terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

Genocidas pedem impeachment de Lula

Charge: Latuff
Por Altamiro Borges


A histeria da extrema direita contra o discurso de Lula na Etiópia – no qual comparou o genocídio promovido pelo governo sionista de Israel contra os palestinos ao holocausto nazista contra os judeus – atinge as raias do absurdo. Deputados bolsonaristas – famosos por difundirem o ódio e a violência neonazista – agora pedem o impeachment do atual presidente. Segundo o noticiário, os cúmplices da carnificina em Gaza – que já matou 28 mil civis, sendo 12 mil crianças – já coletaram 122 assinaturas pela abertura do processo na Câmara Federal.

O pedido apresentado por Carla Zambelli (PL-SP), famosa por suas posições agressivas e apelidada de deputada-pistoleira –, deve ser protocolado ainda nesta semana. A maior parte das adesões é do PL – o partido de aluguel de Jair Bolsonaro. Entre os signatários, fascistas convictos como Carlos Jordy (RJ), Gustavo Gayer (GO), Bia Kicis (DF), Nikolas Ferreira (MG), Alexandre Ramagem (RJ), Zé Trovão (SC), Marco Feliciano (SP), Ricardo Salles (SP). Há também fascistoides de outras siglas, como Kim Kataguiri (União Brasil-SP) e Marcel Van Hattem (Novo-RS).

Nas mãos do chantagista Arthur Lira

O andamento do processo de impeachment depende de Arthur Lira, presidente da Câmara Federal. Segundo vários juristas, não há qualquer sustentação jurídica para o pedido. A legislação atual prevê afastamento no caso do mandatário “cometer ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo de guerra ou comprometendo a neutralidade”. Lula evidentemente não promoveu ato de hostilidade – apenas verbalizou o que muitas autoridades mundiais e povos do mundo todo pensam sobre a ação genocida de Israel.

Apesar de não ter qualquer fundamento jurídico e servir apenas para os bolsonaristas tentarem tirar do foco os crimes do “capetão”, é bom ficar atento com esse pedido de impeachment. Afinal, Arthur Lira é um chantagista. Pode usar a solicitação como uma faca no pescoço do governo. Além disso, a base de extrema direita no Congresso Nacional tem força – rapidamente ela coletou mais de 100 assinaturas. O clima volta a ficar tenso. Mais do que nunca é preciso preparar as ruas para a resistência. Lula precisa do apoio das forças progressistas.

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