quinta-feira, 12 de outubro de 2023

Estuprador bolsonarista pega 10 anos de cadeia

Por Altamiro Borges


Em decisão tomada nesta quinta-feira (11) no Fórum de Porto Feliz, no interior paulista, o ricaço bolsonarista Thiago Brennand foi condenado a 10 anos e seis meses de prisão em regime fechado pelo crime de estupro. Ele também terá de pagar R$ 50 mil de indenização à vítima da agressão. Este é apenas o primeiro julgamento que o empresário enfrenta. Ele também é acusado em outros seis processos em Porto Feliz e São Paulo.

O juiz Israel Salu puniu o milionário pelo artigo 213 do código penal, que é aplicado quando “o réu constrange a vítima, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso, o estupro”. O empresário prestou depoimento em 25 de agosto. A decisão foi proferida nesta semana, após as duas partes apresentarem as suas alegações finais.

Mais seis processos na Justiça

Segundo a vítima, uma estadunidense residente no Brasil, “inicialmente, o homem mostrou comportamento gentil, mas depois passou a agir de maneira agressiva, até chegar ao ponto de obrigá-la a manter relações sexuais com ele. Além disso, ele disse ter gravado cenas íntimas da mulher, passando a ameaçá-la com a divulgação das imagens caso ela rompesse o relacionamento”, afirma o depoimento ao Ministério Público.

“Conforme o Tribunal de Justiça, o empresário ainda responde a três processos em Porto Feliz. Outros dois foram arquivados após acordo entre as partes, sendo um por ameaça contra o caseiro de sua propriedade em condomínio de luxo, e outro por injúria contra um garçom de um hotel. Na capital paulista, ele é réu em outros três processos, sendo que dois estão em fase de instrução e um em fase de alegações finais”, registra o site g1.

Típico "cidadão de bem" bolsonarista

O estuprador bolsonarista ficou famoso, em agosto de 2022, após agredir a jovem Alliny Helena Gomes numa academia de ginástica de luxo em São Paulo – o vídeo da agressão viralizou nas redes digitais. Na ocasião, ele chegou a fugir do Brasil e ficou foragido por vários meses nos Emirados Árabes. Preso e repatriado, ele sofreu várias acusações de estupro, a partir das denúncias corajosas da estudante de medicina Stefanie Cohen.

Thiago Brennand é um típico “cidadão de bem” bolsonarista. Ele se identifica em seu perfil nas redes digitais como “conservador e armamentista”, apesar de seu certificado de Caçador, Atirador Esportivo e Colecionador (CAC) ter sido suspenso em 9 de setembro do ano passado, após ação de busca da polícia em sua mansão em Porto Feliz. Na reta final das eleições de outubro, ele gravou vídeo declarando apoio ao fascista Jair Bolsonaro. “Se Deus quiser, vamos vencer no segundo turno”, blasfemou o farsante.

"Sou branco, conservador e armamentista"

Em outra postagem, o criminoso deu sua ficha: “Sou branco, conservador, armamentista. Pela família, pela propriedade privada, pela disciplina, pelo respeito ao próximo, pela humildade, por colocar o homem no seu lugar e a mulher também”. Thiago Brennand inclusive se jactava de ter muita influência no covil bolsonariano. Segundo longa reportagem do TAB, o psicopata “reivindica, com certo orgulho, a indicação do sanfoneiro Gilson Machado ao Ministério do Turismo, em 2020”.

“Num áudio vazado no WhatsApp, porém, Thiago se refere ao ex-ministro como ‘traidor’ e 'cuzão', por não ter atendido as suas ligações. 'Acreditei e acredito no Bolsonaro. Tenho críticas? Não sou bajulador, como algumas pessoas do governo. Algumas até que eu coloquei lá, como esse canalha desse Gilson', disse, num vídeo gravado nos Emirados Árabes em 8 de outubro, publicado no Facebook e depois apagado”, revela o site.

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