Reproduzo matéria publicada no sítio Carta Maior:
Depois de David Zylberstajn, ex-genro de Fernando Henrique Cardoso e assessor técnico para a área de energia da campanha de José Serra à presidência da República, mais um tucano vem a público defender a privatização do pré-sal. Trata-se do deputado federal Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB-ES) que, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, defendeu o modelo criado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para a exploração das riquezas do pré-sal.
O deputado tucano classificou como “loucura” o governo querer explorar as riquezas do pré-sal sem permitir a entrada de empresas estrangeiras. “É uma sandice completa achar que a Petrobras e o Estado brasileiro terão dinheiro para tudo”, disse o parlamentar. Na entrevista, Luiz Paulo Vellozo repete basicamente os mesmos argumentos utilizados por Zylbertajn há alguns dias.
Segundo matéria publicada no jornal Valor Econômico, Zylberstajn aconselhou José Serra a retomar o modelo do governo Fernando Henrique Cardoso e desistir da proposta apresentada pelo governo Lula para modificar o modelo de concessão de campos de petróleo para o modelo de partilha, no caso dos blocos do pré-sal. Zylberstajn e Vellozo defendem que o regime de concessões para empresas internacionais seria melhor em termos de antecipar a arrecadação de recursos. O que não dizem é que essas empresas internacionais ficariam com a fatia gorda da exploração das reservas do pré-sal.
A crítica feita pelos tucanos ao modelo de exploração proposto pelo governo Lula mal consegue disfarçar a sua posição em defesa do que chamam de “enxugamento” da empresa. Ex-presidente da Agência Nacional do Petróleo (ANP), durante o governo FHC, e consultor de empresas internacionais na área de energia, Zylbestajn criticou o “tamanho” da participação da Petrobras na exploração das reservas brasileiras de gás e petróleo. Para ele, “não tem que existir estatal comprando ou vendendo petróleo”.
Essa foi, aliás, a argumentação utilizada pelo governo FHC para propor a mudança de nome da Petrobras para Petrobrax. O “x”, na avaliação dos tucanos, ajudaria a “captar dinheiro no mercado internacional”. A lógica dessa mudança estava baseada, entre outras coisas, na idéia de que “não deve existir estatal comprando ou vendendo petróleo”, bandeira histórica daqueles que pretendem privatizar a Petrobras.
As insistentes negativas do candidato José Serra no horário eleitoral e em seus pronunciamentos públicos sobre o tema estão batendo de frente com as declarações e movimentos de seus aliados e assessores mais próximos que defendem explicitamente a volta do modelo dos anos FHC.
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