domingo, 11 de agosto de 2019

O significado da Marcha das Margaridas

Loucura e política no Brasil

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

O personagem do escritor israelense David Grossman, no romance “O inferno dos outros” (Cia. das Letras, 2016) é um cômico chamado Dovale, que apresenta um show no “limite do politicamente correto e do bom gosto”, na pequena cidade israelense de Netanya. Sua triste piada tem a ver com o espetáculo degradante que estamos assistindo no Brasil, quando uma pessoa mentalmente perturbada dirige o país, como se ele estivesse conduzindo um bando de idiotas a uma festa de imbecis, com a naturalização reverente dos principais meios de comunicação do país, que se ajustaram à demência e apostam na insanidade em favor das “reformas”.

Globo atira seus canastrões ao mar

Miriam Leitão, Moro e o filho dela, Vladimir Netto,
no lançamento do livro sobre a Lava Jato
Por Kiko Nogueira, no Diário do Centro do Mundo:

Míriam Leitão resolveu rifar Sergio Moro.

Em sua coluna no Globo deste domingo, dia 11, ela denuncia “o erro político” da Lava Jato.

É a primeira vez, desde que a revelação dos diálogos pelo Intercept veio à tona há 45 dias, que Míriam fala do chegado Moro, que ela ajudou a transformar nesse heroi de fancaria.

Eles estiveram juntos em 2016, no lançamento do livro de seu filho Vladimir Netto sobre as façanhas da turma da República de Curitiba.

Para agradar Trump, Bolsonaro gela a Europa

Por Celso Amorim, na revista CartaCapital:

Há cerca de um mês, a mídia brasileira e grande parte do empresariado local receberam com satisfação (em alguns casos quase euforia) a notícia de que se havia concluído a negociação do Acordo de Associação entre o Mercosul e a União Europeia.

Não espanta: a elite econômica sempre defendeu uma maior abertura comercial, seja por crer em benefícios específicos (como o agronegócio), seja por ver nos chamados “acordos de livre-comércio” – que na verdade vão muito além de questões puramente mercantis, entrando amplamente pelo terreno regulatório – uma oportunidade para adotar políticas ortodoxas e blindá-las contra eventuais revisões no futuro.

O presidente invisível

Por Urariano Mota, no site Vermelho:

No romance “O homem invisível”, H. G. Wells conta a história de um cientista que se tornou invisível a ponto de roubar e ninguém saber, de ferir, de matar e ninguém descobrir o criminoso, pois que era invisível. Assim começa o livro de H. G. Wells em livre tradução: “O desconhecido chegou em um dia de tempestade, debaixo de um vento cortante, no último vendaval do ano”.
E para respeitar a sensibilidade do leitor, é preciso esclarecer logo como se ligam o personagem de Wells e o presidente que se tornou invisível no Brasil. Do lado de fora do livro, o indivíduo no Palácio não aparece para todos brasileiros há pelo menos seis longos meses. Primeiro, porque o vácuo atenta contra a federação brasileira em declarações, ordens e falas: repetidas vezes, o vazio se manifesta contra os nordestinos em geral e contra os seus governadores em particular. Portanto, para os paraíbas do alto do Brasil e de todas as regiões, não existe qualquer ente humano na presidência. Em segundo lugar, a nulidade, além de atentar contra o Brasil ao privatizar o rio da unidade nacional, o São Francisco, não é presidente para a maioria do povo, pois só existe para um terço dos brasileiros. O que vale dizer, ele é um terço, de reza, para exorcizar a aparição.

Palocci e o canil da Lava-Jato

Por Leandro Fortes

Não se passaram nem 24 horas, desde a decisão do STF de impedir a transferência de Lula para São Paulo, e o porão da Lava Jato já colocou Antonio Palocci, de novo, no pau-de-arara.

Virou um expediente tão previsível quanto ridículo: toda vez que a Lava Jato, Sergio Moro e a República de Curitiba se metem numa enrascada, alguma delação "bombástica" de Palocci é vazada para jornalistas amigos.

Na nova investida, publicada no Estadão, a Cervejaria Ambev é acusada de pagar propinas a Lula e Dilma Rousseff, mas os repórteres, simplesmente, admitem não haver menção a data ou a valores "supostamente" desembolsados pela empresa.

Estado de Sítio, o próximo estágio

Por João Vicente Goulart, na revista Fórum:

Há muito estamos escutando por parte das autoridades, ditas oficiais, que o presidente Jair Bolsonaro, vem sendo ameaçado de morte. De onde partem essas ameaças?

O raciocínio político nos remete a várias perguntas circunstanciais, pré-eleitorais, como os posicionamentos, por exemplo, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que na plenitude de sua intelectualidade, no segundo turno das eleições de 2018, manifestava a opinião que o discurso bolsonarista era, apenas, um método, ou melhor, uma tática de angariar votos de uma camada social da direita, que nem sabia que era direita, na disputa eleitoral.

Eram mais inconformados, do que intelectualizados e conscientes, do real mercado que pregavam; a tal meritocracia, que o presidente Bolsonaro defende, mas não entende.

Deixamos isso para o Guedes?

Uma economia maravilhosa para os rentistas

Por Umberto Martins, no site da CTB:

A economia brasileira está parada. Avultam os sinais de que uma nova recessão está a caminho. O setor de serviços, que já responde por 70% da ocupação e do PIB no Brasil, recuou 1% em junho na comparação com maio, eliminando o ganho acumulado de 0,5% observado entre abril e maio. Em relação a junho de 2018, observou-se um declínio ainda maior, de 3,6%.

Já o PIB deve oscilar 0,8% em 2019, segundo estimativas dos economistas. A população deve crescer no mesmo ritmo. Isto significa que a renda per capita permanecerá estagnada. Como a riqueza produzida pelo trabalho não é distribuída de forma equitativa, assim como os ônus da crise, a carga maior dos prejuízos é jogada sobre as costas da classe trabalhadora, que padece o desemprego em massa, a depreciação dos salários, a crescente precarização e redução de direitos e benefícios.


Bolsonaro e o acordo lesivo no Paraguai

Por Jeferson Miola, em seu blog:

Reportagem de Mabel Rehnfeldt no jornal ABC Color [aqui] afirma que as “manobras para o acordo secreto” para comercialização da energia elétrica excedente do Paraguai pela empresa brasileira LÉROS começaram em março deste ano.

Nas novas mensagens reveladas sobre o esquema de corrupção que favoreceria a empresa representada nas negociações por Alexandre Giordano, suplente do senador Major Olímpio, do PSL, fica demonstrado que o governo Bolsonaro tinha pressa em fechar o acordo e, por isso, pressionou fortemente o governo paraguaio.

A enganosa defesa da Amazônia

Por Manuel Domingos Neto

Exércitos custam caro. Precisam de argumentos sólidos para justificar dispêndios públicos. Sem percepção coletiva de perigo, é difícil manter gastos militares. Assim ocorre em toda parte, qualquer que seja o porte das economias nacionais e suas inserções geopolíticas.

Nas últimas décadas, a cobiça sobre a Amazônia foi uma justificativa para investimentos em Defesa. Surgiram longas e enfadonhas listas de personalidades e instituições estrangeiras com afirmações ameaçadoras de nossa soberania sobre a floresta. Generais dizem que milhares de ONGs atuam no preparo ideológico da invasão estrangeira. Tribos indígenas já estariam falando inglês...

Contra o bloqueio dos EUA à Venezuela

Do site do Comitê Brasileiro pela Paz na Venezuela:

Nós, abaixo-assinados, denunciamos mais uma ação criminosa contra o povo venezuelano e expressamos nosso mais profundo repúdio às medidas recém anunciadas por parte dos governos dos EUA e do Brasil contra o Governo Bolivariano e que atentam contra a soberania e a dignidade da Venezuela.

Somamo-nos às vozes que denunciam o bloqueio de 25 mil toneladas de alimentos, comprados pelo governo venezuelano para alimentar seu povo, que estão embargados no Canal do Panamá por conta das sanções econômicas e financeiras promovidas pelo imperialismo estadunidense.

A MP-881 e o caldeirão da bruxa

Por João Guilherme Vargas Netto

Passada a euforia (deles) pela aprovação na Câmara dos Deputados da deforma da Previdência e seu envio para o Senado, ele será obrigado a votar o mesmo texto aprovado (sem modificações como aconteceu na votação senatorial da deforma trabalhista), mas tentará aprovar uma esdrúxula PEC paralela que pode contrabandear a capitalização.

No entanto, as atenções dos deputados na próxima semana se voltarão para a discussão e tentativa de aprovação da MP 881 propagandisticamente chamada “da liberdade econômica”.

sábado, 10 de agosto de 2019

Mídia abafa escândalo de Itaipu

Não tem como segurar o impeachment

Outra armação em Itaipu

Por Tereza Cruvinel

Todo governo descobre seu “grande negócio”, seja a pretexto de financiar o partido e o projeto político, seja simplesmente para enriquecer seus membros.

Está ficando claro que para o governo Bolsonaro, Energia é o grande negócio.

Embora Jair Bolsonaro tenha descartado a privatização da Eletrobrás na campanha, aí está o ministro das Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque, confirmando através do jornal Valor Econômico que o governo já optou pela pulverização das ações da estatal, de modo que a União deixe de ter o seu controle acionário.

Só este já será um grande negócio.

A indecente perseguição contra Lula

Por Eric Nepomuceno, no site Carta Maior:

A juíza Carolina Lebbos ocupa em Curitiba, a capital do mui conservador Estado do Paraná, a mesma cadeira que outrora pertenceu ao seu então colega Sérgio Moro. A mesma cadeira onde o então juiz estrela da Operação Lava Jato assinou a condenação contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sem prova alguma que o respaldasse.

Nesta quarta-feira (8/8), Lebbos atendeu uma petição da Polícia Federal para que Lula, que se encontra detido numa sala da Superintendência Regional do órgão, seja transferido para São Paulo.

O desespero da Lava-Jato

A cultura da paz está em risco

Bolsonaro e a censura

Bolsonaro acha que é inimputável

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

“Ser metódico não é sinônimo de estar correto. Especialmente quando se toma a decisão de dar uma banana para o resto do mundo” (Reinaldo Azevedo, na Folha).

Não é normal o que está acontecendo no Brasil, embora nossas autoridades façam de conta que é.

O mundo inteiro já se deu conta de que somos governados por um doido de pedra que não tem limites nos seus desatinos.

Desde os anos 30 na Alemanha, não aparece tamanho perigo para o futuro, e não só de um país. Nossa civilização corre risco.