Por José Reinaldo Carvalho, no blog Resistência:
A União Europeia (UE) ganhou na última sexta-feira (12) o Prêmio Nobel da Paz de 2012. O júri destacou em sua justificativa as “conquistas” para "o avanço da paz e a reconciliação" na Europa, assim como para o estabelecimento "da democracia e dos direitos humanos" no continente.
A UE e as instituições que a precederam em sua formação "contribuíram durante mais de seis décadas para a paz e a reconciliação, a democracia e os direitos humanos", disse o presidente do Comitê Nobel, Thorbjoern Jagland.
"O Nobel da Paz é uma grande honra para toda a EU, para seus 500 milhões de cidadãos", afirmou o presidente da Comissão Europeia, o direitista português José Manuel Durão Barroso, em cuja gestão como primeiro-ministro de Portugal, reuniu-se em 2003 a “Cúpula dos Açores”, que ultimou os preparativos do imperialismo estadunidense e seus aliados para desencadear a guerra contra o Iraque.
A União Europeia (UE) ganhou na última sexta-feira (12) o Prêmio Nobel da Paz de 2012. O júri destacou em sua justificativa as “conquistas” para "o avanço da paz e a reconciliação" na Europa, assim como para o estabelecimento "da democracia e dos direitos humanos" no continente.
A UE e as instituições que a precederam em sua formação "contribuíram durante mais de seis décadas para a paz e a reconciliação, a democracia e os direitos humanos", disse o presidente do Comitê Nobel, Thorbjoern Jagland.
"O Nobel da Paz é uma grande honra para toda a EU, para seus 500 milhões de cidadãos", afirmou o presidente da Comissão Europeia, o direitista português José Manuel Durão Barroso, em cuja gestão como primeiro-ministro de Portugal, reuniu-se em 2003 a “Cúpula dos Açores”, que ultimou os preparativos do imperialismo estadunidense e seus aliados para desencadear a guerra contra o Iraque.
Em 2009, o Prêmio Nobel da Paz foi concedido ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que tinha acabado de se eleger com promessas de paz. No final de seu mandato, Obama fez uma política externa que em essência não se diferenciou da do seu antecessor.
O Nobel da Paz premia uma Europa que está promovendo uma brutal ofensiva contra os direitos dos trabalhadores, fazendo cortes em direitos básicos como a educação e a saúde. As políticas governamentais dos países-membros, todas elas formuladas e impostas desde Bruxelas, sede da UE, geram o crescimento da pobreza e da desigualdade social, assim como o estrangulamento e a perda de soberania dos países mais débeis, em nome dos interesses dos bancos credores e das potências europeias hegemônicas – a Alemanha e a França.
A União Europeia que é agraciada com o Nobel da Paz é a mesma que persegue imigrantes e se militariza cada vez mais, apoia os regimes reacionários no Oriente Médio e dá mão forte aos sionistas israelenses em sua política de massacres ao povo palestino.
A União Europeia é cúmplice da chamada “guerra ao terror”, por isso apoiou as agressões à antiga Iugoslávia, ao Iraque, ao Afeganistão e à Líbia, silencia sobre os ataques feitos com aviões não tripulados na fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão e defende a intervenção militar na Síria, além de atuar em conjunto com os Estados Unidos na política de sanções contra o Irã e a Coreia Popular. Igualmente, a União Europeia é cúmplice do bloqueio a Cuba e está implicada nas intermitentes provocações à Venezuela bolivariana.
No mesmo dia em que a premiação foi anunciada, o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), entidade que integra o Conselho Mundial da Paz, como membro do Comitê Executivo e coordenador regional europeu, emitiu nota posicionando-se sobre a decisão, considerando-a “no mínimo, questionável”.
A nota dos pacifistas portugueses assinala que é necessário recordar “que ao longo das últimas décadas a União Europeia tem protagonizado um processo de militarização, acelerado desde 1999, após ter tido um papel crucial no violento desmembramento da Iugoslávia e, posteriormente, na brutal agressão militar a este país, culminando com o processo de secessão da Província Sérvia do Kosovo à revelia do direito internacional”.
O documento do Conselho Português para a Paz e Cooperação lembra ainda que desde a Cúpula da Otan realizada em Washington, em 1999, a União Europeia recebeu a atribuição de constituir-se como pilar europeu deste bloco político-militar liderado pelos EUA. Segundo o CPPC, “deste então este papel tem vindo a afirmar-se e a reforçar-se, nomeadamente a partir de 2002 e com a aprovação do Tratado de Lisboa”.
Num claro desmentido do caráter “pacifista” da UE, o CPPC assinala que este bloco ao longo das últimas décadas, “tem protagonizado e apoiado todas as agressões militares da Otan e ou dos seus membros contra a soberania e a independência nacional de diferentes Estados, como na Iugoslávia, no Iraque, no Afeganistão, na Líbia ou agora na Síria, bem como violentos regimes de sanções que atingem duramente os povos de diversos países”.
A entidade portuguesa considera que as posições e ações protagonizadas pela UE contrariam “os princípios consagrados na Carta das Nações Unidas - de respeito da soberania dos Estados e da não ingerência nos seus assuntos internos, antes pelo contrário, promovem uma crescente e incessante militarização das relações internacionais, sendo complacente com a violação de direitos humanos, como se verificou, por exemplo, com os denominados ‘voos da CIA’ - os seus criminosos sequestros e práticas de tortura”.
A nota do CPPC afirma ainda que “a União Europeia está longe de cumprir a dita ‘missão de propagar paz, a democracia, os direitos humanos no resto do mundo’ que alguns lhe pretendem atribuir, bem pelo contrário”.
A entidade coordenadora do Conselho Mundial da Paz na Europa destaca que a paz no continente “foi uma conquista dos povos após a Segunda Guerra Mundial, para a qual foi decisiva a aspiração de paz de milhões de cidadãos, muitos dos quais ativistas do forte e amplo movimento da paz que se afirmou e desenvolveu após 1945”.
E finaliza demonstrando o paradoxo da atribuição do Prêmio Nobel da Paz à União Europeia: “A realidade da ação e dos propósitos enunciados pela União Europeia muito se distanciam dos valores e princípios proclamados e estabelecidos pela histórica Conferência de Helsinque, realizada em 1975, como: o respeito da soberania; o não recurso à ameaça ou uso da força; o respeito pela integridade territorial dos Estados; a resolução pacífica dos conflitos; a não ingerência nos assuntos internos dos Estados; o respeito pelos direitos humanos e liberdades fundamentais; o direito à autodeterminação dos povos; e a cooperação entre os Estados – valores e princípios inscritos na Carta das Nações Unidas”.
O Nobel da Paz premia uma Europa que está promovendo uma brutal ofensiva contra os direitos dos trabalhadores, fazendo cortes em direitos básicos como a educação e a saúde. As políticas governamentais dos países-membros, todas elas formuladas e impostas desde Bruxelas, sede da UE, geram o crescimento da pobreza e da desigualdade social, assim como o estrangulamento e a perda de soberania dos países mais débeis, em nome dos interesses dos bancos credores e das potências europeias hegemônicas – a Alemanha e a França.
A União Europeia que é agraciada com o Nobel da Paz é a mesma que persegue imigrantes e se militariza cada vez mais, apoia os regimes reacionários no Oriente Médio e dá mão forte aos sionistas israelenses em sua política de massacres ao povo palestino.
A União Europeia é cúmplice da chamada “guerra ao terror”, por isso apoiou as agressões à antiga Iugoslávia, ao Iraque, ao Afeganistão e à Líbia, silencia sobre os ataques feitos com aviões não tripulados na fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão e defende a intervenção militar na Síria, além de atuar em conjunto com os Estados Unidos na política de sanções contra o Irã e a Coreia Popular. Igualmente, a União Europeia é cúmplice do bloqueio a Cuba e está implicada nas intermitentes provocações à Venezuela bolivariana.
No mesmo dia em que a premiação foi anunciada, o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), entidade que integra o Conselho Mundial da Paz, como membro do Comitê Executivo e coordenador regional europeu, emitiu nota posicionando-se sobre a decisão, considerando-a “no mínimo, questionável”.
A nota dos pacifistas portugueses assinala que é necessário recordar “que ao longo das últimas décadas a União Europeia tem protagonizado um processo de militarização, acelerado desde 1999, após ter tido um papel crucial no violento desmembramento da Iugoslávia e, posteriormente, na brutal agressão militar a este país, culminando com o processo de secessão da Província Sérvia do Kosovo à revelia do direito internacional”.
O documento do Conselho Português para a Paz e Cooperação lembra ainda que desde a Cúpula da Otan realizada em Washington, em 1999, a União Europeia recebeu a atribuição de constituir-se como pilar europeu deste bloco político-militar liderado pelos EUA. Segundo o CPPC, “deste então este papel tem vindo a afirmar-se e a reforçar-se, nomeadamente a partir de 2002 e com a aprovação do Tratado de Lisboa”.
Num claro desmentido do caráter “pacifista” da UE, o CPPC assinala que este bloco ao longo das últimas décadas, “tem protagonizado e apoiado todas as agressões militares da Otan e ou dos seus membros contra a soberania e a independência nacional de diferentes Estados, como na Iugoslávia, no Iraque, no Afeganistão, na Líbia ou agora na Síria, bem como violentos regimes de sanções que atingem duramente os povos de diversos países”.
A entidade portuguesa considera que as posições e ações protagonizadas pela UE contrariam “os princípios consagrados na Carta das Nações Unidas - de respeito da soberania dos Estados e da não ingerência nos seus assuntos internos, antes pelo contrário, promovem uma crescente e incessante militarização das relações internacionais, sendo complacente com a violação de direitos humanos, como se verificou, por exemplo, com os denominados ‘voos da CIA’ - os seus criminosos sequestros e práticas de tortura”.
A nota do CPPC afirma ainda que “a União Europeia está longe de cumprir a dita ‘missão de propagar paz, a democracia, os direitos humanos no resto do mundo’ que alguns lhe pretendem atribuir, bem pelo contrário”.
A entidade coordenadora do Conselho Mundial da Paz na Europa destaca que a paz no continente “foi uma conquista dos povos após a Segunda Guerra Mundial, para a qual foi decisiva a aspiração de paz de milhões de cidadãos, muitos dos quais ativistas do forte e amplo movimento da paz que se afirmou e desenvolveu após 1945”.
E finaliza demonstrando o paradoxo da atribuição do Prêmio Nobel da Paz à União Europeia: “A realidade da ação e dos propósitos enunciados pela União Europeia muito se distanciam dos valores e princípios proclamados e estabelecidos pela histórica Conferência de Helsinque, realizada em 1975, como: o respeito da soberania; o não recurso à ameaça ou uso da força; o respeito pela integridade territorial dos Estados; a resolução pacífica dos conflitos; a não ingerência nos assuntos internos dos Estados; o respeito pelos direitos humanos e liberdades fundamentais; o direito à autodeterminação dos povos; e a cooperação entre os Estados – valores e princípios inscritos na Carta das Nações Unidas”.
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