Por Altamiro Borges
Parece que o "apóstolo" Valdemiro Santiago, dono da Igreja Mundial do Poder de Deus e cupincha de Jair Bolsonaro, está escondendo algo dos seus fiéis seguidores. O jornalista Rogério Gentile revelou nesta quarta-feira (4) no site UOL que ele teria recebido “uma cifra milionária” da seita religiosa, segundo um processo que corre na Justiça.
O colunista reproduz uma afirmação publicada pelo juiz Mário Roberto Negreiros Velloso. “Há fortes indícios de que a igreja esteja transferindo seu patrimônio a Valdemiro’, declarou o magistrado, destacando que a Mundial, fundada pelo líder religioso em 1998, pagou mais de R$ 1,2 milhão a ele no último ano, mais de R$ 100 mil por mês”.
A grave suspeita foi postada no “Diário da Justiça Eletrônico” em 30 de julho e foi feita com base em um processo no qual “J.F.”, proprietária de um imóvel em São Vicente, no litoral paulista, cobra uma dívida em aluguéis não pagos entre junho de 2018 e julho de 2021. “No local funciona um templo da Mundial. A dívida seria de mais de R$ 500 mil (incluindo juros, correção monetária, multas e impostos não pagos, além de honorários advocatícios)”, acrescenta o jornalista.
Mais de 30 ações de cobrança contra a Mundial
De acordo com o texto do juiz, “chama atenção o fato de a igreja despender, com apenas uma única pessoa [Valdemiro], quantia de altíssima monta, enquanto suas contas bancárias encontram-se desprovidas de quaisquer ativos financeiros para satisfação do débito”. No artigo, o magistrado considera que o “apóstolo” deve ser cobrado pela dívida da igreja.
“Uma das maiores igrejas evangélicas do país, a Mundial passa por uma grave crise econômica, que foi agravada pela pandemia do coronavírus. A coluna localizou mais de 30 ações de cobrança contra a igreja no Judiciário paulista”, afirma Rogério Gentile, que conclui a reportagem com a seguinte atualização:
“Três dias após as afirmações do juiz no processo, a Igreja Mundial entrou em acordo com a proprietária do imóvel, comprometendo-se a pagar toda a dívida, de modo parcelado, até o final do ano. O acordo foi homologado pela Justiça e o processo, suspenso. A Mundial afirmou no processo que o apóstolo não podia ser alvo da cobrança, pois não faz parte do estatuto social da igreja, tampouco assinou o contrato de locação”.
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