Por João Peres, na Revista do Brasil:
As eleições dos últimos anos têm sido fundamentais para fazer a sociedade atentar para o surgimento de novas vozes no jornalismo. À medida que a internet alcança mais brasileiros, torna-se mais fácil para o cidadão acessar diversas visões sobre um mesmo tema. O último pleito, em outubro, não teve bolinha de papel a sacudir cocurutos, mas claramente se dividiu entre os meios de comunicação que evocaram o bate-boca político e os que se prestaram a destacar temas de fato relevantes para os cidadãos.
Alguns se arrastaram sofregamente durante três meses pelos corredores do Supremo Tribunal Federal (STF) em busca de notícias que pudessem complicar este ou aquele candidato em meio ao julgamento da Ação Penal 470, do mensalão . Outros compararam planos de governo, esmiuçaram propostas, entrevistaram personagens importantes na formulação das ideias. O resultado está nos números.
Segundo dados do Ibope, as páginas de notícias apresentaram crescimento de 15% na audiência em outubro frente a igual período do ano passado. No caso da Rede Brasil Atual, a expansão foi de 42%, e o site chegou a seu maior nível de acesso da história, com 410 mil visitantes.
Apesar das dificuldades impostas por certo candidato, os repórteres da RBA estiveram presentes nos principais lances da disputa, especialmente em São Paulo. A revelação, feita por nossa reportagem, de que foi o então prefeito José Serra (PSDB) quem eliminou um programa de prevenção aos incêndios em favelas virou tema de debate obrigatório entre os candidatos no primeiro turno. Na segunda fase da disputa, pudemos mergulhar a fundo nos planos de governo de cada postulante.
Os dados indicam, ainda, existir um grupo de leitores ávido por informações aprofundadas. Enquanto nos grandes portais o tempo médio de cada visita raramente passa de dois minutos, na RBA o leitor investe mais de seis minutos conectado e lê em média três notícias por visita. Entre janeiro e novembro, o número de acessos cresceu 31%, as visualizações 69% e a duração média da visita, 119%.
Séries de reportagens ajudaram o leitor a formar opinião: as heranças da ditadura (1964-1985) ainda vivas em nosso país, os entraves para dar um basta ao trabalho escravo, o uso prático da Lei de Acesso à Informação, a resistência das universidades paulistas à adoção de sistemas de cotas, o tráfico de pessoas. Sobre esse tema, aliás, só em 5 de novembro os leitores de um dos mais acessados portais de notícias souberam que o Brasil tem 241 rotas pelas quais atuam os traficantes. Quatro meses antes, em 13 de julho, a RBA trouxe essa questão, em um conjunto de 14 textos em torno do assunto.
Para os meios que fazem da informação uma propriedade privada, as crises de vendas e de audiência nem sempre se combatem com a melhoria da qualidade e a aposta na credibilidade. Alguns fecham jornais, outros apelam ao telemarketing, oferecendo descontos de 50% a 100% nas assinaturas. Mas conforto, mesmo, encontram nos ombros de sempre. Antes de ganhar uma reportagem de capa na edição paulistana de Veja, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, liberou R$ 1,2 milhão de verba pública para produtos do Grupo Abril.
E ainda há quem se queixe das migalhas recebidas pela nova mídia. Na tentativa de descobrir algum privilégio praticado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República com suas verbas de publicidade, o jornal Folha de S. Paulo constatou que os grandes privilegiados são ele próprio, junto com os grupos Globo, Record, Estadão e Abril. Muy independentes, não? Felizmente, está crescendo o número de leitores que procuram outras fontes para se informar. E, felizmente, estão encontrando.
As eleições dos últimos anos têm sido fundamentais para fazer a sociedade atentar para o surgimento de novas vozes no jornalismo. À medida que a internet alcança mais brasileiros, torna-se mais fácil para o cidadão acessar diversas visões sobre um mesmo tema. O último pleito, em outubro, não teve bolinha de papel a sacudir cocurutos, mas claramente se dividiu entre os meios de comunicação que evocaram o bate-boca político e os que se prestaram a destacar temas de fato relevantes para os cidadãos.
Alguns se arrastaram sofregamente durante três meses pelos corredores do Supremo Tribunal Federal (STF) em busca de notícias que pudessem complicar este ou aquele candidato em meio ao julgamento da Ação Penal 470, do mensalão . Outros compararam planos de governo, esmiuçaram propostas, entrevistaram personagens importantes na formulação das ideias. O resultado está nos números.
Segundo dados do Ibope, as páginas de notícias apresentaram crescimento de 15% na audiência em outubro frente a igual período do ano passado. No caso da Rede Brasil Atual, a expansão foi de 42%, e o site chegou a seu maior nível de acesso da história, com 410 mil visitantes.
Apesar das dificuldades impostas por certo candidato, os repórteres da RBA estiveram presentes nos principais lances da disputa, especialmente em São Paulo. A revelação, feita por nossa reportagem, de que foi o então prefeito José Serra (PSDB) quem eliminou um programa de prevenção aos incêndios em favelas virou tema de debate obrigatório entre os candidatos no primeiro turno. Na segunda fase da disputa, pudemos mergulhar a fundo nos planos de governo de cada postulante.
Os dados indicam, ainda, existir um grupo de leitores ávido por informações aprofundadas. Enquanto nos grandes portais o tempo médio de cada visita raramente passa de dois minutos, na RBA o leitor investe mais de seis minutos conectado e lê em média três notícias por visita. Entre janeiro e novembro, o número de acessos cresceu 31%, as visualizações 69% e a duração média da visita, 119%.
Séries de reportagens ajudaram o leitor a formar opinião: as heranças da ditadura (1964-1985) ainda vivas em nosso país, os entraves para dar um basta ao trabalho escravo, o uso prático da Lei de Acesso à Informação, a resistência das universidades paulistas à adoção de sistemas de cotas, o tráfico de pessoas. Sobre esse tema, aliás, só em 5 de novembro os leitores de um dos mais acessados portais de notícias souberam que o Brasil tem 241 rotas pelas quais atuam os traficantes. Quatro meses antes, em 13 de julho, a RBA trouxe essa questão, em um conjunto de 14 textos em torno do assunto.
Para os meios que fazem da informação uma propriedade privada, as crises de vendas e de audiência nem sempre se combatem com a melhoria da qualidade e a aposta na credibilidade. Alguns fecham jornais, outros apelam ao telemarketing, oferecendo descontos de 50% a 100% nas assinaturas. Mas conforto, mesmo, encontram nos ombros de sempre. Antes de ganhar uma reportagem de capa na edição paulistana de Veja, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, liberou R$ 1,2 milhão de verba pública para produtos do Grupo Abril.
E ainda há quem se queixe das migalhas recebidas pela nova mídia. Na tentativa de descobrir algum privilégio praticado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República com suas verbas de publicidade, o jornal Folha de S. Paulo constatou que os grandes privilegiados são ele próprio, junto com os grupos Globo, Record, Estadão e Abril. Muy independentes, não? Felizmente, está crescendo o número de leitores que procuram outras fontes para se informar. E, felizmente, estão encontrando.
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