Por Fábio Nogueira, no blog DoLaDoDeLá:
Está no ar a novela Cheias de charme. O folhetim gira em torno de três empregadas domésticas, que de uma hora para outra veem suas vidas alteradas pela fama e o sucesso. Tudo seria lindo e feliz, se a vida das empregadas domésticas no Brasil fosse tão bela assim.
A novela tenta passar a imagem de uma democracia harmoniosa entre domésticas e patrões (as). Mas, em nosso mundo real, nem tudo é uma maravilha. Existe uma rede de abusos desde a exploração do trabalho, passando por humilhações morais e sexuais. Nada é um conto de fada. Outro programa da mesma emissora promove um concurso para apontar a melhor empregada do Brasil, as patroas devem estar gostando muito.
Ficaríamos muito mais felizes se essas mesmas empregadas tão dedicadas ao serviço um dia refletissem sobre o seu papel dentro da construção do trabalho no país. Notará o peso e o valor dê sua tarefa, o quanto é importante e muito valorizada. Se um dia ficarem em greve por 24h, verão o real valor que todas têm. A patroa ou patrão, em muitos casos, ficarão enrolados na casa. Uns vão ficar com fome e sem saber trocar as fraldas sujas das crianças que as domésticas criaram e até deram de mamar, quando deixaram de dar mais atenção aos seus próprios filhos.
Está no ar a novela Cheias de charme. O folhetim gira em torno de três empregadas domésticas, que de uma hora para outra veem suas vidas alteradas pela fama e o sucesso. Tudo seria lindo e feliz, se a vida das empregadas domésticas no Brasil fosse tão bela assim.
Não é de hoje que a categoria de trabalhadoras está presente no dia-a-dia nas casas de famílias de classe média baixa e média alta. Isto ainda representa um resquício do que foi por três séculos a escravidão no Brasil. Por incrível que pareça, as domésticas, como qualquer profissão digna, são das poucas trabalhadoras que seus direitos são negados. Em sua maioria moradora de favela, sem nenhuma instrução escolar, ganham menos que um salário mínimo. Muitas vezes deixam de ver os seus filhos para dormir no serviço, pois a madame quer economizar na passagem do transporte. Não estranhe se o quarto da empregada for menor que a garagem ou o closet (um guarda-roupa ampliado).
A novela tenta passar a imagem de uma democracia harmoniosa entre domésticas e patrões (as). Mas, em nosso mundo real, nem tudo é uma maravilha. Existe uma rede de abusos desde a exploração do trabalho, passando por humilhações morais e sexuais. Nada é um conto de fada. Outro programa da mesma emissora promove um concurso para apontar a melhor empregada do Brasil, as patroas devem estar gostando muito.
Ficaríamos muito mais felizes se essas mesmas empregadas tão dedicadas ao serviço um dia refletissem sobre o seu papel dentro da construção do trabalho no país. Notará o peso e o valor dê sua tarefa, o quanto é importante e muito valorizada. Se um dia ficarem em greve por 24h, verão o real valor que todas têm. A patroa ou patrão, em muitos casos, ficarão enrolados na casa. Uns vão ficar com fome e sem saber trocar as fraldas sujas das crianças que as domésticas criaram e até deram de mamar, quando deixaram de dar mais atenção aos seus próprios filhos.
Lutem por seus direitos, trabalhadoras. Façam valer os seus direitos como o FGTS, que os empregadores negam enquanto realizam festas que dava para pagar quase oito anos de tempo de serviço. Façam valer o direito de estudar, mudar de vida e estimular outras colegas de serviço a fazer o mesmo. Não caia na cilada de que está tudo ótimo, conforme a novela passa. Não pense que a maioria das patroas quer ver seu bem, mas, querem sim, sugá-las até a última gota de sangue com trabalhos exaustivos, péssimos salários e humilhações.
O emprego de doméstica é legitimo como qualquer outro. Ilegítimo é o porquê de ser tão explorado.
Reforço que o serviço de doméstica ainda é uma sombra do Brasil escravocrata, um símbolo de poder e dominação. Não é à toa que as domésticas são, em sua maioria, mulheres negras. Um trecho da canção Zé do caroço, da compositora Lecy Brandão, é o fiel retrato de como as massas populares são manipuladas pela ótica da teledramaturgia em relação ao nosso dia-a dia:
Reforço que o serviço de doméstica ainda é uma sombra do Brasil escravocrata, um símbolo de poder e dominação. Não é à toa que as domésticas são, em sua maioria, mulheres negras. Um trecho da canção Zé do caroço, da compositora Lecy Brandão, é o fiel retrato de como as massas populares são manipuladas pela ótica da teledramaturgia em relação ao nosso dia-a dia:
E na hora que a televisão brasileira
Destrói toda a gente com sua novela
É que o Zé bota a boca no mundo
Ele faz um discurso profundo
Ele quer ver o bem da favela
Hoje o mundo é dos informados, e muito bem-informados.
Domésticas, é a vez de revolução!!!
Destrói toda a gente com sua novela
É que o Zé bota a boca no mundo
Ele faz um discurso profundo
Ele quer ver o bem da favela
Hoje o mundo é dos informados, e muito bem-informados.
Domésticas, é a vez de revolução!!!
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