Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:
Fazia séculos que não se via tanto homem branco fugindo de índio. E eles fugiram, diante das câmeras de TV. Fugiram por quê? De medo, de culpa? Do que fugiam os deputados, na terça-feira 16, quando dezenas de cidadãos indígenas indignados invadiram o plenário da Câmara? Acaso os políticos se sentem em falta com as demandas dos povos indígenas? Ou temem que alguma hora o tacape vai se virar em sua direção? Curioso que, se há um lado frágil nesta história, não é o homem branco, muito menos o político engravatado no Congresso Nacional. Mas são eles que, na hora agá, correm. Batem em retirada. Vexaminoso.
Os índios estiveram no Congresso para se manifestar contra a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 215/00, que tira do Executivo e dá ao Congresso Nacional a palavra final sobre a demarcação de terras indígenas no Brasil. Sim, o Congresso, onde reinam os ruralistas. Devem ter sido alguns deles que fugiram, apavorados. Devem. Temem.
Este ano teve dia do Índio em Brasília, mas não foi hoje, dia 19, uma data marcada no calendário para se “celebrar” não sei o quê. Foi naquela tarde, no Congresso Nacional. Aquele, sim, foi Dia do Índio. Assistam às cenas patéticas da fuga dos deputados logo abaixo de um trecho do poema I-Juca Pirama, de Gonçalves Dias, que posto em homenagem aos índios, os primeiros habitantes desta terra. (Fixem-se na reação da moça que faz a tradução para Libras – Linguagem de Sinais – no canto direito da tela; a expressão dela diz tudo.)
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi:
Sou filho das selvas,
Nas selvas cresci;
Guerreiros, descendo
Da tribo tupi.
Da tribo pujante,
Que agora anda errante
Por fado inconstante,
Guerreiros, nasci;
Sou bravo, sou forte,
Sou filho do Norte;
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi.
(I-Juca Pirama, Gonçalves Dias)
Fazia séculos que não se via tanto homem branco fugindo de índio. E eles fugiram, diante das câmeras de TV. Fugiram por quê? De medo, de culpa? Do que fugiam os deputados, na terça-feira 16, quando dezenas de cidadãos indígenas indignados invadiram o plenário da Câmara? Acaso os políticos se sentem em falta com as demandas dos povos indígenas? Ou temem que alguma hora o tacape vai se virar em sua direção? Curioso que, se há um lado frágil nesta história, não é o homem branco, muito menos o político engravatado no Congresso Nacional. Mas são eles que, na hora agá, correm. Batem em retirada. Vexaminoso.
Os índios estiveram no Congresso para se manifestar contra a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 215/00, que tira do Executivo e dá ao Congresso Nacional a palavra final sobre a demarcação de terras indígenas no Brasil. Sim, o Congresso, onde reinam os ruralistas. Devem ter sido alguns deles que fugiram, apavorados. Devem. Temem.
Este ano teve dia do Índio em Brasília, mas não foi hoje, dia 19, uma data marcada no calendário para se “celebrar” não sei o quê. Foi naquela tarde, no Congresso Nacional. Aquele, sim, foi Dia do Índio. Assistam às cenas patéticas da fuga dos deputados logo abaixo de um trecho do poema I-Juca Pirama, de Gonçalves Dias, que posto em homenagem aos índios, os primeiros habitantes desta terra. (Fixem-se na reação da moça que faz a tradução para Libras – Linguagem de Sinais – no canto direito da tela; a expressão dela diz tudo.)
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi:
Sou filho das selvas,
Nas selvas cresci;
Guerreiros, descendo
Da tribo tupi.
Da tribo pujante,
Que agora anda errante
Por fado inconstante,
Guerreiros, nasci;
Sou bravo, sou forte,
Sou filho do Norte;
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi.
(I-Juca Pirama, Gonçalves Dias)
1 comentários:
Nasci numa das terras visitadas por colonizadores que iam caçar e prender índios a ferros, que depois eram levados a força para a escravidão, além de roubarem suas terras. Comigo foi ao contrário, só nasci nas mesmas terras, mas não eram minhas, até estudei, depois voluntariamente vim as minhas custas me entregar a servidão.
Postar um comentário