segunda-feira, 10 de setembro de 2012

FHC está certo: “fadiga de material”

Por Altamiro Borges

Quando Lula opina sobre as eleições municipais, a mídia cai de pau e exige “compostura” do ex-presidente. Mas quando FHC dispara suas bravatas, a mesma imprensa repercute amplamente. Alguns “calunistas” até babam e pedem benção ao grão-tucano. Nos últimos dias, FHC está com a corda toda. Já atacou a “herança pesada” de Lula e recebeu uma bordoada da presidente Dilma. Já apareceu no programa de Serra e até explorou o “mensalão petista”. No meio de tanta falação, porém, o ex-presidente até que disse uma verdade.

Na semana passada, o “príncipe da Sorbonne” tentou teorizar sobre as causas das dificuldades do candidato tucano à prefeitura de São Paulo – que caiu de 31 para 21% nas últimas pesquisas do Datafolha e corre o sério risco de nem ir para o segundo turno. Num lapso de sinceridade – ou talvez seja mais um capítulo da sua briga fratricida com Serra? –, FHC explicou ao jornal Estadão que a queda deriva de uma “fadiga de material” e que há um “cansaço do eleitorado com a predominância do PSDB por muito tempo” no governo paulista.

O "coveiro" de Serra

Neste ponto, FHC está certo. De fato, ninguém aguenta mais a mesmice e a mediocridade dos tucanos em São Paulo. O PSDB ocupa o Palácio dos Bandeirantes há 18 anos e há oito anos manda na prefeitura da capital, com as gestões de Serra e Kassab. Neste longo período, os problemas do estado e da cidade se avolumaram. Para piorar, o partido apresentou novamente a candidatura do eterno candidato José Serra, com cheiro de mofo e inúmeras promessas não cumpridas – inclusive a de não abandonar a prefeitura.

A soma da rejeição do próprio candidato (que bate recorde) com a péssima gestão da capital (que também é recordista em rejeição) explica as dificuldades de José Serra. Há, de fato, uma “fadiga de material”, um “cansaço do eleitorado”. Quem não deve ter gostado deste diagnóstico certeiro foi o rejeitado candidato tucano. Mas Serra pode ficar tranquilo. A mídia “amiga” evitou dar destaque à declaração do “coveiro” FHC. Seguindo a receita de Rubens Ricupero, ela enfatiza o que lhe interessa e esconde o que lhe prejudica. 

2 comentários:

Eduardo CPQ disse...

Caro Altamiro,

se o diagnóstico está correto, a figura "fadiga de material" está mal colocada.

Melhor seria "saco cheio", não?

Como engenheiro, FHC é um péssimo sociólogo.

Abraço.

Fabio Martins disse...


Nasci bastante antes da metade do século XX.Pra mim, aquele ínterim até
a tragédia do nazi-fascismo,com Japão no meio, com o extermínio de Yroshyma
e Nagasaki, com plano marshall e demais tresloucamentos após Hitler, embora os "avanços" sobremodo da tecnologia armamentista e da pandemia do tráficos das drogas, a humanidade foi mortalmente ferida em sua estrutura natural.Prova disto são as condutas de próceres das três ordens essenciais na vida das nações.Entre os de hoje, como dantes,está um dos mais ameaçadores o "dito cujo" quarto poder. E aqui no Brasil, desgraçadamente, passou a funcionar do modo mais semelhante e triste como era o insaciável, devorador Gargantuá. Perdoem-me, se saio do sério e ouso dizer, sobre áreas midiáticas, a se arrogarem como impunes donos de prepotência suprema.Com tais feitos de lesas-pátrias são apenas cúmplices no há de mais asqueroso contra a dignidade geral e individual da Vida dos Brasilerios de verdade.