nossas quarentenas.
A verdade, ainda que a ela com mil mentiras cubram, é a realidade. E ela vai aparecer, terrível, diante de cada um.
Para ser enfrentada por cada um de nós.
Não há jeito, porque estamos hoje apontando os doentes e os mortos de ontem ou de anteontem, dada a falta de testes em quantidade e confiabilidade necessários para sabermos o tamanho do problema.
A falta de comando harmônico entre o governo federal e os governos estaduais – inicialmente mais rígidos na política de isolamento social – confundiu a população e está levando a um afrouxamento, por toda a parte, das restrições de circulação justo no momento em que a disseminação descontrolada – e que jamais foi devidamente controlada – da doença viral.
O presidente da República – de novo, hoje, mandando as pessoas apara a rua e sugerindo que reclamem dos governadores pelas medidas restritivas – foi o elemento chave para que a sociedade se desmobilizasse da autoquarentena e aumentasse seu grau de exposição, o que cobrará seu preço nos próximos dias.
Só com que nos acena é com uma cura milagrosa que não ocorreu em parte alguma do planeta.
Em linguagem futebolística, perdemos no primeiro tempo por um placar dilatado, muito maior do que seria necessário se tivéssemos um técnico capaz do que dizia o lendário Neném Prancha: “arrecua os arfe pra evitar a catastre”.
Retroceder, compactar, se juntar num comportamento defensivo que bloqueasse a força do adversário.
Mas, em poucos dias estaremos diante do placar aterrador.
Que vai se expressar em conhecidos, em amigo e até em parentes. Talvez, num desfile de corpos .
Perdoem-me pela metáfora que, em outra situação, poderia ser de mau gosto, pois é de vidas e não de um jogo que se trata.
Mas é nossa única esperança ante a um morticínio de grandes proporções.
É o horror e só o horror, agora, pode nos salvar, pois faltou-nos a razão e o Estado para fazerem-no antes.
Recordem-se: a primeira lei de um ser humano, como a de qualquer animal da Terra, é preservar-se, é sobreviver.
Isso é mais forte que qualquer charlatanismo, que qualquer fanatismo, que qualquer ilusão imbecil de que nada nos ocorrerá porque é “só uma gripezinha”, o de que “pulamos no esgoto e não nos acontece nada” ou que os “de menos de 40 anos” devemos ir para o banho viral das ruas cheias.
A medicina foi, como antes foi a Justiça, transformada num ambiente onde a convicção supera a razão e a comprovação.
Teremos de buscar na dor as forças que nos permitam enfrentar a morte.
Que seja, vamos buscá-las, ainda que entrincheirados em nossas quarentenas.
A verdade, ainda que a ela com mil mentiras cubram, é a realidade. E ela vai aparecer, terrível, diante de cada um.
Para ser enfrentada por cada um de nós.
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