Editorial do site Vermelho:
É sintomático que os acontecimentos em Cuba ocupem tanto espaço na mídia, com chamadas hiperbólicas e diagnósticos carregados de propaganda ideológica. Os parâmetros para a análise realista da situação daquele país, no entanto, passam ao largo dessas artificialidades. A começar pela constatação de que, apesar das imensas dificuldades, a Revolução Cubana tem resistido com altivez.
A continuação da ofensiva contra Cuba se dá na forma de guerra híbrida, a tentativa de criar um ambiente favorável a uma suposta ajuda humanitária que poderia até mesmo justificar uma ação militar. É importante destacar os feitos de Cuba na saúde, na educação, na ciência e os esforços para ajustar a experiência de construção de uma sociedade justa, solidária e desenvolvida aos novos desafios.
Outro exemplo é a vacina cubana, mais uma conquista importante da galeria de avanços da ciência em benefício da humanidade. Isso no contexto de um bloqueio genocida, recentemente mais uma vez derrotado na Organização das Nações Unidas (ONU), agora pela 29ª vez. É uma derrota que representa, a rigor, a vitória do direito à autodeterminação dos povos e da soberania nacional.
Manifestar solidariedade à Cuba, portanto, é um dever dos que pensam pela lógica do direito internacional fundado na democracia e nos valores da civilização. A alternativa a esses parâmetros é a barbárie, as guerras e os genocídios. Esse esquadro pode ser visto pelo comportamento do governo dos Estados Unidos – e de seus seguidores, inclusive no Brasil – quando os mesmos problemas alegados sobre Cuba não são considerados em relação a outros países caribenhos, como El Salvador, Honduras, Guatemala e Haiti.
A verdade é que mais uma vez há uma investida da dominação geopolítica comandada pelo governo dos Estados Unidos em um ponto nevrálgico da resistência ao seu domínio. Em um país com as características de Cuba, com suas imensas carências de recursos naturais e bloqueado por uma potência militar, econômica e ideológica, as dificuldades são sempre uma seara em que a semente da discórdia é lançada. E não foram poucas as vezes em que isso ocorreu.
Impõe-se a necessidade das forças progressistas e todos que prezam a soberania dos povos de reforçar e ampliar as manifestações, que já estão ocorrendo, de solidariedade ao povo cubano. Como ressaltou o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, referindo-se diretamente ao bloqueio, essa é a causa das dificuldades da Ilha, que precisa ser enfrentado com a força de todos os democratas.
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