segunda-feira, 23 de abril de 2012

Aécio, Bresser e a privataria tucana


Por Altamiro Borges

A Folha de hoje traz dois artigos que tratam das privatizações. Aécio Neves, o provável presidenciável tucano em 2014, defende de forma apaixonada a venda das estatais no reinado de FHC. Já o economista Bresser Pereira, que recentemente se desfiliou do PSDB, elogia a atitude corajosa da presidenta Cristina Kirchner de reestatizar a empresa de petróleo da Argentina, a YPF.


Enquanto o primeiro revela toda a sua mentalidade colonizada, o segundo demonstra preocupação com a questão da soberania nacional. Para o senador mineiro, a entrega do patrimônio público inseriu o Brasil no paraíso da globalização neoliberal. “Há 250 milhões de celulares em uso no país”, festeja, bajulando FHC pela “coragem de desencadear o processo de privatização da telefonia”.

Tentativa de castrar o debate

Ele nada fala sobre os péssimos serviços prestados pelas teles, a maioria multinacionais, hoje recordistas de queixas no Procon. Ele também não critica estas empresas, que reduziram os investimentos no país e aumentaram as remessas de lucros para salvar suas matrizes na falida Europa. O artigo serve apenas para elogiar “a coragem” do PSDB e para demonizar os críticos da privatização.

Maroto, o mineiro conclui o seu artigo afirmando que “as restrições ideológicas à privatização são, hoje, página virada na história do país. Vide, por exemplo, as concessões iniciadas, ainda que tardiamente, para a administração dos aeroportos. Incoerências à parte, resultados como esse deveriam inspirar quem tem responsabilidade de governar”. Pura conversa mole!

O debate sobre o tema não está encerrado. Além de analisar os prejuízos causados pela entrega de estatais em áreas estratégicas, é preciso apurar a roubalheira que contaminou todo o processo. O livro “A privataria tucana”, do jornalista Amaury Ribeiro, dá importantes pistas sobre a lavagem do dinheiro da corrupção. Aécio Neves teme que este debate seja retomado no Brasil.

“A Argentina tem razão”

Na Argentina, a presidenta Cristina Kirchner teve a coragem de reabrir a ferida. Diante da rapinagem da Repsol, que não perfurou um poço de petróleo nos últimos anos e aumentou a remessa de lucros para a Espanha, o governo do país vizinho reestatizou este setor estratégico. Bresser Pereira, no extremo oposto ao de Aécio Neves, não tem dúvida de que “a Argentina tem razão”.

Apesar da gritaria do governo espanhol, dos rentistas e de “alguns jornalistas”, o ex-tucano é taxativo. “Não faz sentido deixar sob controle de empresa estrangeira um setor estratégico para o desenvolvimento do país como é o petróleo, especialmente quando essa empresa, em vez de reinvestir seus lucros e aumentar a produção, os remetia para a matriz espanhola”.

5 comentários:

Anônimo disse...

Bom saber que alguns seres humanos são capazes de evoluir!Só não dá para dizer o mesmo do senador Aécio, é muita cara de pau falar em responsabilidade de governar!!!
Onde fica Minas Gerais nessa conversa mole?!

Elisa

Eugênio disse...

Contingências de uma eleição!

Corruptaria Petista, é uma peça de teatro que se desenrola em quatro atos. Primeiro ato: a mídia denuncia comportamentos corruptos de vários ministros da presidente da República e de que o governo estaria favorecendo uma empreiteira, naturalmente em troca de propinas. Segundo ato: o PT indignado, sai em defesa da presidente e faz de tudo para desmoralizar a imprensa que fez as denúncias. Terceiro ato: em vista das denúncias da imprensa se confirmarem, a presidente exonera sete (7) ministros por corrupção e determina que sejam cancelados todos os contratos com a empreiteira denunciada. Quarto ato: o PT sai a campo glorificando a presidente pela faxina contra os malfeitos e a Dilma alcança os maiores índices de aprovação! Final: o PT se esborracha de rir da oposição!

O comportamento extremamente inteligente do PT é surpreendente! A surpresa entretanto, não reside naqueles que assistem a essa peça tão enganosa contra a nação, o que surpreende é o cinismo com o qual se comportam os integrantes deste partido sem escrúpulos! Parece que elegeram tais maquinações políticas para permanecerem no governo, i.é, não como se fosse um ideal cujo propósito seria o bem do país, mas que teria como único objetivo a permanência permanente e absoluta no poder! Em outros termos, elevaram o poder como o seu grande e exclusivo projeto – o poder pelo poder!

Acontece, que apenas em autocracias ou regimes totalitários como o fascismo e o comunismo o poder contém um fim em si mesmo! Numa democracia é um instrumento de atingir o bem comum de seus cidadãos! Ou seja, os que exercem o poder num processo político democrático devem ter a consciência de que fazem parte de uma sociedade cuja riqueza deva ser repartida entre todos de uma nação! Exatamente o contrário do que vem demonstrando o PT (a exemplo da Coréia do Norte, da China e de Cuba), isto é, distribuindo as riquezas do Brasil apenas entre os seus filiados com a distribuição de cargos públicos – o aparelhamento do Estado – e de tantas benesses através de outros meios que desviam recursos públicos em benefício de seus apadrinhados (vide as Ongs ligadas ao governo), além de direcionar suas obras para empreiteiras que contribuem para suas campanhas eleitorais!

Está ficando claro, que o PT pensa que o Brasil é de sua propriedade ou de que a nação consiste nos seus filiados (a exemplo da Coréia do Norte, da China e de Cuba), em outras palavras, o PT está transformando a democracia num meio de se locupletar! Na verdade, o PT caminha para o desconhecido, conduzido por um homem que ainda não refletiu entre aquilo que desejava e o que conseguiu! Exatamente como os políticos irresponsáveis, corruptos ou inconseqüentes que de posse de cargos públicos procuram unicamente se locupletar para dispor de recursos para a próxima campanha eleitoral! Então, acabam por se enveredar num círculo vicioso cada vez querendo mais, ou no famoso “caixa dois” que alegam ser “sobras de campanha”, artifício que José Dirceu quer transformar em tese de sua defesa no mensalão! Em resumo, para estes extremistas do PT (idem para os comunistas ou fascistas que são iguais) tudo isso não é crime, são apenas contingências de uma eleição!

Eugênio José Alati, advogado, e-mail: eugeniojosealati@yahoo.com.br

Anônimo disse...

Este Eugênio é um jénio!

Anônimo disse...

Sr. Eugênio, ou o senhor é com certeza um pps-demo-tucano raivoso ou não vive no Planete Terra, ou melhor Brasil, vc tem certeza de q isso tudo q sr descreve não é uma paranoia sua, de ver uma Massa antes esquecida pelos governante e q hj tem voz, assim com nosso País q antes era subserviente, um pau mandado USA,e hj falamos de frente a frente...Hj nós Massa esquecida podemos dizer aos quatro ventos! TENHO ORGULHO DE SER BRASILEIRO!!!

Anônimo disse...

A peça teatral “Corruptaria Petista” vem aí! Está pronta, mas como a nova CPMI certamente trará novos lances da corrupção que grassam desenfreados no PT, ficou resolvido aguardar. A peça está recheada de quadros que ilustram o caminho desmoralizante que o PT percorreu desde que assumiu o governo. Lembra aquele episódio ridículo de uma deputada do PT festejando a impunidade, a “dança da pizza”! Recorda o espetáculo grotesco do irmão de Genoíno com os “dólares na cueca”! Alguém poderia imaginar algo mais burlesco, caricato, cômico, do que “dólares na cueca”? Traz novamente à memória, o espetáculo dantesco do Waldomiro Diniz que viria ser o principal assessor de José Dirceu – Ministro da Casa Civil – pedindo propina para o PT, exatamente para o Cachoeira! Seria impossível ir além de um fato real tão comprometedor! A peça se detém no mensalão, nos quarenta denunciados pelo Procurador Geral da República, uma alusão clara ao Lula como o Ali Babá do PT, o grande mentiroso da nação que “não sabia de nada”! Será que os próprios petistas acreditaram? Depois, a peça passa para o “poste” que foi eleito pelo Lula e para o seu recorde: um, não; dois, não; três, não; quatro, não; cinco, não; seis, não; sete ministros exonerados por corrupção em menos de um ano de governo, fatos sem antecedentes na história da República! Um alerta: os petistas que eventualmente forem assistir a peça, quando entrar em cartaz, procurem ficar até o final, será surpreendente! Não era para dizer, mas eu vou: no final, sentados numa arquibancada de madeira, como aquelas dos circos mambembes, aparecerá um grupo de petistas com estrelas soviéticas em seus bonés, bandeiras da CUT e vermelhas do PT, que farão a maior algazarra! Morrerão de rir ébrios pelo poder e pelos sucessivos índices de aprovação popular! Até o momento ninguém soube explicar o quê realmente o diretor pretendeu, mas na verdade, todos que assistirem à peça sairão com um gosto amargo de frustração, um sentimento de que por mais que sejam claras as evidências tudo acabe novamente em pizza! Talvez, talvez, de que o próprio mundo não passe de uma pizza, de uma grande pizza afinal! Coisas de diretores!
Att. Eugênio José Alati