sexta-feira, 1 de setembro de 2023

O que farão os vândalos bolsonaristas no 7/9?

Foto: Marcello Casal Jr./Abr

Por Altamiro Borges


As milícias bolsonaristas estão atordoadas com o aumento das denúncias contra o “mito” – que pode ser preso em breve. Mas é bom ficar atento aos seus movimentos. Forjados no ódio e nas fake news, estes terroristas já demonstraram o que podem fazer no 8 de janeiro, quando vandalizaram Brasília. Nesse sentido, o ministro da Justiça acerta ao propor “providências preventivas” diante dos boatos sobre atos fascistas no Dia da Independência.

"Providências preventivas necessárias"

Em ofício encaminhado ao governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, e ao secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, Flávio Dino anexou dez vídeos “que tratam de supostas manifestações articuladas e previstas para ocorrer no dia 7 de setembro de 2023”. No documento, o ministro informou que encaminhou as imagens para “avaliação e adoção das providências preventivas necessárias”.

Oficializada, a governadora em exercício do DF, Celina Leão, já criou um Gabinete de Mobilização Institucional para elaborar e executar um plano de segurança para o feriado. Segundo informa o site Metrópoles, “o grupo com foco na data foi criado após o ministro Flávio Dino enviar ao Governo do Distrito Federal (GDF) um alerta sobre convocações para atos de manifestação na data. Celina Leão afirmou que o governador Ibaneis Rocha – em viagem aos EUA – determinou a criação do grupo para garantir a segurança no Dia da Independência”.

A governadora também encaminhou ofício ao secretário executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli – que foi o interventor no Distrito Federal após a ação golpista de janeiro –, pedindo apoio da Força Nacional. “Estamos em estado de atenção. Qualquer situação precisa e requer atenção, mas não de preocupação, mas, sim, prevenção. Todas as medidas serão tomadas. Mandei um ofício sugerindo que a Força Nacional fique aqui no Distrito Federal. É para fazer com que as famílias possam aproveitar o 7 de Setembro”, explicou Celina Leão.

Militares consideram baixo o risco de tumulto

Na semana passada, segundo matéria da Folha, o Exército já havia alertado para o perigo de atos bolsonaristas. “A avaliação da inteligência dos militares é que apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) têm se dividido entre dois grupos: um que apoia a ida ao desfile, em Brasília, para vaiar Lula e as Forças Armadas, e outro que considera mais adequado esvaziar o evento, como um recado de que o petista não tem apoio popular como tinha o antecessor... O risco de tumulto, de acordo com a análise de momento, é considerado baixo”.

Mas ele não está descartado. O monitoramento nas redes digitais mostra que os fanáticos estão na ativa. Em uma das mensagens, um aloprado convoca: “Neste 7 de setembro, os verdadeiros patriotas devem ir usando roupas pretas (luto) e na hora do desfile da tropa, virarem as costas. Se não isso, que não fosse ninguém pra eles sentirem a vergonha do desprezo por terem sido traidores da pátria”. O teor da mensagem é similar ao do influenciador fascista Leandro Ruschel: “Uma ideia para o 7 de setembro: todo mundo na rua, de preto”.

Segundo fontes oficiais, o público esperado na Esplanada dos Ministérios é de 30 mil pessoas. “O governo Lula pretende mudar o perfil do desfile cívico-militar de 7 de setembro. A data foi utilizada por Jair Bolsonaro para atacar ministros do Supremo Tribunal Federal em 2021 e como comício em 2022. Generais ouvidos pela Folha reclamaram que o desfile do último ano, em que foi comemorado o Bicentenário, tenha sido marcado pelos gritos de ‘imbrochável’ do ex-presidente e apoiadores. O evento deste ano não terá espaço para discursos”.

"Baqueado", Bolsonaro abandona seguidores

Convocado para vários depoimentos na Polícia Federal e temendo ser preso, o “capetão” teria desaconselhado seus milicianos a promoverem atos. Segundo notinha de Mônica Bergamo na Folha, “Bolsonaro, 'baqueado', desiste de convocar manifestações no 7 de Setembro”. “O ex-presidente discutiu com aliados a possibilidade de convocar manifestações em seu apoio. A ideia foi debatida e diversos prós e contras surgiram... Bolsonaro deu a palavra final: não quer manifestações nas ruas. De acordo com um interlocutor do ex-presidente, ainda que fossem exitosas, elas não teriam o efeito desejado, de frear as investigações contra ele”.

No mesmo rumo, o seu filhote 01, senador Flávio Bolsonaro, postou vídeo em suas redes sociais onde convoca os apoiadores do fascista a doarem sangue vestidos de verde e amarelo na véspera do feriado. “Participe deste grande ato cívico. Procure o hemocentro mais próximo da sua casa, faça o agendamento, vista a sua camisa verde e amarela e realize esse ato de generosidade com quem precisa. Vamos bater o recorde de doação de sangue e vamos mostrar a todos que nossa união vai impedir a destruição do Brasil”, obrou Flávio Rachadinha.

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