Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
Como hoje a ombusdman da Folha, ao elogiar a atitude do jornal – vários dias depois – de registrar o lançamento de “A Privataria Tucana” que teria, segundo ela, esgotado os seus “alegados 15 mil exemplares” (alegados, embora seja o primeiro colocado em vendas na própria Livraria da Folha) e diz que a redação está esperando “fatos novos” para publicar algo mais que o mero registro que fez, tomo a liberdade de dar uma “mãozinha” à reportagem da Folha, desinteressada e gratuitamente.
Que tal começarmos pelo fato de que a Folha publicou, no dia 30 de janeiro de 2001, um levantamento dos deputados e autoridades que tinham cheques sem fundos anotados no Cadastro de Emitentes de Cheques Sem Fundos, o CCF, do Banco Central, que é protegido por sigilo e inúmeras exigências de comprovação de identidade para ser consultado.
Para ajudar a Folha, que não deve ter conseguido um dos alegados 15 mil exemplares do livro do Amaury Ribeiro, informo que, por esta quebra de sigilo, Verônica Allende Serra está processada na 3ª Vara Criminal de São Paulo, por um suposto convênio (?) com o Banco do Brasil, que lhe teria transferido os dados de 60 milhões de correntistas. Já naquele dia o jornal tinha ciência e escreveu que essa divulgação era irregular. Ter o cadastro, também.
É informação, não sei se perceberam, das mais relevantes. Eu, por exemplo, como correntista do BB há quase 20 anos, gostaria de saber se consto lá. Você, leitor ou leitora, correntista de qualquer banco à ocasião, também, porque o CCF era operado pelo Banco do Brasil. Porque, mesmo correndo o processo em sigilo de justiça – para não ampliar o estrago da violação de sigilo bancário, parece-me que cada correntista à época tem o direito de ter acesso aos dados, para saber se sua intimidade foi violada e mover a competente ação de dano moral.
Nem foi informado aos leitores que a Decidir.com tinha como diretora a sra. Verônica Allende Serra, que tinha se tornado dirigente da empresa apenas 20 dias depois de ela ter sido criada, dia 8 de fevereiro de 2000, por um grande advogado na área de fusões e aquisições, o Dr. José Roberto de Camargo Opice, com o modestíssimo capital de R$ 100 e o nome de BelleVille. E que ela, cuja chegada coincidiu com a elevação do capital para R$ 5 milhões, se retira da empresa apenas um mês depois deste vazamento, não sem antes ter promovido a mudança de objeto da empresa para concessão de crédito a Oscip (ONGs)…
Muito menos foi publicado pela que a Decidir.Com virou Decidir Brasil Limitada, com capital de R$ 10 milhões, 99,99% pertencentes à Decidir.Com International Limited, a empresa onde, como mostram os documentos do livro de Amaury Ribeiro Júnior. Verônica Serra e sua xará Verônica Dantas Rodemburgo eram sócias.
O competente corpo de repórteres da Folha também será capaz de descobrir que a Decidir Brasil Limitada foi incorporada pela Equifax Brasil, controlada por uma grande multinacional, a Equifax, de Atlanta, Geórgia , Estados Unidos.
E que a Equifax passou a ser controlada pela Boavista Serviços SA, uma empresa formada pela Associação Comercial de São Paulo – que indica seus conselheiros, entre eles o ex-secretário de José Serra e vice de Geraldo Alckmin, Guilherme Afif Domingues. Portanto, a cadeia, se me perdoam a expressão, de responsabilidades empresariais da Decidir.Com irradia-se aos proprietários das empresas que sucessivamente a absorveram.
A Boavista é operada pela TMG, um fundo de investimentos que, até 2009, tinha como controlador a homônima TMG Capital Partners.
Que fica… ah, sim, no Vanterpool Plaza, 2° andar, Wickhans Cay I, Road Town, na famosa Tortola, nas Ilhas Virgens Britânicas.
Se a redação da Folha, como disse à ombudsman, está trabalhando duro para obter fatos novos, fica aí a dica, que tomou só uma manhã. Ainda dá tempo de recuperar a falha – sem trocadilho – da matéria de 2001, telefonando para D. Verônica Serra e perguntado como a empresa conseguiu os dados do Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundo do Banco Central e qual foi o curto-circuito que os colocou na internet, expostos à curiosidade pública, inclusive dos repórteres da própria Folha.
PS. De novo, nada do que foi dito aqui é senão o que está escrito nos arquivos da Junta Comercial de São Paulo. É só se cadastrar em www.jucesponline.sp.gov.br e fazer a pesquisa.
Como hoje a ombusdman da Folha, ao elogiar a atitude do jornal – vários dias depois – de registrar o lançamento de “A Privataria Tucana” que teria, segundo ela, esgotado os seus “alegados 15 mil exemplares” (alegados, embora seja o primeiro colocado em vendas na própria Livraria da Folha) e diz que a redação está esperando “fatos novos” para publicar algo mais que o mero registro que fez, tomo a liberdade de dar uma “mãozinha” à reportagem da Folha, desinteressada e gratuitamente.
Que tal começarmos pelo fato de que a Folha publicou, no dia 30 de janeiro de 2001, um levantamento dos deputados e autoridades que tinham cheques sem fundos anotados no Cadastro de Emitentes de Cheques Sem Fundos, o CCF, do Banco Central, que é protegido por sigilo e inúmeras exigências de comprovação de identidade para ser consultado.
Para ajudar a Folha, que não deve ter conseguido um dos alegados 15 mil exemplares do livro do Amaury Ribeiro, informo que, por esta quebra de sigilo, Verônica Allende Serra está processada na 3ª Vara Criminal de São Paulo, por um suposto convênio (?) com o Banco do Brasil, que lhe teria transferido os dados de 60 milhões de correntistas. Já naquele dia o jornal tinha ciência e escreveu que essa divulgação era irregular. Ter o cadastro, também.
É informação, não sei se perceberam, das mais relevantes. Eu, por exemplo, como correntista do BB há quase 20 anos, gostaria de saber se consto lá. Você, leitor ou leitora, correntista de qualquer banco à ocasião, também, porque o CCF era operado pelo Banco do Brasil. Porque, mesmo correndo o processo em sigilo de justiça – para não ampliar o estrago da violação de sigilo bancário, parece-me que cada correntista à época tem o direito de ter acesso aos dados, para saber se sua intimidade foi violada e mover a competente ação de dano moral.
Nem foi informado aos leitores que a Decidir.com tinha como diretora a sra. Verônica Allende Serra, que tinha se tornado dirigente da empresa apenas 20 dias depois de ela ter sido criada, dia 8 de fevereiro de 2000, por um grande advogado na área de fusões e aquisições, o Dr. José Roberto de Camargo Opice, com o modestíssimo capital de R$ 100 e o nome de BelleVille. E que ela, cuja chegada coincidiu com a elevação do capital para R$ 5 milhões, se retira da empresa apenas um mês depois deste vazamento, não sem antes ter promovido a mudança de objeto da empresa para concessão de crédito a Oscip (ONGs)…
Muito menos foi publicado pela que a Decidir.Com virou Decidir Brasil Limitada, com capital de R$ 10 milhões, 99,99% pertencentes à Decidir.Com International Limited, a empresa onde, como mostram os documentos do livro de Amaury Ribeiro Júnior. Verônica Serra e sua xará Verônica Dantas Rodemburgo eram sócias.
O competente corpo de repórteres da Folha também será capaz de descobrir que a Decidir Brasil Limitada foi incorporada pela Equifax Brasil, controlada por uma grande multinacional, a Equifax, de Atlanta, Geórgia , Estados Unidos.
E que a Equifax passou a ser controlada pela Boavista Serviços SA, uma empresa formada pela Associação Comercial de São Paulo – que indica seus conselheiros, entre eles o ex-secretário de José Serra e vice de Geraldo Alckmin, Guilherme Afif Domingues. Portanto, a cadeia, se me perdoam a expressão, de responsabilidades empresariais da Decidir.Com irradia-se aos proprietários das empresas que sucessivamente a absorveram.
A Boavista é operada pela TMG, um fundo de investimentos que, até 2009, tinha como controlador a homônima TMG Capital Partners.
Que fica… ah, sim, no Vanterpool Plaza, 2° andar, Wickhans Cay I, Road Town, na famosa Tortola, nas Ilhas Virgens Britânicas.
Se a redação da Folha, como disse à ombudsman, está trabalhando duro para obter fatos novos, fica aí a dica, que tomou só uma manhã. Ainda dá tempo de recuperar a falha – sem trocadilho – da matéria de 2001, telefonando para D. Verônica Serra e perguntado como a empresa conseguiu os dados do Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundo do Banco Central e qual foi o curto-circuito que os colocou na internet, expostos à curiosidade pública, inclusive dos repórteres da própria Folha.
PS. De novo, nada do que foi dito aqui é senão o que está escrito nos arquivos da Junta Comercial de São Paulo. É só se cadastrar em www.jucesponline.sp.gov.br e fazer a pesquisa.
2 comentários:
Já não está na hora de começarmos a organizar uma passeata? Talvez assim a Globo tenha que falar alguma coisa...
Miro,
Dá uma olhada nesse texto do Palmério Dória, reproduzindo uma entrevista com o Protógenes.
Ao que tudo indica esse "Caso Paribas" (você já tinha ouvido falar alguma coisa sobre ele?) é ainda mais estarrecedor que os fatos narrados no livro do Amaury.
Dá uma checada e, quem sabe, uma aprofundada nesse tema, porque de acordo com o depoimento do Protógenes o negócio é dinamite pura!
O link: http://www.brasil247.com.br/pt/247/economia/30743/Como-Fernando-Henrica.htm
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