Saiu ontem na coluna de Ilimar Franco, no jornal O Globo:
O governador Marconi Perillo (PSDB-GO) conseguiu liminar na
Justiça proibindo uma jornalista de seu estado de escrever seu nome, sob pena
de pagar multa diária. A decisão é da juíza Luciana Silva. Marconi se sentiu
ofendido por textos de Lênia Soares, críticos à sua gestão e às relações
obscuras com o contraventor Carlos Cachoeira.
Marconi Perillo já era conhecido por silenciar a mídia local
com milionários anúncios publicitários e a nomeação de jornalistas para cargos
no governo. Ele também já perseguia repórteres. Mas, com a eclosão do escândalo
que revelou suas “relações obscuras” com o mafioso Carlinhos Cachoeira, ele
recrudesceu na sua postura autoritária. O grão-tucano, que posava de paladino
da ética e até nutria o sonho da candidatura presidencial, passou a ser apontado
como “laranja” da quadrilha. Daí o seu ódio aos jornalistas críticos.
Conforme lista Altair Tavares, desde a revelação do caso, o
tucano já processou vários jornalistas e ativistas das redes sociais. Em meados
do ano passado, em plena CPI do Cachoeira, ele tentou calar três repórteres no
estado. “A jornalista de O Popular, Fabiana Pulcinelli, foi acionada por uma
interpelação judicial no dia 22 de maio. Henrique Morgantini, do jornal O
Anápolis, foi processado com pedido de indenização, no dia 29 de maio”. Ele
também abriu processos contra blogueiros e twitteiros e censurou programas de
rádio.
Diante desta escalada autoritária, qual a atitude das
entidades dos barões da mídia, como Abert e ANJ, que adoram bravatear sobre a
liberdade de expressão? E a Sociedade Interamericana de Prensa (SIP)? De 8 a 11
de março, ela estará novamente reunida no México. Já estão confirmadas as
presenças do ex-presidente FHC e da dissidente cubana Yoani Sánchez. Seria uma
excelente oportunidade para a SIP emitir uma dura nota contra a censura do
governador tucano de Goiás e em defesa da liberdade de expressão. A conferir!
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