Editorial do site Vermelho:
Os efeitos da devastadora crise econômica que assola o mundo, com consequências ainda mais graves no Brasil sob o governo Bolsonaro, constitui uma das discussões mais inflamadas que o mundo terá de travar e superar no futuro próximo. A complexidade começa por sua definição geográfica. Os países pobres e em desenvolvimento, penalizados pelas relações comerciais e financeiras desiguais, tendem a pagar um preço mais elevado.
Na divisão de atribuições moldadas pela arquitetura neoliberal, o emprego de capital, trabalho e insumos ficou submetido a um papel bem delimitado: os ricos entram com a tecnologia transformadora e os pobres com as matérias-primas. Já o fluxo financeiro drena recursos orçamentários da periferia para o centro do sistema por meio de dívidas públicas monstruosas criadas por uma cruel escalada de juros escorchantes.
No Brasil, essa realidade se revela numa fotografia nítida. Depois de um breve período de luta para enfrentar os efeitos da crise global que eclodiu em 2007-2208, o sistema produtivo estancou. O Produto Interno Bruto (PIB) praticamente não saiu do lugar e o desemprego explodiu. Com a restauração da ordem neoliberal, o problema se agravou.
A chegada de Bolsonaro à presidência da República trazendo o homem da Escola de Chicago (a catedral do neoliberalismo), Paulo Guedes, pelo braço – um fanático pregador do ultraliberalismo e do neocoloniaismo -, a economia do país descarrilou de vez. O mantra do “ajuste fiscal” como panaceia passou a ecoar diuturnamente. O resultado acaba de aparecer nos dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostrando que o Brasil entrou em recessão no primeiro trimestre do ano.
A estridência oca de Paulo Guedes sobre o “ajuste fiscal” também já se revelou um fiasco. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a dívida bruta do governo geral fechará 2020 em 93,7% do PIB, ante os 75,8% do fechamento de 2019. A causa é a recessão, que retrai a arrecadação, embora o Ipea contabilize também despesas associadas ao enfrentamento da pandemia de Covid-19.
Para enfrentar esse cenário, o papel do Estado teria de ser redefinido. O país precisa de políticas que priorizem investimentos públicos como mola propulsora de investimentos privados, além de projetos sociais condizentes com a realidade de grave crise sanitária decorrente do coronavíorus. Mas o que o governo tem feito – e diz pretender continuar fazendo – é o corte drástico no custeio e investimento, o que inviabiliza o funcionamento da máquina pública e a continuidade de diversas políticas sociais.
O objetivo é manter intocada a máquina que gira o cassino financeiro, a engrenagem que garante a renda dos ricos em detrimento das demandas dos pobres. Com essa orientação bolsonarista, não há a menor probabilidade de uma economia voltada para as urgências nacionais. Com o agravante de que o cenário mundial também é sombrio.
Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), haverá uma recessão mais profunda em 2020 e uma recuperação mais lenta em 2021. A produção global deverá diminuir em 4,9% este ano, 1,9 ponto percentual abaixo da previsão de abril, seguida por uma recuperação parcial, com crescimento de 5,4% em 2021. Para a economista-chefe do FMI, Gita Gopinath, a dívida pública global deve atingir, neste ano, o nível mais alto da história em relação ao PIB. Como se vê, para o modelo econômico de Paulo Guedes esse é o pior dos mundos.
Os efeitos da devastadora crise econômica que assola o mundo, com consequências ainda mais graves no Brasil sob o governo Bolsonaro, constitui uma das discussões mais inflamadas que o mundo terá de travar e superar no futuro próximo. A complexidade começa por sua definição geográfica. Os países pobres e em desenvolvimento, penalizados pelas relações comerciais e financeiras desiguais, tendem a pagar um preço mais elevado.
Na divisão de atribuições moldadas pela arquitetura neoliberal, o emprego de capital, trabalho e insumos ficou submetido a um papel bem delimitado: os ricos entram com a tecnologia transformadora e os pobres com as matérias-primas. Já o fluxo financeiro drena recursos orçamentários da periferia para o centro do sistema por meio de dívidas públicas monstruosas criadas por uma cruel escalada de juros escorchantes.
No Brasil, essa realidade se revela numa fotografia nítida. Depois de um breve período de luta para enfrentar os efeitos da crise global que eclodiu em 2007-2208, o sistema produtivo estancou. O Produto Interno Bruto (PIB) praticamente não saiu do lugar e o desemprego explodiu. Com a restauração da ordem neoliberal, o problema se agravou.
A chegada de Bolsonaro à presidência da República trazendo o homem da Escola de Chicago (a catedral do neoliberalismo), Paulo Guedes, pelo braço – um fanático pregador do ultraliberalismo e do neocoloniaismo -, a economia do país descarrilou de vez. O mantra do “ajuste fiscal” como panaceia passou a ecoar diuturnamente. O resultado acaba de aparecer nos dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostrando que o Brasil entrou em recessão no primeiro trimestre do ano.
A estridência oca de Paulo Guedes sobre o “ajuste fiscal” também já se revelou um fiasco. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a dívida bruta do governo geral fechará 2020 em 93,7% do PIB, ante os 75,8% do fechamento de 2019. A causa é a recessão, que retrai a arrecadação, embora o Ipea contabilize também despesas associadas ao enfrentamento da pandemia de Covid-19.
Para enfrentar esse cenário, o papel do Estado teria de ser redefinido. O país precisa de políticas que priorizem investimentos públicos como mola propulsora de investimentos privados, além de projetos sociais condizentes com a realidade de grave crise sanitária decorrente do coronavíorus. Mas o que o governo tem feito – e diz pretender continuar fazendo – é o corte drástico no custeio e investimento, o que inviabiliza o funcionamento da máquina pública e a continuidade de diversas políticas sociais.
O objetivo é manter intocada a máquina que gira o cassino financeiro, a engrenagem que garante a renda dos ricos em detrimento das demandas dos pobres. Com essa orientação bolsonarista, não há a menor probabilidade de uma economia voltada para as urgências nacionais. Com o agravante de que o cenário mundial também é sombrio.
Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), haverá uma recessão mais profunda em 2020 e uma recuperação mais lenta em 2021. A produção global deverá diminuir em 4,9% este ano, 1,9 ponto percentual abaixo da previsão de abril, seguida por uma recuperação parcial, com crescimento de 5,4% em 2021. Para a economista-chefe do FMI, Gita Gopinath, a dívida pública global deve atingir, neste ano, o nível mais alto da história em relação ao PIB. Como se vê, para o modelo econômico de Paulo Guedes esse é o pior dos mundos.
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