Por Altamiro Borges
"Em troca de 1 minuto e meio na TV"
Augusto Nunes, o blogueiro da Veja que ama FHC e detesta
Lula, não gostou nadinha do anúncio nesta semana do apoio do PR à candidatura
de José Serra para a prefeitura de São Paulo. Na sua curiosa lógica, a aliança do
tucano com a sigla de Valdemar Costa Neto atinge a “honra” do PSDB. Indignado, ele
soltou os cachorros – não estou me referindo ao outro colunista da Veja:
“O PR é mais que uma quadrilha expulsa do Ministério dos
Transportes graças às denúncias da imprensa independente (sic). É o atual codinome do
bando que, disfarçado de PL, ajudou a fundar o mensalão em meados de 2002”.
Augusto Nunes, que não escondeu o seu apoio a José Serra nas eleições
presidenciais de 2010, parece preocupado com os reflexos negativos desta nova
aliança.
“Em troca de 1 minuto e meio na TV, o PSDB andará de mãos
dadas com o senador Alfredo Nascimento, despejado do Ministério dos Transportes
por corrupção, fingir que o deputado Tiririca é intelectual desde bebê e, pior,
amancebar-se com Valdemar Costa Neto, vulgo Boy. Hoje deputado federal e
secretário-geral do PR, Boy é um prontuário ambulante de alta periculosidade”.
Para o jornalista da Veja, a aliança de Serra com o PR pode prejudicar o próprio julgamento do mensalão. Serra tenderia a retificar o discurso de
campanha. “Costa estará no banco dos réus, e não convém melindrar um parceiro
de palanque. Por 1 minuto e meio no horário eleitoral, os tucanos
paulistas se proibiram de transformar em trunfo político o mais vistoso desfile
de larápios já transmitido ao vivo pela TV”.
Medo dos reflexos eleitorais
Daí a sua magoada conclusão: “Para o PSDB paulista, a honra agora
vale menos que 90 segundos na TV”. Estranho! Por que o indignado blogueiro da
Veja nunca se indignou com a presença do PR em vários governos tucanos? Por que
Augusto Nunes nunca criticou as alianças do PSDB com o DEM, bem menos ético do que o
PR? O medo é da aliança ou dos reflexos eleitorais em outubro?
2 comentários:
A aliança do PSDB com o PR, cujos integrantes eram chamados de 'mensaleiros' e 'fedorentos' pela oposição midiática e pelos demotucanos, mostra que a preocupação com a ética é inexistente (na prática, nunca existiu, é claro) entre o PSDB-DEM-PPS.
Afinal, como falar em ética quando se tem Arruda, Roriz, Paulo Preto, Yeda Crusius, Perillo e Cachoeira ao lado, não é mesmo?
É incrível como certos militantes travestidos de jornalistas viram gurús da oposição! A ausência de inteligência e liderança na direitona é tão vasta que qualquer Augusto Nunes, um mero Rei do Esgoto (também atende por Reinaldo Azevedo), um Carlos Sardenberg, viram teóricos dos caminhos que a oposição deve tomar.
Imagino se algum jornalista se atreveria a ensinar Ulysses Guimarães, Miguel Arraes, Brizola ou Tancredo Neves a fazer Política... A que ponto desceu o conservadorismo brasileiro, minha Nossa Senhora das Antas!
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