Por Altamiro Borges
O site Diário do Centro do Mundo informa que “o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abriu uma investigação preliminar contra juízes do Tribunal de Justiça de Santa Catarina que participaram de jantar promovido pelo empresário bolsonarista Luciano Hang. A decisão ocorre após reportagem do DCM revelar que o dono da rede de lojas Havan recebeu, em sua casa em Brusque, mais de dez juízes e desembargadores para um jantar de Natal. O evento aconteceu no último dia 16”.
O banquete sinaliza uma tentativa de cooptação por parte do “Véio da Havan”, que responde a vários processos no TJ-SC. O ricaço visou “jantar” os magistrados para evitar punições. A decisão de abrir a investigação foi do corregedor nacional de Justiça, ministro Mauro Campbell Marques. “O procedimento está em fase inicial, mas, caso seja constatado indício de quebra de imparcialidade, os juízes poderão ser condenados à aposentadoria compulsória”, descreve o DCM.
Em nota, o TJ-SC afirmou que “não se manifesta sobre a participação de magistrados em eventos fora do âmbito institucional” e justificou que “o princípio da independência funcional garante a autonomia e a imparcialidade necessárias ao exercício de suas funções”. Já o bolsonarista alegou cinicamente que o jantar foi oferecido durante “visita à restauração da Casa Renaux, construída há 115 anos, que estava destruída e faz parte da história de Brusque e de Santa Catarina”.
Matéria da Folha destacou que entre os presentes na comilança estava a desembargadora Haidée Denise Grin, que é relatora de uma ação envolvendo Luciano Hang. “Haidée foi sorteada em 25 de outubro para analisar recurso da defesa do professor Guilherme Howes Neto, morador de Santa Maria (RS), que foi obrigado no início do ano a pagar R$ 20 mil a Hang a título de danos morais... A decisão contra Neto é do juiz Gilberto Gomes de Oliveira Junior, da 1ª Vara Cível de Brusque (SC). Ele é filho do desembargador Gilberto Gomes de Oliveira, que também estava no jantar”.
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