Por Altamiro Borges
A Inframérica, empresa que venceu a leilão de privatização do
aeroporto em 2012, alegou que o blecaute decorreu da queda de energia. A
desculpa foi rechaçada pela Central Elétrica de Brasília (CEB), que divulgou
comunicado afirmando que não houve qualquer interrupção do fornecimento de
energia ao terminal e atribuindo o blecaute a “questões internas do aeroporto”.
Já a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) anunciou que investigará o incidente
e que a empresa privada poderá ser multada em até R$ 1,6 milhão.
Na manhã de sábado, uma pane no sistema elétrico do aeroporto
internacional de Brasília, um dos maiores do país, afetou pousos e
decolagens das aeronaves. Centenas de passageiros não conseguiram embarcar. No
final do dia, a Infraero contabilizou atrasos em 75 dos 128 voos programados.
Outros dez voos foram cancelados. O blecaute no aeroporto privatizado não teve
maior repercussão na mídia privatista. Imagine se o caos tivesse ocorrido num
aeroporto que ainda não foi “concedido” à iniciativa privada!
A Anac deu um prazo de sete dias para que a Inframérica apresente
um plano para evitar novas falhas. Já o consórcio que administra o aeroporto afirmou
que, “até o fim deste ano”, ele terá “linha de transmissão exclusiva” para
prevenir novas falhas. Ainda segundo a empresa, o apagão de sábado ficou
restrito ao terminal de passageiros, não afetando a segurança do tráfego aéreo.
Mesmo assim, é bom a Anac, a Infraero e o governo Dilma ficarem espertos para
evitar incidentes ainda mais graves.
Pelo menos, o Palácio do Planalto não precisará ficar
preocupado com a cobertura negativa e escandalosa de futuros blecautes nos
aeroportos sob “concessão”. Eles não ganharão as manchetes dos jornalões e nem
os comentários raivosos dos “calunistas” da rádio e televisão. Afinal, a mídia privatista
sempre defendeu a privatização, o chamado "livre mercado" e os lucros do capital. Acidentes ocorrem, não é mesmo?
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