Por Fernando Brito, em seu blog:
Partindo de informações de Lauro Jardim, em O Globo, de que Jair Bolsonaro proibiu seus ministros de “anunciar medidas impopulares até 7 de setembro”, o Poder360 confirma que o anúncio oficial do aumento das contas de energia será deixado para depois do Dia da Independência para não desmotivar suas falanges.
O nome, em português claro, seria estelionato, se isso enganasse alguém.
Mas todo mundo já sabe e o que Bolsonaro consegue é fazer o papel do que, no meu tempo, seria o do “malandro-agulha”, expressão das antigas para o cara que quer ser “esperto” mas não engana ninguém, para ficar numa “tradução” publicável.
O “presidente das redes” vai ignorar que, a esta altura, o mais humilde supermercado do interior está remarcando preços de gelados e congelados para fazer frende ao aumento da tarifa elétrica?
Os antecedentes da variação de preços ao consumidor, os registrados juntos aos produtores já disparou faz tempo: o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 1,29% em agosto, segundo a Fundação Getúlio Vargas. O IBGE diz que os preços da indústria subiram 1,94% em julho, frente a junho, e o acumulado no ano atingiu 21,39%, o maior para aquele mês na série histórica e que, em sete meses, já supera o acumulado em todo o ano de 2020, quando foi de 19,38%.
É obvio que, mesmo com a retração da demanda, grandes indústrias e redes de comercialização não vão ficar esperando os bolsonaristas fazerem “arminha” para aumentarem os preços.
É o mesmo com este tão propalado documento da Federação dos Bancos pedindo harmonia entre os poderes, que está motivando o debate em torno da saída do Banco do Brasil e da Caixa da Febraban. Resuma toso o textão que eles vierem a publicar em “aumentem os juros”. A situação – para eles, é claro – não está permitindo esperar por 45 dias as reuniões do Copom que aumentem os juros em 0,75%, menos que a inflação de um mês, sem que se tomem providências para conter o surto inflacionário.
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