Por Umberto Martins, no site da CTB:
Mas vejam só, nem todo mundo está sofrendo. Tem aqueles que lucram, e muito, na crise. O presidente do Itaú Unibanco, maior banco privado do Brasil, Candido Bracher, acha que o país está “em uma situação tão boa como eu nunca vi em minha carreira”. Foi o que disse em teleconferência com a imprensa após a divulgação dos resultados da empresa no segundo trimestre do ano enquanto enaltecia as reformas neoliberais impostas pelo golpe de 2016 e o governo Bolsonaro.
Bracher está olhando para o próprio umbigo e, do seu posto de observação, não deixa de ter razão. Enquanto os setores produtivos de uma forma geral, e em particular a indústria, amargam prejuízos, o lucro dos bancos não para de crescer, faça chuva ou faça sol na economia nacional.
Somente entre abril e junho e deste ano os quatro maiores bancos do país lucraram R$ 21,6 bilhões, com alta de 21,1% em relação a igual período de 2018. O suposto milagre, em tempos críticos, é devido à cobrança abusiva de tarifas e aos juros da dívida interna, que o Estado paga religiosamente à custa das verbas que deveriam ser destinada à saúde, educação, habitação, infraestrutura, segurança e outras áreas.
É preciso ressalvar que bancários e bancários não extraem vantagem alguma disto. Os lucros avançam no mesmo compasso das demissões e fechamento de agências. O próprio Itaú anunciou recentemente um Plano de Demissão Voluntária (PDV) que pode atingir até 6,9 mil trabalhadores.
A fonte dos impasses
No julgamento do banqueiro sobre o cenário econômico transparece a confusão que os ricos
burgueses promovem entre os próprios interesses e condição e os interesses e a situação da nação, condenada a pelo menos mais uma década perdida depois de dois anos de profunda recessão (2015 e 2016) seguidos de uma crônica paralisia do processo produtivo.
As classes dominantes imaginam que os seus interesses particulares correspondem aos interesses gerais da sociedade, mas o que se verifica na atualidade é o crescente divórcio e conflito entre uma coisa e outra. Os interesses da burguesia financeira são a fonte dos impasses e do fraco desempenho da economia brasileira.
A política de restauração neoliberal inaugurada pelo golpe de 2016 e radicalizada por Bolsonaro é a causa maior da crise, de acordo com inúmeros analistas. Até o neoliberal Rodrigo Maia, presidente da Câmara Federal, já apontou o congelamento dos gastos públicos primários por 20 anos como um grande obstáculo à retomada do crescimento.
Com efeito, os cortes nos dispêndios governamentais deprimem a taxa de investimentos internos e a demanda, que também foi afetada negativamente pela reforma trabalhista, a terceirização irrestrita, o desemprego em massa e o arrocho salarial.
A crise decorre do que os economistas keynesianos chamam de insuficiência da demanda efetiva, que se traduz em baixo nível de consumo e investimentos. Isto significa que para superá-la é indispensável estimular o mercado interno, o que não se faz sem o aumento dos investimentos públicos, redução do desemprego e valorização da força de trabalho.
A política econômica neoliberal, em nome do Estado mínimo, faz precisamente o contrário. Não é de se estranhar o agravamento da crise, com a deformação do ciclo econômico clássico do capitalismo e a persistência da estagnação. É imperioso mudar a orientação macroeconômica para tirar o país do pântano.
A economia brasileira está parada. Avultam os sinais de que uma nova recessão está a caminho. O setor de serviços, que já responde por 70% da ocupação e do PIB no Brasil, recuou 1% em junho na comparação com maio, eliminando o ganho acumulado de 0,5% observado entre abril e maio. Em relação a junho de 2018, observou-se um declínio ainda maior, de 3,6%.
Já o PIB deve oscilar 0,8% em 2019, segundo estimativas dos economistas. A população deve crescer no mesmo ritmo. Isto significa que a renda per capita permanecerá estagnada. Como a riqueza produzida pelo trabalho não é distribuída de forma equitativa, assim como os ônus da crise, a carga maior dos prejuízos é jogada sobre as costas da classe trabalhadora, que padece o desemprego em massa, a depreciação dos salários, a crescente precarização e redução de direitos e benefícios.
Olhando o próprio umbigo
Já o PIB deve oscilar 0,8% em 2019, segundo estimativas dos economistas. A população deve crescer no mesmo ritmo. Isto significa que a renda per capita permanecerá estagnada. Como a riqueza produzida pelo trabalho não é distribuída de forma equitativa, assim como os ônus da crise, a carga maior dos prejuízos é jogada sobre as costas da classe trabalhadora, que padece o desemprego em massa, a depreciação dos salários, a crescente precarização e redução de direitos e benefícios.
Olhando o próprio umbigo
Mas vejam só, nem todo mundo está sofrendo. Tem aqueles que lucram, e muito, na crise. O presidente do Itaú Unibanco, maior banco privado do Brasil, Candido Bracher, acha que o país está “em uma situação tão boa como eu nunca vi em minha carreira”. Foi o que disse em teleconferência com a imprensa após a divulgação dos resultados da empresa no segundo trimestre do ano enquanto enaltecia as reformas neoliberais impostas pelo golpe de 2016 e o governo Bolsonaro.
Bracher está olhando para o próprio umbigo e, do seu posto de observação, não deixa de ter razão. Enquanto os setores produtivos de uma forma geral, e em particular a indústria, amargam prejuízos, o lucro dos bancos não para de crescer, faça chuva ou faça sol na economia nacional.
Somente entre abril e junho e deste ano os quatro maiores bancos do país lucraram R$ 21,6 bilhões, com alta de 21,1% em relação a igual período de 2018. O suposto milagre, em tempos críticos, é devido à cobrança abusiva de tarifas e aos juros da dívida interna, que o Estado paga religiosamente à custa das verbas que deveriam ser destinada à saúde, educação, habitação, infraestrutura, segurança e outras áreas.
É preciso ressalvar que bancários e bancários não extraem vantagem alguma disto. Os lucros avançam no mesmo compasso das demissões e fechamento de agências. O próprio Itaú anunciou recentemente um Plano de Demissão Voluntária (PDV) que pode atingir até 6,9 mil trabalhadores.
A fonte dos impasses
No julgamento do banqueiro sobre o cenário econômico transparece a confusão que os ricos
burgueses promovem entre os próprios interesses e condição e os interesses e a situação da nação, condenada a pelo menos mais uma década perdida depois de dois anos de profunda recessão (2015 e 2016) seguidos de uma crônica paralisia do processo produtivo.
As classes dominantes imaginam que os seus interesses particulares correspondem aos interesses gerais da sociedade, mas o que se verifica na atualidade é o crescente divórcio e conflito entre uma coisa e outra. Os interesses da burguesia financeira são a fonte dos impasses e do fraco desempenho da economia brasileira.
A política de restauração neoliberal inaugurada pelo golpe de 2016 e radicalizada por Bolsonaro é a causa maior da crise, de acordo com inúmeros analistas. Até o neoliberal Rodrigo Maia, presidente da Câmara Federal, já apontou o congelamento dos gastos públicos primários por 20 anos como um grande obstáculo à retomada do crescimento.
Com efeito, os cortes nos dispêndios governamentais deprimem a taxa de investimentos internos e a demanda, que também foi afetada negativamente pela reforma trabalhista, a terceirização irrestrita, o desemprego em massa e o arrocho salarial.
A crise decorre do que os economistas keynesianos chamam de insuficiência da demanda efetiva, que se traduz em baixo nível de consumo e investimentos. Isto significa que para superá-la é indispensável estimular o mercado interno, o que não se faz sem o aumento dos investimentos públicos, redução do desemprego e valorização da força de trabalho.
A política econômica neoliberal, em nome do Estado mínimo, faz precisamente o contrário. Não é de se estranhar o agravamento da crise, com a deformação do ciclo econômico clássico do capitalismo e a persistência da estagnação. É imperioso mudar a orientação macroeconômica para tirar o país do pântano.
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