Por Paulo Donizetti, na Revista do Brasil:
Em 31 de julho, quando esta edição era concluída, o jornal Valor Econômico informava: “O julgamento do mensalão vai emperrar a pauta do Supremo Tribunal Federal (STF) no segundo semestre e a Corte deverá deixar de julgar as questões tributárias mais importantes do país, em que estão em jogo dezenas de bilhões de reais para empresas e governo”. O fato ilustra o quanto a pressão dos meios de comunicação pelo julgamento do chamado mensalão afeta a agenda do país. Alguns lembrarão que o processo já dura sete anos e o STF só faz sua obrigação.
Então, deixe-se de lado que a fila do tribunal empurra para 2013 processos sobre perdas bilionárias das cadernetas de poupança devido a planos econômicos de 1985 a 1991. Atente-se apenas ao fato de a pressão sobre o STF coincidir com eleições municipais. Assim, enquanto os veículos mantêm o público ocupado com o mensalão, seus aliados em outros escândalos da República disputam as eleições mais tranquilos.
O episódio carrega pecados a serem investigados. Ao admitir alianças com setores da política habituados ao fisiologismo, o PT assumiu duplo risco no desafio de governar: enfrentar uma oposição feroz e bem armada, embora sem projeto; e zelar para não ficar refém de certos“amigos”.
O problema é que os maiores conglomerados de comunicação sempre tiveram lado. Criaram o ambiente que levou ao suicídio de Getúlio em 1954. Associaram-se às tentativas de impedir as posses de JK, em 1956, e de João Goulart, em 1961. E participaram da derrubada de Jango em 1964, que antecedeu 21 anos de ditadura. Não por acaso, sempre contra governos trabalhistas e democráticos. No episódio do mensalão, o objetivo nunca foi moralizador, mas “sangrar” o governo para que Lula não disputasse a reeleição. Não deu certo, e a luta continua.
Cabe aos defensores da democracia, da ética e dos avanços sociais pensar o país que não se esgota nesse julgamento. Pensar um sistema eleitoral que diminua a influência do poder econômico. E um sistema de comunicação sem monopólio, para que a diversidade de pensamento esteja ao alcance das pessoas.
A propósito, que a cassação do senador Demóstenes Torres, condecorado mosqueteiro da ética pela Veja, não abafe o fato de que a cumplicidade da revista da editora Abril com Carlos Cachoeira ainda está por ser investigada.
Em 31 de julho, quando esta edição era concluída, o jornal Valor Econômico informava: “O julgamento do mensalão vai emperrar a pauta do Supremo Tribunal Federal (STF) no segundo semestre e a Corte deverá deixar de julgar as questões tributárias mais importantes do país, em que estão em jogo dezenas de bilhões de reais para empresas e governo”. O fato ilustra o quanto a pressão dos meios de comunicação pelo julgamento do chamado mensalão afeta a agenda do país. Alguns lembrarão que o processo já dura sete anos e o STF só faz sua obrigação.
Então, deixe-se de lado que a fila do tribunal empurra para 2013 processos sobre perdas bilionárias das cadernetas de poupança devido a planos econômicos de 1985 a 1991. Atente-se apenas ao fato de a pressão sobre o STF coincidir com eleições municipais. Assim, enquanto os veículos mantêm o público ocupado com o mensalão, seus aliados em outros escândalos da República disputam as eleições mais tranquilos.
O episódio carrega pecados a serem investigados. Ao admitir alianças com setores da política habituados ao fisiologismo, o PT assumiu duplo risco no desafio de governar: enfrentar uma oposição feroz e bem armada, embora sem projeto; e zelar para não ficar refém de certos“amigos”.
O problema é que os maiores conglomerados de comunicação sempre tiveram lado. Criaram o ambiente que levou ao suicídio de Getúlio em 1954. Associaram-se às tentativas de impedir as posses de JK, em 1956, e de João Goulart, em 1961. E participaram da derrubada de Jango em 1964, que antecedeu 21 anos de ditadura. Não por acaso, sempre contra governos trabalhistas e democráticos. No episódio do mensalão, o objetivo nunca foi moralizador, mas “sangrar” o governo para que Lula não disputasse a reeleição. Não deu certo, e a luta continua.
Cabe aos defensores da democracia, da ética e dos avanços sociais pensar o país que não se esgota nesse julgamento. Pensar um sistema eleitoral que diminua a influência do poder econômico. E um sistema de comunicação sem monopólio, para que a diversidade de pensamento esteja ao alcance das pessoas.
A propósito, que a cassação do senador Demóstenes Torres, condecorado mosqueteiro da ética pela Veja, não abafe o fato de que a cumplicidade da revista da editora Abril com Carlos Cachoeira ainda está por ser investigada.
1 comentários:
Olha só! contradição a vista, vc sabe quem são os proprietários do valor econômico? Ué, vc gosta ou não da Globo e da folha
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