Por Cadu Amaral, em seu blog:
O programa Bolsa Família é esmola, foi o que, segundo o jornal Gazeta de Alagoas, o governador Teotônio Vilela Filho (PSDB) afirmou em entrevista a uma rádio no interior do estado. Por meio de seu perfil no Twitter, Téo Vilela negou que tenha dado tais declarações. Porém este é o pensamento médio de boa parte de seus eleitores.
Declarações à parte, tal argumento ainda é usado e reutilizado em setores da classe média tradicional juntamente com o de que o programa cria preguiçosos e vagabundos. Valem-se do falso argumento de que tem que criar as condições para conquistarem autonomia financeira sozinhos e sem a dependência de governos. Ou algo no gênero.
Como se os bancos, por exemplo, não se mantivessem ativos graças a ações do Estado. Não se vê a defesa de que os bancos devam “se virar sozinhos” para conquistarem sua independência.
O fato é que o programa Bolsa Família ajuda a impulsionar a economia, gerando empregos e dando sim, mais autonomia dos setores mais pobres em relação aos mais ricos. É comum ouvir “que agora empregada doméstica quer ter direitos”. Mas não é esse programa o maior impulsionador da economia brasileira, pelo menos não sozinho.
É a valorização real do salário mínimo que mais impulsiona a economia do país, sua valorização real – descontada a inflação – é em torno de 70%. Aliado essa nova política implementada nos governos Lula, está a maior oferta de crédito a baixo custo. Nunca nossas taxa de juro foram tão baixas. Os bancos e os sanguessugas do setor financeiro não gostam disso. Em um estado como Alagoas, onde sua economia é monolítica e dependente o pior tipo de cultura que á a cana-de-açúcar, essas políticas tem um efeito ainda maior.
Alagoas detém os piores índices sociais do país. Sua economia é baseada no comércio e na cana-de-açúcar. É esse setor que controla, consequentemente, a política no estado. Entenda política no sentido amplo. Judiciário, imprensa, enfim, valores morais e culturais. O discurso hegemônico em terras Caetés é o do senhor de engenho.
Se a classe média tradicional tem verdadeira ojeriza pelo programa que ajuda a dar mais dignidade aos mais pobres, a classe média tradicional alagoana exala ódio por todos os poros. E diferentemente de alguns estados, ela não quer se tornar independente da oligarquia local, ela quer ser o que não é: senhor de engenho. Se não sobre ter uma usina propriamente dita, mas no status. A classe média tradicional alagoana sonha em ser aristocrata. É quase a relação dos escravos que vivam na casa grande. Eles não se achavam iguais ao da senzala e vivam a ilusão dos sabores da elite.
O Bolsa Família gera mais quatro vezes mais riqueza para Alagoas do que a produção sucro-alcooleira, segundo o professor Cícero Péricles da Universidade Federal de Alagoas em entrevista à revista inglesa The Economist. Para quem não sabe se paga apenas R$ 3,00 por tonelada de cana cortada ao trabalhador.
Se nossa classe média fosse ao menos liberal, não repetiriam asneiras sobre o programa. Como pode crescer o setor de comércio ou qualquer outro que lide direto com a população, num lugar onde só há um setor econômico? E altamente centralizador, diga-se de passagem.
Outra argumentação fajuta é de que se entre no programa e se fica a vida toda “mamando nas tetas do governo”. Afinal, quem não quer receber dinheiro para não fazer nada? Em torno de 40% dos beneficiários do programa já saíram dele. Não mais dependem do recurso para terem uma vida com o mínimo de dignidade. Vagabundo é quem propaga um argumento desses.
Geralmente são “filhinhos de papai” que já ao nascer tiveram tudo pronto na prateleira. Não sabem como seus pais cumularam riqueza de fato, nem como surgiu a lógica do Estado, da propriedade e da acumulação de riqueza. Mas esse é um debate para outro momento.
Não fossem os programas de transferência de renda mais a valorização do salário mínimo, Alagoas não estaria estagnada no séc. XVIII teria recuado para o séc. XV. Para a alegria dos moralistas de plantão.
O programa Bolsa Família é esmola, foi o que, segundo o jornal Gazeta de Alagoas, o governador Teotônio Vilela Filho (PSDB) afirmou em entrevista a uma rádio no interior do estado. Por meio de seu perfil no Twitter, Téo Vilela negou que tenha dado tais declarações. Porém este é o pensamento médio de boa parte de seus eleitores.
Declarações à parte, tal argumento ainda é usado e reutilizado em setores da classe média tradicional juntamente com o de que o programa cria preguiçosos e vagabundos. Valem-se do falso argumento de que tem que criar as condições para conquistarem autonomia financeira sozinhos e sem a dependência de governos. Ou algo no gênero.
Como se os bancos, por exemplo, não se mantivessem ativos graças a ações do Estado. Não se vê a defesa de que os bancos devam “se virar sozinhos” para conquistarem sua independência.
O fato é que o programa Bolsa Família ajuda a impulsionar a economia, gerando empregos e dando sim, mais autonomia dos setores mais pobres em relação aos mais ricos. É comum ouvir “que agora empregada doméstica quer ter direitos”. Mas não é esse programa o maior impulsionador da economia brasileira, pelo menos não sozinho.
É a valorização real do salário mínimo que mais impulsiona a economia do país, sua valorização real – descontada a inflação – é em torno de 70%. Aliado essa nova política implementada nos governos Lula, está a maior oferta de crédito a baixo custo. Nunca nossas taxa de juro foram tão baixas. Os bancos e os sanguessugas do setor financeiro não gostam disso. Em um estado como Alagoas, onde sua economia é monolítica e dependente o pior tipo de cultura que á a cana-de-açúcar, essas políticas tem um efeito ainda maior.
Alagoas detém os piores índices sociais do país. Sua economia é baseada no comércio e na cana-de-açúcar. É esse setor que controla, consequentemente, a política no estado. Entenda política no sentido amplo. Judiciário, imprensa, enfim, valores morais e culturais. O discurso hegemônico em terras Caetés é o do senhor de engenho.
Se a classe média tradicional tem verdadeira ojeriza pelo programa que ajuda a dar mais dignidade aos mais pobres, a classe média tradicional alagoana exala ódio por todos os poros. E diferentemente de alguns estados, ela não quer se tornar independente da oligarquia local, ela quer ser o que não é: senhor de engenho. Se não sobre ter uma usina propriamente dita, mas no status. A classe média tradicional alagoana sonha em ser aristocrata. É quase a relação dos escravos que vivam na casa grande. Eles não se achavam iguais ao da senzala e vivam a ilusão dos sabores da elite.
O Bolsa Família gera mais quatro vezes mais riqueza para Alagoas do que a produção sucro-alcooleira, segundo o professor Cícero Péricles da Universidade Federal de Alagoas em entrevista à revista inglesa The Economist. Para quem não sabe se paga apenas R$ 3,00 por tonelada de cana cortada ao trabalhador.
Se nossa classe média fosse ao menos liberal, não repetiriam asneiras sobre o programa. Como pode crescer o setor de comércio ou qualquer outro que lide direto com a população, num lugar onde só há um setor econômico? E altamente centralizador, diga-se de passagem.
Outra argumentação fajuta é de que se entre no programa e se fica a vida toda “mamando nas tetas do governo”. Afinal, quem não quer receber dinheiro para não fazer nada? Em torno de 40% dos beneficiários do programa já saíram dele. Não mais dependem do recurso para terem uma vida com o mínimo de dignidade. Vagabundo é quem propaga um argumento desses.
Geralmente são “filhinhos de papai” que já ao nascer tiveram tudo pronto na prateleira. Não sabem como seus pais cumularam riqueza de fato, nem como surgiu a lógica do Estado, da propriedade e da acumulação de riqueza. Mas esse é um debate para outro momento.
Não fossem os programas de transferência de renda mais a valorização do salário mínimo, Alagoas não estaria estagnada no séc. XVIII teria recuado para o séc. XV. Para a alegria dos moralistas de plantão.
4 comentários:
Esse argumento utilizado pela classe média tradicional é velho, mesmo. Entretanto, ao ir ao cabeleireiro semana passada, fiquei espantada com uma senhora - que lia a Veja - repetir essa e outras barbaridades e, ainda por cima dizer que Lula e Dilma sustentam o "populacho"...A mentalidade é tão tacanha, intolerante e egoísta que só pode se restringir a esses comentários. E ainda por cima lendo a Veja... Coitada...
Pelo pouco que me lembro, este argumento foi muito utilizado por Lula em campanhas onde o PSDB se sagrou vencedor, ele combatia arduamente os programas O engraçado é que o feitiço mudou de lado e agora os desmiolados da esquerda se martirizam dizendo-se perseguidos por setores midiáticos e de direita.
E o infeliz ainda é eleito com o voto da massa pobre. Ai se eu pudesse mudar a mente dessa gente, fazê-los ver que tipo de governador eles elejeram, para ver se na próxima eleicäo pudessem dar um banana para essa corja do PSDB. Santo Deus até quando ?
Bem, "boa parte dos eleitores" deve ser os 12 da Paulista.
Impotentes...
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