Enquanto a nossa imprensa se esconde atrás do espantalho do controle social da mídia – com a fantasia do PT e demonizando a regulação do setor –, na Grã-Bretanha a autorregulação da mídia escrita fracassa, na esteira dos escândalos do grupo Murdoch, e o Parlamento aprova uma legislação para regular jornais, sites e revistas.
Lá, a regulação da TV e do rádio é um consenso nacional e existe desde o século passado, como, aliás, em todos os países democráticos.
Aqui, o capital estrangeiro começa a chegar para disputar a TV a cabo e a via satélite. Leio hoje na Folha de S.Paulo que a operadora americana de TV por satélite DishTV se prepara para operar comercialmente no país . A empresa é do grupo Hughes, do bilionário Charles Ergen.
O grupo chega para disputar um dos maiores mercados de cultura, lazer e entretenimento do mundo; um vasto e crescente mercado editorial e de audiovisual.
Enquanto isso, o monopólio se consolida. Ninguém tem coragem – nem os prejudicados – de propor limites à propriedade cruzada (quando um mesmo grupo é dono de TV, jornal, internet etc), que açambarca quase 80% de toda a verba publicitária.
Sem falar na queda da qualidade cultural da programação. Crescem como erva ruim as oligarquias eletrônicas regionais de políticos e religiosos. Mas todos temem enfrentar a questão. Até quando?
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