Por Tereza Cruvinel, no site Brasil-247:
Neste momento, estamos vivendo o efeito-Bolsonaro. Sua irresponsabilidade e mau exemplo estão dando resultados. Desrespeitando diariamente as recomendações de isolamento social, falando contra elas e contra quem as recomenda, cumprimentando apoiadores com a mão que esfregou o nariz e receitando o uso indiscriminado da cloroquina para incentivar a displicência, ele produziu o imprudente relaxamento da quarentena. Desde seu pronunciamento de quarta-feira a circulação e aglomeração de pessoas aumentou perigosamente. O Brasil pagará um alto custo-Bolsonaro, com milhares de mortes por Covid-19.
Há cinco dias o Datafolha informou que 28% dos brasileiros não faziam isolamento social. Mas como a pesquisa foi feita entre 1 e 3 de abril, os dados retratam o quadro de há oito dias atrás. De lá para cá, e sobretudo depois do pronunciamento que Bolsonaro fez na última quarta-feira, as emissoras de televisão têm mostrado o arriscado aumento da circulação de pessoas nas grandes cidades. Nos programas ao vivo da TV 247 internautas das mais diferentes e distantes cidades escrevem relatando a insanidade. No início, ainda assustadas pelo vírus, ouvindo recomendações da OMS, de autoridades sanitárias e do ministro da Saúde, o recolhimento foi bem maior. Mas Bolsonaro conseguiu também desautorizar o ministro Mandetta, falando o oposto e ameaçando a toda hora demiti-lo.
Se há oito dias tínhamos 28% de pessoas fora do isolamento social, agora devemos ter mais de 50%. O bolsonarismo, felizmente, já encolheu, não tem o apoio de metade da população. Mas continua vivo, não nos iludamos. Basta ver que segundo a mesma pesquisa, 33% dos entrevistados aprovam a conduta de Bolsonaro na pandemia. São eles, portanto, os maiores puxadores do cordão da insanidade. Mas todos pagarão, porque o vírus não respeita cor, classe ou ideologia. Tem matado mais negros, pelo fato de que estes são mais pobres, têm menores condições de se proteger. Teremos uma mortandade de grandes proporções, ninguém se iluda. A marca dos mil mortos agora vai se multiplicar rapidamente.
Os bolsonaristas puxam o cordão. Quando batemos panela aqui na minha quadra, em Brasília (sim, não sou isentona em relação a quem não merece tratamento isento, eu também bato), logo que o alarido metálico cessa outros começam a gritaria do “mito”. E em algum apartamento põem o hino nacional para tocar bem alto. E no dia seguinte devem tocar a vida normalmente.
Evidentemente existem outros fatores além do efeito-Bolsonaro: para alguns, a necessidade de ganhar dinheiro; para outros a ignorância, o ceticismo diante da inédita capacidade de propagação deste vírus. Mas Bolsonaro insufla. Agora não chama a Covid-19 de gripezinha mas continua dizendo, com palavras e gestos, que isso não é nada. E que quem se contaminar será curado pela cloroquina. Velhos sim, poderão morrer, mas “cada família que cuide de seus idosos”. Quando chegar a hora, que os enterrem.
A morte não será seletiva. Todos pagaremos. Por estar atuando a favor da morte é que Bolsonaro merece o nome de genocida.
E para genocida, a pena deve ser alta. Num mundo normal, ele teria que ser afastado logo do cargo, ser preso e calado em nome da preservação da vida. Mas muito antes do vírus, já não vivíamos em tempos normais, e sim no tempo da aberração. Elegê-lo foi o maior sintoma de que uma grave enfermidade moral tomara conta do Brasil.
Há cinco dias o Datafolha informou que 28% dos brasileiros não faziam isolamento social. Mas como a pesquisa foi feita entre 1 e 3 de abril, os dados retratam o quadro de há oito dias atrás. De lá para cá, e sobretudo depois do pronunciamento que Bolsonaro fez na última quarta-feira, as emissoras de televisão têm mostrado o arriscado aumento da circulação de pessoas nas grandes cidades. Nos programas ao vivo da TV 247 internautas das mais diferentes e distantes cidades escrevem relatando a insanidade. No início, ainda assustadas pelo vírus, ouvindo recomendações da OMS, de autoridades sanitárias e do ministro da Saúde, o recolhimento foi bem maior. Mas Bolsonaro conseguiu também desautorizar o ministro Mandetta, falando o oposto e ameaçando a toda hora demiti-lo.
Se há oito dias tínhamos 28% de pessoas fora do isolamento social, agora devemos ter mais de 50%. O bolsonarismo, felizmente, já encolheu, não tem o apoio de metade da população. Mas continua vivo, não nos iludamos. Basta ver que segundo a mesma pesquisa, 33% dos entrevistados aprovam a conduta de Bolsonaro na pandemia. São eles, portanto, os maiores puxadores do cordão da insanidade. Mas todos pagarão, porque o vírus não respeita cor, classe ou ideologia. Tem matado mais negros, pelo fato de que estes são mais pobres, têm menores condições de se proteger. Teremos uma mortandade de grandes proporções, ninguém se iluda. A marca dos mil mortos agora vai se multiplicar rapidamente.
Os bolsonaristas puxam o cordão. Quando batemos panela aqui na minha quadra, em Brasília (sim, não sou isentona em relação a quem não merece tratamento isento, eu também bato), logo que o alarido metálico cessa outros começam a gritaria do “mito”. E em algum apartamento põem o hino nacional para tocar bem alto. E no dia seguinte devem tocar a vida normalmente.
Evidentemente existem outros fatores além do efeito-Bolsonaro: para alguns, a necessidade de ganhar dinheiro; para outros a ignorância, o ceticismo diante da inédita capacidade de propagação deste vírus. Mas Bolsonaro insufla. Agora não chama a Covid-19 de gripezinha mas continua dizendo, com palavras e gestos, que isso não é nada. E que quem se contaminar será curado pela cloroquina. Velhos sim, poderão morrer, mas “cada família que cuide de seus idosos”. Quando chegar a hora, que os enterrem.
A morte não será seletiva. Todos pagaremos. Por estar atuando a favor da morte é que Bolsonaro merece o nome de genocida.
E para genocida, a pena deve ser alta. Num mundo normal, ele teria que ser afastado logo do cargo, ser preso e calado em nome da preservação da vida. Mas muito antes do vírus, já não vivíamos em tempos normais, e sim no tempo da aberração. Elegê-lo foi o maior sintoma de que uma grave enfermidade moral tomara conta do Brasil.
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