segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Segunda baixa no bordel: o “maluco” do Enem

Por Altamiro Borges

Em menos de um mês já ocorre a segunda baixa no bordel de Jair Bolsonaro, que reúne o que existe de pior na política nativa: milicos rancorosos, corruptos velhacos, abutres financeiros, fanáticos religiosos e malucos fascistas. Na semana retrasada, em 9 de janeiro, o anódino Alecxandro Pinho Carreiro foi defenestrado do cargo de presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). Amigo íntimo de Eduardo Bolsonaro, ele até tentou peitar Ernesto Araújo, o lunático chefe do Itamaraty, mas foi chutado pelo presidente-capetão. Agora, em 17 de janeiro, ocorre a segunda baixa no bordel com a suspensão da indicação de Murilo Resende Ferreira para coordenador do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).

'Bolsomoros' atacam Lula na cara da PF

Por Conceição Lemes, no blog Viomundo:

A função da verdade é aparecer, e o caso Flávio Bolsonaro-Fabrício Queiroz escancara ainda mais a parcialidade e o ativismo político da Justiça brasileira, com STF e tudo.

Em 6 de dezembro de 2018, o repórter Fábio Serapião revelou no Estadão:

Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou movimentação atípica de R$ 1,2 milhão em uma conta no nome de um ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) - filho mais velho do presidente eleito Jair Bolsonaro -, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.


Paulo Guedes tentou ajudar a Globo

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

Jair Bolsonaro está em guerra com a Globo desde a eleição. Privilegia concorrentes em entrevistas, prega novas práticas no mercado publicitário para empobrecer os cofres globais, concorda com seus apoiadores que taxam a emissora de degenerada por desrespeitar os “valores da família”. O que dirá o presidente se souber que Paulo Guedes, seu ministro da Economia, tentou salvar a Globo com um negócio suspeito feito com dinheiro de fundos de pensão?

A queda moral dos bolsonaristas

Por Aldo Fornazieri, no Jornal GGN:

O escândalo que envolve Flávio Bolsonaro e a própria família do presidente da República vem se revelando bem mais grave do que parecia no início: suspeita de lavagem de dinheiro, de corrupção e até de envolvimento com as milícias. Este escândalo tem um grande alcance na disputa política em geral e na disputa pelo poder. Ele representa a queda moral dos bolsonaristas, pois eles eram os detentores quase exclusivos do discurso moral, condição que lhes dava grande vantagem estratégica já que os mantinha na ofensiva retórica e embretava seus adversários, principalmente o PT, numa já prolongada defensiva.

Isto é um governo ou um reality show?

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Desisti de levar a sério, pelo menos no domingo, o que está acontecendo no Brasil porque isso tudo foge à minha compreensão. Faz mal à saúde.

Se não consigo entender, como vou explicar aos leitores estas três primeiras semanas do governo Jair Bolsonaro, com seus generais e justiceiros, profetas do apocalipse e caçadores de fantasmas?

Isto mais parece um reality show alucinado, com big brothers muito loucos, dando trombadas uns nos outros o tempo todo, mais perdidos do que jabuticaba em boca de banguela.

Eleitores de Bolsonaro são piores que ele

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Muito tem sido dito sobre o desastre que o Brasil colocou na Presidência da República, mas a razão pela qual ele chegou lá tem sido pouco abordada. Agora, as denúncias sobre os eleitores pedófilos e nazistas de Bolsonaro propiciam uma reflexão sobre a escória que ajudou a convencer milhões de brasileiros burros a votarem no fascismo, no ódio e na violência.

A grande maioria do eleitorado de Jair Bolsonaro é composta por pessoas humildes, iletradas e assustadas com o tamanho da crise que o golpe de 2016 gerou ao Brasil. Apesar de as loucuras que saíram da boca desse ser abominável não deverem ser surpresa para ninguém devido ao fato de que foram amplamente difundidas antes das eleições, esse eleitorado foi conduzido pelo medo.

Só egoísmo explica reforma da Previdência

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Não é complicado compreender o empenho do empresariado para aprovar a reforma da Previdência com a qual Paulo Guedes e Jair Bolsonaro pretendem fazer bonito junto aos patrões do capitalismo mundial que se reúnem em Davos nesta semana.

Ninguém está preocupado com as contas do sistema público de aposentadoria, muito menos com o empobrecimento da população e o agravamento da miséria. Cálculos demográficos sobre o envelhecimento, que ignoram um programa deliberado de cortes dos gastos públicos, baixo crescimento e informalização forçada da mão de obra, são pura diversão para iludir a platéia.

Boris Casoy é mestre na arte de puxar saco

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Com uma ou outra exceção, as perguntas e respostas das entrevistas de Flávio Bolsonaro à Record e à RedeTV na noite de domingo foram as mesmas.

Boris Casoy, em particular, brilhou com um talento irrepreensível de sicofanta na emissora de Marcelo de Carvalho.

Carvalho é o sujeito que gravou uma live em dezembro com Luciano Hang, da Havan, declarando apoio ao Jair.

“Eu tenho muito orgulho de estar engajado”, disse. “Desde 2010 ele frequenta os programas da RedeTV!. Eu o considero um amigo”.

A covardia ativa e Fux

Por Urariano Mota, no site Vermelho:

O Dicionário Aulete registra para cobardia (o mesmo que covardia):

“s. f. || fraqueza de ânimo, pusilanimidade, medo, timidez, acanhamento”.
O Dicionário Houaiss, mais extenso, define:
 
“comportamento que denota ausência de coragem; atitude, gesto que se caracteriza pelo temor, pelo acanhamento, pela falta de ousadia
2 violência contra o mais fraco
sinônimos: cobardia, cobardice, covardice; ver tb. sinonímia de timidez e antonímia de coragem”


O ministro Luiz Fux do STF, ao suspender a investigação das irregularidades de Flávio Bolsonaro, ampliou e muito o sentido que os dicionários dão à palavra covardia. 

Querem calar a voz das rádios comunitárias

Por Léa Maria Aarão Reis, no site Carta Maior:

Das quatro mil e 756 rádios comunitárias da rede brasileira, espalhadas pelo território nacional, 130 foram cassadas por decreto, sem discussão com a sociedade nem com justificativas, no último dia de 2018. O Conselheiro Político da Associação Mundial de Rádios Comunitárias, AMARC/Brasil, o jornalista e pesquisador do assunto, Pedro Martins Coelho, rompe o silêncio da mídia e do governo atual sobre o grave assunto e mostra o significado das comunitárias para milhões de cidadãos.

Queiroz, Flávio e as milícias no RJ

Da Rede Brasil Atual:

O líder do PT na Câmara, deputado federal Paulo Pimenta (RS), defende a quebra do sigilo bancário do senador eleito Flávio Bolsonaro (PLS-RJ), do seu ex-motorista e assessor Fabrício Queiroz e dos seus familiares. Ele diz que as transações financeiras atípicas apontadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) podem ir além das suspeitas de apropriação de parte dos salários dos assessores e revelar relações da família Bolsonaro com negócios de milicianos no Rio de Janeiro.

"Não estamos aqui falando sobre o depósito de dinheiro de servidores na conta de colega. Não estamos falando de venda de carros. Estamos falando de algo muito maior, que pode ter conexões com o crime organizado", diz Pimenta em vídeo postado nas redes sociais neste domingo (20).

Clã Bolsonaro processa revista Fórum

Da revista Fórum:

Na sexta-feira (18), a Fórum recebeu na sua sede um mandado de citação postal de um processo movido pelo atual presidente da República, Jair Bolsonaro, e por seu filho, o deputado federal, Eduardo Bolsonaro. A revista está sendo processada junto com o fotógrafo Luiz Araújo Marques, o Lula Marques. O motivo é a publicação feita por ele e publicada pela Fórum de uma conversa de Bolsonaro com Eduardo, em que num dado momento o pai diz que não vai visitar o filho na Papuda.

domingo, 20 de janeiro de 2019

Queiroz samba na cara de Moro e Rosângela

Por Altamiro Borges

Em sua vaidade descomunal, o “juiz” Sergio Moro talvez almejasse ser uma das principais estrelas do convescote mundial da cloaca empresarial em Davos, na Suíça. Pelo agendado, o ministro da Justiça do fascista Jair Bolsonaro dará uma palestra – talvez com a ajuda do milagroso Power Point – sobre a midiática operação Lava-Jato e o combate à corrupção. O problema é que não param de surgir denúncias sobre as sujeiras dos seus patrões no Palácio do Planalto. Por mais que Rosângela Moro, sua digníssima esposa, reclame nas redes sociais do “mimimi” contra o novo governo, a tendência é que seu marido seja cada vez mais tratado como cúmplice dos bandidos, que usou dos seus poderes no Ministério Público para virar ministro.

As fake news de Bolsonaro em Davos

Por Altamiro Borges

Em sua primeira viagem ao exterior como presidente da República, Jair Bolsonaro desembarcará nesta segunda-feira (22) em Davos, nos Alpes Suíços, para participar do Fórum Econômico Mundial. O convescote, que reúne a cloaca burguesa de vários países, servirá de palco para o fascistoide que promete combinar uma agenda econômica ultraliberal, de entrega das riquezas às multinacionais, com uma pauta conservadora nos costumes e uma ação política repressiva contra as forças democráticas e populares. Diante de ávidos empresários, o “capetão” acionará a sua fábrica de mentiras, que ganhou fama internacional na campanha eleitoral com o disparo criminoso de fake news nas redes sociais.

Edir Macedo e a roupa suja da CNN Brasil

Por Piero Locatelli e Andrew Fishman, no site The Intercept-Brasil:

Os jornalistas da CNN em inglês usam constantemente o termo “extrema direita” para se referir ao presidente Jair Bolsonaro e já se referiram a ele como “um político brasileiro conhecido por seus pronunciamentos misóginos, racistas e homofóbicos”.

Anunciada na segunda-feira passada, a CNN Brasil deve seguir um caminho bem diferente, ao menos se depender do histórico dos seus dois sócios. Um deles é Douglas Tavolaro. Coautor da autobiografia do seu tio, o pastor Edir Macedo, foi ele o responsável pela aproximação entre o líder da Universal e Jair Bolsonaro. Antigo vice-presidente de jornalismo da Record, ele esteve por trás das entrevistas laudatórias feitas pela emissora com Bolsonaro durante a campanha.

Vozes do mercado desconfiam da confiança

Por Marcelo Manzano, no site da Fundação Perseu Abramo:

Desde a incansável perseguição à presidenta Dilma Rousseff que culminou com o golpe parlamentar, em maio de 2016, os analistas econômicos que falam em nome do mercado propagam a fantasia de que tudo deve ser feito para restaurar a confiança dos investidores no país e assim retomar o crescimento econômica.

Sempre em nome da “confiança” se apropriaram dos principais cargos econômicos do governo Temer e cometeram barbaridades em série, sacrificando os investimentos públicos, as políticas sociais e até mesmo os direitos trabalhistas. A confiança, contudo, nem assim foi restaurada. De acordo com seus adoradores, faltava ainda a cereja do bolo: a Reforma da Previdência.

Índios atacados em nome de Bolsonaro

Por Gerson Neto, no site Outras Palavras:

Uma organização criminosa sediada no município de Jaru, Rondônia, está organizando invasões a terras indígenas. Seu objetivo é a grilagem das terras para ocupação por colonos brancos, inspirados por declarações do presidente Jair Bolsonaro. No dia 11 de janeiro último, um grupo de 40 homens invadiu a Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau, no município de Governador Jorge Teixeira, na região central de Rondônia, próximo a aldeia conhecida como Linha 623, às margens do Rio Campanito.

Venezuela e o fanatismo do Itamaraty

Por Jeferson Miola, em seu blog:                 

O ex-embaixador Rubens Ricúpero exprimiu como ninguém a estupefação causada pelo comunicado do Itamaraty sobre a reunião do ministro Ernesto Araújo “com as principais forças políticas democráticas venezuelanas”.

O chanceler do Bolsonaro atacou que “o sistema chefiado por Nicolás Maduro constitui um mecanismo de crime organizado. Está baseado na corrupção generalizada, no narcotráfico, no tráfico de pessoas, na lavagem de dinheiro e no terrorismo” [ler comunicado].

O sequestro do espanto

Por Ayrton Centeno, no jornal Brasil de Fato:

Não existe maior espanto no Brasil de 2019 do que a desaparição do espanto. Nada espanta mais. O cotidiano do poder na Pátria Amada tornou-se tão assombroso que tudo é possível, tudo é crível. Todo dia o Absurdo diz “Oi” para a gente, e a gente responde como se não fosse uma aberração, mas nosso vizinho de porta.

Bastaram duas semanas de regência militar-evangélica-neoliberal para se desatarem os últimos fiapos das amarras que ainda nos prendiam ao real. Os eventos deste janeiro insano, as vacilações, as asneiras, os tropeções, as cabeçadas, a exaltação da estupidez nos arremessaram no meio de algo similar a uma comédia dos "Três Patetas", com a desvantagem óbvia de que os patetas aqui não são apenas três. Mesmo assim, não ficamos estarrecidos como a situação nos impunha. Parece mesmo que o espanto foi sequestrado.

A violência do Estado brasileiro

Por Arlene Laurenti Ayala e Giane Maria de Souza, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Estado e governo são aparatos distintos de poder. O Estado em sentido estrito se faz representar para os cidadãos por meio das suas instituições. Os governos atuam no comando político das instituições públicas de forma direta, por intermédio de seus gestores na operacionalização das políticas.

No Brasil há uma percepção da sociedade de que o Estado não se faz presente em algumas áreas, principalmente em sua dimensão material. As “ausências” podem ser particularmente percebidas na cultura, educação, saúde, uso e ocupação da terra, no transporte e na mobilidade urbana. Estar ausente ou presente, em se tratando de políticas públicas tem se confirmado uma escolha política.