Por Elaine Tavares, no blog Palavras insurgentes:
São absolutamente terríveis as crônicas que estão sendo divulgadas do incêndio que matou 355 pessoas no Centro Penitenciário de Comayagua, no interior de Honduras. Segundo informes do jornalista Davi Romero, da Rádio Globo Honduras, este já é o terceiro caso nos últimos anos de uma tragédia desse tipo, mas essa foi muito maior. Segundo os informes que chegam de Honduras a situação penal é muito parecida com outros centros na América Latina: superlotação, sujeira, violência, doenças, ou seja, uma bomba-relógio sempre pronta a explodir.
O centro de Comayagua, que é uma penitenciária agrícola, com vagas para 250 detentos, tinha uma lotação de quase mil pessoas, a maioria delas camponeses presos por crimes comuns, outro aspecto bastante típico das prisões: gente pobre, pequenos delitos.
As primeiras notícias sobre as causas não passam de hipóteses. Há depoimentos de sobreviventes que contam haver uma disputa entre grupos ligados ao tráfico ou que foi uma reação de alguns criminosos que haviam pagado a agentes prisionais para facilitar fuga. Como eles levaram a grana e não facilitaram, os detentos decidiram queimar colchões. O fogo se espalhou e deu no que deu.
Há depoimentos também, nos jornais locais, de que um agente ao ver o fogo, em vez de abrir as portas para os prisioneiros pudessem fugir, simplesmente deixou as portas trancadas e saiu. Foi só bem mais tarde, quando muitos já estavam mortos que um enfermeiro do presídio decidiu abrir as portas para permitir que os presos saíssem.
De qualquer sorte, tudo ainda é muito inconsistente. Há muita dor e desespero por parte das famílias que querem receber os corpos de seus entes queridos e isso é o que está mobilizando as pessoas nesse momento. Ainda assim, a ONU já notificou ao presidente do país que quer uma investigação minuciosa para ver se não foi um incêndio criminoso. Agentes estadunidenses que trabalham com atentados a bomba estão em Honduras a pedido do presidente Lobo e devem ajudar a investigar as causas da tragédia.
É bom lembrar que Honduras vive desde 2009, quando aconteceu um golpe de estado, uma situação bastante tensa no campo social. Mesmo com um novo presidente civil (eleito em um pleito bastante irregular), a situação não mudou no país. Dezenas de jornalistas já foram assassinados, outro tanto de sindicalistas e lutadores sociais. Além disso, muita gente tem sido presa por participar dos movimentos pela democracia e pela volta de Mel Zelaya, o presidente que foi deposto pelo golpe. Ainda não se tem informações sobre se alguns dos presos em Comayagua estavam nessa condição de presos políticos. Tudo ainda está por saber.
Hoje, a região está em profunda comoção. Centenas de familiares se concentram próximo ao centro penitenciário, alguns em acampamentos improvisados. Querem recuperar os corpos de seus parentes e saber o que realmente aconteceu.
São absolutamente terríveis as crônicas que estão sendo divulgadas do incêndio que matou 355 pessoas no Centro Penitenciário de Comayagua, no interior de Honduras. Segundo informes do jornalista Davi Romero, da Rádio Globo Honduras, este já é o terceiro caso nos últimos anos de uma tragédia desse tipo, mas essa foi muito maior. Segundo os informes que chegam de Honduras a situação penal é muito parecida com outros centros na América Latina: superlotação, sujeira, violência, doenças, ou seja, uma bomba-relógio sempre pronta a explodir.
O centro de Comayagua, que é uma penitenciária agrícola, com vagas para 250 detentos, tinha uma lotação de quase mil pessoas, a maioria delas camponeses presos por crimes comuns, outro aspecto bastante típico das prisões: gente pobre, pequenos delitos.
As primeiras notícias sobre as causas não passam de hipóteses. Há depoimentos de sobreviventes que contam haver uma disputa entre grupos ligados ao tráfico ou que foi uma reação de alguns criminosos que haviam pagado a agentes prisionais para facilitar fuga. Como eles levaram a grana e não facilitaram, os detentos decidiram queimar colchões. O fogo se espalhou e deu no que deu.
Há depoimentos também, nos jornais locais, de que um agente ao ver o fogo, em vez de abrir as portas para os prisioneiros pudessem fugir, simplesmente deixou as portas trancadas e saiu. Foi só bem mais tarde, quando muitos já estavam mortos que um enfermeiro do presídio decidiu abrir as portas para permitir que os presos saíssem.
De qualquer sorte, tudo ainda é muito inconsistente. Há muita dor e desespero por parte das famílias que querem receber os corpos de seus entes queridos e isso é o que está mobilizando as pessoas nesse momento. Ainda assim, a ONU já notificou ao presidente do país que quer uma investigação minuciosa para ver se não foi um incêndio criminoso. Agentes estadunidenses que trabalham com atentados a bomba estão em Honduras a pedido do presidente Lobo e devem ajudar a investigar as causas da tragédia.
É bom lembrar que Honduras vive desde 2009, quando aconteceu um golpe de estado, uma situação bastante tensa no campo social. Mesmo com um novo presidente civil (eleito em um pleito bastante irregular), a situação não mudou no país. Dezenas de jornalistas já foram assassinados, outro tanto de sindicalistas e lutadores sociais. Além disso, muita gente tem sido presa por participar dos movimentos pela democracia e pela volta de Mel Zelaya, o presidente que foi deposto pelo golpe. Ainda não se tem informações sobre se alguns dos presos em Comayagua estavam nessa condição de presos políticos. Tudo ainda está por saber.
Hoje, a região está em profunda comoção. Centenas de familiares se concentram próximo ao centro penitenciário, alguns em acampamentos improvisados. Querem recuperar os corpos de seus parentes e saber o que realmente aconteceu.
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