Arte: Fernand Léger |
Os brasileiros não podem, não devem e não querem continuar vivendo os “tempos interessantes” da historieta chinesa com seu cortejo de atropelos, alarmes e golpismos.
Para o movimento sindical torna-se imperioso passar aos assuntos correntes, às tarefas práticas de enfrentamento dos problemas reais.
Tome-se como exemplo a tenebrosa crise anunciada da Americanas. É preciso defender, no emaranhado de maus procedimentos e de irresponsabilidades confessadas, o direito dos trabalhadores – sejam comerciários, outras categorias ou terceirizados – que não podem pagar o pato da crise.
Inúmeras iniciativas vêm sendo tomadas, desde ações jurídicas de acautelamento e prevenção de danos, à sensibilização do governo para a gravidade da situação. Um ato unitário e solidário do conjunto das direções sindicais a ser realizado no Rio de Janeiro na sexta-feira pretende demonstrar à sociedade, ao governo e à empresa o empenho efetivo dos dirigentes em defender o emprego e os direitos dos trabalhadores. Este ato sintetizará o protagonismo do movimento sindical e precederá inúmeros outros em lojas de diversos estados.
No quadro das relações institucionais do movimento sindical, depois de normalizadas as relações com o governo e do apoio ao STF agredido pelos vândalos, é preciso que se fortaleçam as relações com o Legislativo, com os presidentes reeleitos da Câmara e do Senado e as novas bancadas e comissões.
Os resultados das negociações coletivas no mês de dezembro de 2022 (apurados pelo Dieese e pelo Salariômetro) já mostram uma nova disposição e uma nova realidade: contrariando a série que cristalizava perdas salariais, os acordos e convenções que superam a inflação ou a compensam ultrapassam os 80% dos casos. Novos tempos interessantes, em versão brasileira.
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