Charge: Bira Dantas |
O senador Marcos do Val, o bolsonarista aloprado que se fantasia de agente da Swat, está com dificuldade até para encontrar uma legenda de aluguel. Nos últimos dias, ele anunciou sua saída do Podemos e seu ingresso no PSDB. Mas parece que o troca-troca partidário não vai dar certo. Segundo postagem do site Metrópoles, a alta cúpula do partido decidiu impedir o pouso no ninho tucano do fascista que planejou grampear Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), como parte do plano para desfechar um golpe no país.
“Marcos do Val chegou a assinar, nesta quinta-feira (21), documento de entrada na sigla junto ao líder do PSDB no Senado, Izalci Lucas (DF). Porém, a Executiva Nacional desautorizou o líder do partido na Casa”, relata o site. Em nota, a direção do partido informou que “foi surpreendida com notícia referente a pedido de filiação do senador Marcos do Val e comunica que, caso venha a ocorrer, encaminhará seu indeferimento”. O bravateiro bolsonarista, que já chegou a dizer que renunciaria ao seu mandato, está novamente pendurado na brocha.
Flerte com o fundo do poço
Em artigo irônico no site UOL, Leonardo Sakamoto alfineta que o PSDB “flertou com o fundo do poço ao quase filiar Marcos do Val”. Após lembrar que a sigla já vive uma grave crise, ele explica que “a cúpula tucana correu para afirmar que vetará a transferência do senador do Podemos para tentar preservar a imagem do partido. A propaganda negativa não compensaria a manutenção do gabinete de liderança no Senado – são necessárias três almas e, neste momento, só há duas, os senadores Izalci Lucas (DF) e Plínio Valério (AM). Neste ano, aliás, o partido já perdeu Mara Gabrilli (SP) para o PSD e Alessandro Vieira (SE) para o MDB”.
“Para um partido com mais de um milhão de filiados, que governou o país entre 1995 e 2002, disputou a hegemonia com o PT nas eleições de 1994, 1998, 2002, 2006, 2010, 2014 e 2018 e chegou a ter 23 senadores no período entre 1999 e 2003, pensar em filiar Do Val para garantir um cafofo é uma situação melancólica... No ano passado, pela primeira vez desde a sua fundação, em 1988, os tucanos não tiveram candidato próprio à Presidência”, registra o jornalista. Essa grave crise, porém, não justificaria a adesão do traste bolsonarista.
O senador é investigado pela Polícia Federal por envolvimento em conspirações golpistas. Em depoimento à Polícia Federal, em 2 de fevereiro, ele disse que o “capetão” Jair Bolsonaro lhe pediu um plano para tumultuar as eleições. “Em 15 de junho, a PF bateu à porta dos endereços e do gabinete de Marcos do Val para busca e apreensão”. O objetivo era esclarecer o episódio, que permanece nebuloso. “Era isso que a cúpula do PSDB quis evitar. O partido já tem seus próprios BOs para resolver”, ironiza Leonardo Sakamoto.
0 comentários:
Postar um comentário