Padre Marcelo Fernandes de Aquino, reitor da Unisinos |
Numa atitude altiva e exemplar, o reitor da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos-RS), padre Marcelo Fernandes de Aquino, rejeitou a condecoração com a insígnia do grau de Cavaleiro da Ordem de Rio Branco, oferecida pelo governo federal a personalidades por “serviços ou méritos excepcionais prestados ao país”.
Em carta enviada ao Itamaraty na segunda-feira (29), ele reconheceu a importância da insígnia, mas explicou o motivo da sua rejeição. “Declino receber a condecoração em virtude da atual incapacidade do governo federal de dar rumo correto às políticas públicas para as áreas de educação, saúde, meio ambiente, ciência e tecnologia”.
A recusa evidencia o nível de indignação do meio acadêmico e científico com o antro fascista. No início de novembro, 21 renomados brasileiros rejeitaram receber a medalha da Ordem Nacional do Mérito Científico, concedida pelo presidente por meio de decreto. Em carta aberta, eles criticaram a conduta genocida do “capetão” diante da pandemia da Covid-19.
Pesquisadores da Capes anunciam renúncia coletiva
Em meados de novembro, 35 técnicos e coordenadores do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) pediram demissão dos seus cargos por discordarem do assédio moral, da censura e das interferências indevidas na elaboração do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem).
Já nesta semana, 52 pesquisadores vinculados à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior (Capes) anunciaram renúncia coletiva de suas funções na diretoria de avaliação do órgão. Segundo matéria publicada no Estadão nesta segunda-feira (29), “esses cientistas afirmam que não têm conseguido trabalhar seguindo padrões acadêmicos”.
Ainda de acordo com a reportagem, os pesquisadores “também dizem que a Capes não tem atuado para defender a avaliação dos programas de pós-graduação, suspensa em setembro pela Justiça, e que há uma ‘corrida desenfreada’ para abertura de novos cursos de pós a distância”.
A Capes é uma agência de fomento à pesquisa ligada ao Ministério da Educação (MEC) – que hoje é chefiado pelo pastor incompetente e obscurantista Milton Ribeiro. Ela tem como missão avaliar os cursos de pós-graduação no país e divulgar informações científicas. Desde abril, o órgão é presidido pela reitora do Centro Universitário de Bauru, Claudia Mansani.
Em um dos documentos com críticas à gestão, os pesquisadores da área de Matemática afirmam que “gostaríamos de poder trabalhar com previsibilidade, respeito aos melhores padrões acadêmicos, atenção às especificidades das áreas e, principalmente, um mínimo respaldo da agência. Tais condições não têm se verificado nos últimos meses".
Já o ofício de renúncia enviado pelos pesquisadores da Física crítica a “corrida desenfreada para que se cumpra um calendário de ajuste dos documentos de APCN (Análise de Propostas de Cursos Novos) para EaD [ensino a distância] a um formulário que, com o argumento de atender a portarias recentes, não contempla as particularidades de todas as áreas”.
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