Por Altamiro Borges
A Folha – a mesma que apoiou o golpe militar de 1964, cedeu
suas peruas para o transporte de presos políticos e aliou-se aos generais “linha
dura” – jura que não é golpista. Para o jornal da famiglia Frias, a nota foi
escrita por “um bando de políticos unidos pelo apego ao poder”. Já a Veja – que
inventou várias entrevistas, produziu capas mentirosas e aliou-se à máfia de
Carlinhos Cachoeira – garante que o texto revela o desespero dos governistas. Quanto aos “calunistas”, eles são hilários – para não dizer
patéticos!
A nota assinada por seis partidos políticos (PT, PMDB, PSB,
PCdoB, PDT e PRB), denunciando uma nova ofensiva golpista no país, irritou os
barões da mídia e seus serviçais. Em editorial ontem (22), a Folha afirma já no
título que o texto é “ridículo”. A Veja, que até agora não publicou a
entrevista com o Marcos Valério acusando Lula de ser “o chefe do
mensalão”, também atacou a nota dos líderes partidários. E cheirosos “calunistas”,
como Merval Pereira e Eliana Cantanhêde, tentaram desqualificar o
pronunciamento.
Urgência da regulação da mídia
Eliane Cantanhêde, aquela da “massa cheirosa” do PSDB, corre
em defesa dos demotucanos e da sua mídia e diz que a nota é “hilária”. Para
ela, a oposição, “tão mirrada”, não tem força para “promover um golpe à la
Getúlio e à la Jango”. Haja inocência ou marotagem. Foi exatamente por não ter
forças, escorraçada pelas urnas, que a direita udenista orquestrou inúmeros
golpes na história do Brasil, sempre com o auxílio dos barões da mídia. No
desespero, a direita sempre atentou contra a democracia – no passado e no
presente!
A reação da mídia golpista evidencia que o alerta dos seis
partidos foi correto. A nota até foi branda e saiu com certo atraso. Ela devia
exigir que a CPI do Cachoeira convocasse os chefões da Veja para apurar
suas relações com o crime organizado. Podia até ter criticado o governo Dilma
por alimentar cobras, repassando milhões em anúncios para
veículos partidarizados. E podia também cobrar do governo o imediato debate
sobre a regulação dos meios de comunicação, já que a ditadura midiática coloca
em risco a democracia!
3 comentários:
Enviei duas cartas ao Painel do Leitor da Folha e, obviamente, nenhuma foi publicada.
RIDÍCULO
O Sr. Otávio Frias Filho, no seu editorial "Ridículo", destilou o seu já conhecido ódio petista de forma ridícula e preconceituosa. Não acatar com serenidade a nota dos líderes partidários em seus direitos democráticos de se manifestar, é o mesmo que chamar a ditadura militar de 1964, que seu jornal apoiou, de "ditabranda". Que moral o editorialista de um jornal que apoiou a ditadura tem ao criticar o PT quando diz que este está "associado à direita religiosa, ao malufismo, a José Sarney e a Fernando Collor"? Que moral tem o editorialista de um jornal que não tem coragem de assumir seu lado tucano e se esconde sob uma pseudoindependência? Antes de classificar qualquer coisa de "ridículo", o editorialista deveria olhar para si próprio e para seu jornal.
FORA DE TOM E DE HORA
A colunista Eliane Cantanhêde, em artigo irônico (Opinião, A2, 21/09), classifica como "fora de tom e de hora" a carta "À sociedade brasileria" em que os partidos aliados ao governo defendem o ex-presidente Lula, em resposta à nota da oposição sobre reportagem da suposta entrevista do publicitário Marcos Valério à revista Veja. Não seria "fora de tom e de hora" a reportagem da revista? À imprensa tudo é permitido? Até tentar influenciar a mais alta corte da Justiça do país?
Finalmente os partidos resolveram cumprir sua finalidade e denunciar o seu "concorrente" ilegal e maior: o Partido da Imprensa Golpista, o PIG - sem registro no TRE. Essa Cantanhêde, e a cambada de "calunistas" colegas dela, é uma farsante, pois bem sabe que foi a fraqueza dos partidos de oposição - hoje, o PSDB e seus parceiros - que os empurrou para a mídia, objetivando golpes na democracia! Quanta babaquice dona Cantanhêde!
"Se você não for cuidadoso, os jornais farão você odiar as pessoas que estão sendo oprimidas, e amar as pessoas que estão oprimindo" - Malcolm X (1925-1965).
"Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corruta formará um público tão vil como ela mesma." - Joseph Pulitzer (1847-1911).
Ley de Medios, já ! ! ! Comissão da Verdade, já ! ! !
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