quinta-feira, 19 de novembro de 2020

“Pastor” Feliciano fuzila o general Mourão

Por Altamiro Borges


O general Hamilton Mourão, que é todo metido a valentão e idolatra o torturador Brilhante Ustra, já respondeu ao deputado Marco Feliciano (Republicanos-SP)? Um dia antes da eleição, o "pastor" afirmou que o vice-presidente é um "conspirador", "oportunista" e "quer tomar o lugar" de Bolsonaro.

A nova rusga no laranjal se deu porque o milico havia afirmado que a vitória de Joe Biden "é cada vez mais irreversível" – contrariando outra vez o presidente trumpista e amalucado. Foi o suficiente para Marco Feliciano, o puxa-saco cogitado para ser vice de Bolsonaro em 2022, sair bajulando o chefinho:

"Oportunista" que "quer tomar o lugar" de Bolsonaro

Em seu Twitter, ele esbravejou: "O general Mourão nos envergonha. Conspirador, desde o 1º dia de governo tenta minar autoridade de Bolsonaro fazendo declarações à imprensa desdizendo o presidente. Oportunista, sempre que vê o presidente com flanco aberto, ataca sem piedade. Quer tomar o lugar do chefe".

O puxa-saco ainda esbravejou: "Quando eu protocolei pedido de impeachment do general Mourão poucos entenderam. Passados quase 2 anos e muitas traições depois, vejo o quão eu certo estava. Se um homem não consegue ser leal, não precisa ser mais nada. Sigo fechado com meu líder e amigo Bolsonaro".

O "pastor" Marco Feliciano tem certa influência no laranjal. Filiou-se ao Republicanos, o partido controlado pela "bispo" Edir Macedo da Iurd – que também adotou os filhotes 01 e 02 do presidente. E é cotado para ser candidato a vice-presidente de Bolsonaro em 2022. O general vai reagir ou vai se acovardar novamente?

Elogios ao torturador e ação internacional

Por falar no agora silencioso e subserviente Hamilton Mourão, a bancada do PSOL na Câmara Federal incluiu o nome do general em uma ação, acatada em maio passado, que denunciou o governo Jair Bolsonaro à Corte Interamericana de Direitos Humanos por torturas e assassinatos na histórica Guerrilha do Araguaia.

O milico foi incluído na ação após entrevista à agência alemã Deutsche Welle (DW) em que afirmou que o coronel torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra foi “um homem que respeitava os direitos humanos de seus subordinados”. Para a bancada do PSOL, a declaração de Hamilton Mourão insultou “a memória das vítimas” da ditadura militar. O documento que adicionou o nome do general acovardado à denúncia também foi assinado pelo Instituto Vladimir Herzog e pelo Núcleo Memória.

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