O silêncio mal-humorado de Jair Bolsonaro diante da vitória eleitoral de Joe Biden nos Estados Unidos não apenas aumenta o tamanho da derrota que ele próprio sofre com o resultado das urnas norte-americanas como serve de medida para as dificuldades que o brasileiro enfrentará com a perda não só do seu “grande irmão do Norte” como, também, da ideia de ‘mito invencível’ que seu paradigma “gringo” ostentava.
Não adianta que integrantes do seu governo digam que nada muda nas nossas relações com os Estados Unidos.
A atitude de Bolsonaro só confirma que ele será, por todas as razões, um dos alvos políticos do novo comando da Casa Branca, porque isolá-lo é o caminho mais fácil para, diante da Europa e da própria América Latina, afirmar uma postura de afirmar sua convicções pró-democracia e sobre temas ambientais.
Bolsonaro, afinal, é – e faz questão de ser – um pobre clone projetado de Trump por estas bandas.
O próprio resultado e as declarações que se seguiram à vitória de Biden, todas afirmando que é preciso superar os ódios, a discriminação, a transformação de adversários em inimigos são, afinal, a derrota do discurso que triunfou aqui nos últimos anos.
E significou, também, uma atitude de superação das partições “identitárias” como fator essencial da política: afinal, formou-se uma quase unanimidade entre estes grupos de que a oposição ao fascismo e a estupidez é um passo que antecede e engloba suas lutas setoriais, por mais que elas tenham, claro, uma natureza universal.
O quanto isso vai representar depende, claro, dos dias turbulentos que ainda se irão viver nos EUA, com recursos e contestações judiciais e políticas que o resultado das urnas enfrentará, mas parece evidente que não há neles força para levar adiante uma cisão do país.
Não haveria dúvidas de que o governo Bolsonaro estaria, a esta altura, inviabilizado se não fosse uma diferença, marcante, do que se passa por lá e o que acontece aqui: a cumplicidade das Forças Armadas com o presidente e não com a prevalência do poder civil.
Os generais que partidarizaram as nossas Forças Armadas terão de ser por elas esvaziados politicamente.
Do contrário, serão também levadas de roldão no despenhadeiro político que este governo tem à frente.
O quanto isso vai representar depende, claro, dos dias turbulentos que ainda se irão viver nos EUA, com recursos e contestações judiciais e políticas que o resultado das urnas enfrentará, mas parece evidente que não há neles força para levar adiante uma cisão do país.
Não haveria dúvidas de que o governo Bolsonaro estaria, a esta altura, inviabilizado se não fosse uma diferença, marcante, do que se passa por lá e o que acontece aqui: a cumplicidade das Forças Armadas com o presidente e não com a prevalência do poder civil.
Os generais que partidarizaram as nossas Forças Armadas terão de ser por elas esvaziados politicamente.
Do contrário, serão também levadas de roldão no despenhadeiro político que este governo tem à frente.
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