Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:
Perdemos no futebol, como sempre, mas ganhamos medalhas como nunca nas Olimpíadas que terminam neste domingo em Londres.
Com a prata que ganhamos no jogo em que a seleção de Mano Menezes e José Maria Marin entregou o ouro ao México, batemos o nosso recorde, chegando à 17ª medalha. Foi de prata, mas tudo bem.
Mais de 200 países mandaram seus atletas a Londres e muitos não ganharam medalha alguma. Vamos ficar entre os 30 primeiros, uma posição que, se não é nenhuma beleza, também não quer dizer que o Brasil deu vexame de passar vergonha. Tivemos belas vitórias no judô, no vôlei e no boxe.
Durante duas semanas, a cada derrota brasileira, mais uma vez vivemos a síndrome de país vira-lata e, a cada vitória, ganhamos novos heróis.
Nem somos uma terra de vira-latas, nem um país de heróis: as Olimpíadas são apenas um momento em que nos encontramos conosco, com as nossas grandezas e as nossas misérias, dentro dos campos e fora deles.
Claro que a maior frustração veio na final do futebol masculino nesta manhã de sábado, em que tínhamos tudo para ganhar nossa primeira medalha de ouro, depois de pegar adversários fracos ao longo da competição.
Antes do jogo começar, porém, um detalhe me chamou a atenção e acabou explicando o que aconteceu ao longo dos 90 minutos: todos os jogadores do México cantaram bem alto o hino nacional deles, enquanto os meninos da seleção brasileira ficavam em silêncio obsequioso ao ouvir o nosso.
Pode parecer bobagem, mas este foi um sinal de que o México entrou em campo não apenas para competir, mas para ganhar, enquanto o time de Mano nem parecia estar disputando uma medalha de ouro inédita para o Brasil.
Depois de tomar um gol aos 30 segundos, numa bobeira do lateral Rafael, que bem simbolizou o estado de espírito desta seleção, sem se importar com o que estava em jogo, Mano Menezes passou o resto do tempo à beira do campo gesticulando e xingando o juiz. No fim do jogo, ao Rafael repetir a dose de indolência, Jean quase saiu na porrada com o lateral
Como bem reparou Romário, o comentarista da Record que é o que mais entende de futebol na televisão, Mano nem deveria estar lá, mas sim Ney Franco, o técnico que classificou o Brasil para as Olimpíadas.
"Mano é treinador de clube", disse Romário - e de clubes que disputam a segunda divisão, acrescento eu - e não tem perfil para comandar a seleção brasileira.
Tudo tem o lado bom e o lado ruim na vida. O lado bom desta derrota por 2 a 1 para o México em Wembley seria Mano pedir o boné, já que dificilmente José Maria Marin, o homem das medalhas que ganhou de bandeja a CBF de Ricardo Teixeira, terá grandeza para renovar todo o comando do futebol brasileiro. Teria que começar por ele mesmo.
Em 2014, teremos a Copa do Mundo no Brasil; dois anos depois, as Olimpíadas serão no Rio de Janeiro _ um bom motivo para a gente construir desde já novos caminhos, sem espírito de vira-lata nem mania de grandeza, mas apenas tratando o esporte com mais respeito.
Falta pouco tempo, senhores cartolas.
Com a prata que ganhamos no jogo em que a seleção de Mano Menezes e José Maria Marin entregou o ouro ao México, batemos o nosso recorde, chegando à 17ª medalha. Foi de prata, mas tudo bem.
Mais de 200 países mandaram seus atletas a Londres e muitos não ganharam medalha alguma. Vamos ficar entre os 30 primeiros, uma posição que, se não é nenhuma beleza, também não quer dizer que o Brasil deu vexame de passar vergonha. Tivemos belas vitórias no judô, no vôlei e no boxe.
Durante duas semanas, a cada derrota brasileira, mais uma vez vivemos a síndrome de país vira-lata e, a cada vitória, ganhamos novos heróis.
Nem somos uma terra de vira-latas, nem um país de heróis: as Olimpíadas são apenas um momento em que nos encontramos conosco, com as nossas grandezas e as nossas misérias, dentro dos campos e fora deles.
Claro que a maior frustração veio na final do futebol masculino nesta manhã de sábado, em que tínhamos tudo para ganhar nossa primeira medalha de ouro, depois de pegar adversários fracos ao longo da competição.
Antes do jogo começar, porém, um detalhe me chamou a atenção e acabou explicando o que aconteceu ao longo dos 90 minutos: todos os jogadores do México cantaram bem alto o hino nacional deles, enquanto os meninos da seleção brasileira ficavam em silêncio obsequioso ao ouvir o nosso.
Pode parecer bobagem, mas este foi um sinal de que o México entrou em campo não apenas para competir, mas para ganhar, enquanto o time de Mano nem parecia estar disputando uma medalha de ouro inédita para o Brasil.
Depois de tomar um gol aos 30 segundos, numa bobeira do lateral Rafael, que bem simbolizou o estado de espírito desta seleção, sem se importar com o que estava em jogo, Mano Menezes passou o resto do tempo à beira do campo gesticulando e xingando o juiz. No fim do jogo, ao Rafael repetir a dose de indolência, Jean quase saiu na porrada com o lateral
Como bem reparou Romário, o comentarista da Record que é o que mais entende de futebol na televisão, Mano nem deveria estar lá, mas sim Ney Franco, o técnico que classificou o Brasil para as Olimpíadas.
"Mano é treinador de clube", disse Romário - e de clubes que disputam a segunda divisão, acrescento eu - e não tem perfil para comandar a seleção brasileira.
Tudo tem o lado bom e o lado ruim na vida. O lado bom desta derrota por 2 a 1 para o México em Wembley seria Mano pedir o boné, já que dificilmente José Maria Marin, o homem das medalhas que ganhou de bandeja a CBF de Ricardo Teixeira, terá grandeza para renovar todo o comando do futebol brasileiro. Teria que começar por ele mesmo.
Em 2014, teremos a Copa do Mundo no Brasil; dois anos depois, as Olimpíadas serão no Rio de Janeiro _ um bom motivo para a gente construir desde já novos caminhos, sem espírito de vira-lata nem mania de grandeza, mas apenas tratando o esporte com mais respeito.
Falta pouco tempo, senhores cartolas.
6 comentários:
Miro, as críticas são devido a participação do Brasil ter sido no governo do PT.
Ate parece mesmo.Como se cantar hino nacional ganhasse jogo...
A Selecao perdeu pra ela mesma, e sim, um dos principais e' Mano Menezes, que convoca e escala jogadores indicados por empresarios, atraves de esquemas obscuros do mundo do futebol.
Qual foi o gasto público disto?
Medalha, medalha, medalha
Ficou difícil entender o que querem certos cronistas esportivos, além de reclamar a qualquer pretexto.
Quando pareceu que a delegação brasileira não igualaria seus resultados de Pequim, a soma das medalhas ganhou suma importância. Menos de quinze era um fracasso. Agora que a marca histórica foi superada, esse critério ficou irrelevante.
Quer dizer, nem tanto. Os pódios continuam significativos, mas apenas para corroborar a frustração de expectativas. Dezessete é pouco para o investimento. Vigésimo segundo lugar, atrás do Irã e da Jamaica! Mas se alguém responder “Junto com Espanha e na frente de Canadá, Noruega e Índia!”, será chamado de ufanista.
Há quem diga que foi, além de pouco, esperado. Mas quem realmente adivinhou qualquer dos resultados obtidos? Na verdade, tanto as conquistas quanto as derrotas foram surpreendentes e contrariaram todas as previsões. E que números separam o “pouco” do “razoável” e este do “bom”? Existe uma verba “justa” por medalha alcançada? Devemos financiar apenas vencedores? E o que caracteriza uma legítima vitória?
Se troféus pendurados nos pescoços servem como critério global, não há por que diminuir a evolução do esporte olímpico brasileiro. Mas se queremos analisar o tema a fundo, precisaremos esquecer os pódios e discutir cada modalidade e seus respectivos atletas, a partir de dados objetivos, sem patriotadas, complexos ou rancores partidários. Confio no segundo caminho.
http://guilhermescalzilli.blogspot.com.br/
É uma vergonha sim senhor o desempenho do Brasil. Um país que não valoriza os esportes e mesmo no futebol já não é mais o melhor,futebol brasileiro criado nas periferias,na varzea pelo talento do povo brasileiro mas que foi expropriado pelos capitalistas do ramo(é a força da grana que destrói coisas belas!).Um país gigante que despreza a educação e o desporto.Nossos atletas são uns herois pois mesmo diante de tantas adversidades ainda conseguem alguma coisa.E quando desponta algum talento,logo vem os abutres tirarem profeito do sucesso alheio:os tais patrocinadores,a mídia,os cartolas...Esse é o incentivo ao esporte que vemos em nosso país.
Bem, a gente fica ate sem palavras. O Q VAI ACONTECER EM 2014? A selecao nao vai nem passar dos primeiros jogos.Como pode sera q esses dirigentes nao estao vendo q o Mano MENEZES nao e tecnico para a SELECAO BRASILEIRA? Vai ser um desespero esse senhor comandando a Selecao, a mesma vergonha q aconteceu em LONDRES.Mas uma coisa e certo a Selecao vai chegar como esta. FRACA,DESOGANIZADA, E SERVINDO DE PASSARELA PRA NYLMAR E PATO APARECER.
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