Por Altamiro Borges
Esta provocação do “capetão” novamente não foi
destaque nas emissoras de TV – que são concessões públicas exploradas pela iniciativa
privada. Um dia antes, outro passeio macabro de Bolsonaro pelas ruas de Brasília também foi ofuscado pela mídia. O colunista de mídia Mauricio Stycer apontou no UOL que “só dois
telejornais registram que Bolsonaro foi vaiado... Os principais telejornais de três das seis maiores redes
simplesmente ignoraram o fato. ‘Jornal da Record’, ‘Jornal da Band’ e ‘RedeTV!
News’ não encontraram espaço para falar do assunto”.
Jornal da Record e JN da Globo
Nesta sexta-feira (10), dia em que o número de mortes por
coronavírus superou a triste marca de mil – o país atingiu 1.056 óbitos –, o
"capetão" voltou a estimular o fim do isolamento social ao passear por
Brasília. Jair Bolsonaro cumprimentou alguns seguidores mais fanáticos, mas
também ouviu panelaços, vaias e gritos de “assassino”. Talvez o insano presidente
não tenha mais como sair nas ruas nas próximas semanas fúnebres.
Muita gente inclusive vai lembrar do vídeo – meio nojento, catarrento – que viralizou nas redes sociais com imagens desse tétrico passeio por
Brasília. Ele mostra Jair Bolsonaro, aparentemente resfriado, coçando seu nariz
e, pouco depois, cumprimentado uma senhora idosa e dois homens. De forma
totalmente irresponsável, contrária a todas as orientações do Ministério da
Saúde, ele não demonstra qualquer preocupação com a propagação do vírus mortal.
Ainda segundo o seu levantamento, o Jornal da Record –
emissora que pertence ao “bispo” Edir Macedo, um dos principais aliados do “capetão”
– “não apenas omitiu o passeio como deu a entender que o presidente está
respeitando as recomendações da OMS”. Já no telejornal do SBT (já apelidado de Sistema
Bolsonarista de Televisão), pertencente ao mercenário Silvio Santos, a menção foi
de apenas 12 segundos e “sem críticas”.
Mauricio Stycer observa que até o JN da TV Globo, o de maior
audiência do país, foi cuidadoso ao tratar do criminoso passeio presidencial. “O
Jornal Nacional evitou mostrar imagens da visita à padaria, mas William Bonner
leu uma nota em tom crítico, de 26 segundos”. O âncora fustigou: “Entre
cumprimentos com abraços e apertos de mão de alguns – e também ao som de vaias
e de algumas panelas – ele voltou a contrariar as recomendações da OMS,
acolhidas por países de todos os continentes’”.
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