segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Bolívia reduz idade de aposentadoria

Por Altamiro Borges

Enquanto na Europa os governos de direita impõem pacotes para elevar a idade de aposentadoria e o tempo de contribuição para a previdência social, surge da vizinha Bolívia uma boa notícia. O governo de Evo Morales acaba de aprovar um projeto reduzindo a idade de aposentadoria de 60 para 58 anos. No caso dos mineiros, em que o trabalho é mais penoso, perigoso e insalubre, ela será reduzida para 56 anos. Além disso, o projeto também estimula a formalização do trabalho, reduzindo as contribuições previdenciárias, como mecanismo para enfrentar o alto índice de informalidade da mão-de-obra no país.

Segundo descreve o veterano líder popular Hugo Branco, em artigo no sítio Rebelión, a iniciativa representa uma importante vitória dos bolivianos. Ela vai na contra-mão da ofensiva capitalista mundial, que insiste em jogar nas costas dos trabalhadores o ônus da sua brutal crise econômica, retirando direitos trabalhistas e previdenciários e elevando o desemprego. Ele cita alguns casos dramáticos da Europa:

- Na França, o Senado aprovou a elevação da idade mínima de aposentadoria de 60 para 62 anos;

- Na Grã-Bretanha, o governo vai aumentar para 65 anos em 2020 sem qualquer diferenciação entre homens e mulheres e para 68 entre 2024 e 2046;

- Alemanha: 65-67 anos, entre 2024 e 2029;

- Itália: 57-58 anos em 2008 e 61 em 2013;

- Áustria: 60 a 65 anos, entre 2024 e 2033;

- Bélgica elevou a idade de aposentadoria para as mulheres de 64 para 65 anos desde 2009;

- República Checa: até 63 anos para homens e 59-63 anos para as mulheres até 2013;

- Dinamarca: 65-67 entre 2024 e 2027;

- Hungria: 65-67 anos em 2020 para as mulheres e 62 a 65 anos para os homens. Além disso, numa segunda fase, eleva para 68 anos para mulheres e 69 anos para os homens em 2050;

- O governo da Espanha propôs aumentar a idade legal da aposentadoria de 65-67 anos.

Como lembra Hugo Branco, a proposta foi apresentada pela Central Operária Boliviana (COB), acatada pelo governo de Evo Morales e aprovada pelo parlamento no início de dezembro. A tendência é que agora ela sofra violenta pressão dos empresários. A exemplo do Brasil, o capital alegará que a medida engessa a economia, reduz a lucratividade das empresas e estimula o desemprego e o mercado informal. Isto quando as empresas obtêm recordes de produtividade e de lucros.

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2 comentários:

Joana Latino Americana disse...

Estava em La Paz quando Evo Morales se reelegeu presidente. Foi um dos momentos mais emocionantes da minha vida.

Em seu discurso de posse, um momento historico para os bolivianos e para a America Latina, Evo afirmou que governa pelas demandas dos movimentos sociais e chamou os intectuais e empresarios para colaborarem em seu governo.

O meu sentimento no dia: Por mais que a imprensa tente denegrir a imagem dos governos trabalhadores, já nao ha mais volta. Os trabalhadores não vão mais se submeter a escravidao tão facilmente.

AF Sturt Silva disse...

Até que fim um artigo de sua autoria em Miro?
acabei de ler um artigo que disse o contrario de vc ,que isso que se fez na Bolivia é suicidio,que pena que agora não lembro o link para te passar!

ABS!