Por Cadu Amaral, em seu blog:
Querem transformar o Brasil em um estado teocrático. A mistura entre religião e política há um bom tempo que rende debates acalorados. Após a ascensão de Marco Feliciano (PSC/SP) à presidência da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Câmara dos Deputados, aumentou-se o fervor dessa discussão. A edição 745 de CartaCapital, em reportagem de Willian Vieira e Rodrigo Martins, mostra bem a tática de igrejas evangélicas para dominar a política brasileira.
Estão sendo criadas em todo o país Frentes Parlamentares de Evangélico (FPE's), em câmaras municipais e Assembleias Legislativas. Essas FPE's são organizadas pela Associação de Parlamentares Evangélicos do Brasil (Apeb). Na pauta sempre a defesa de posições que negam conquistas históricas em nossa sociedade. As Frentes defendem a submissão da mulher ao marido, perseguição a homossexuais e maior criminalização do aborto, seja em que circunstância for.
Essas FPE's abrangem todos os partidos políticos.
As bancadas evangélicas já aprovaram Brasil afora leis como a obrigação do uso de calcinha por parte das mulheres em casamentos (Vila Velha/ES); obrigação da execução do Pai Nosso e escola públicas (Ilhéus/BA) e leitura de trechos da Bíblia antes das sessões legislativas na Câmara Municipal de Passo Fundo/RS. Em São Paulo o culto evangélico tornou-se “patrimônio imaterial da cidade”. Além de bizarrices já conhecidas como o dia do orgulho hétero.
Até a obrigação de municípios e estados pagarem por festas evangélicas as tais frentes já conseguiram por aí.
Cabe ressaltar que sempre quando conveniente a Igreja Católica se une às evangélicas.
Sempre quando se discute a intromissão da religião na política, se confunde com ataque à fé das pessoas. Fé é uma questão de foro íntimo e assim deve permanecer. Essa discussão precisa ser feita de forma firme e madura no sentido de defender o Estado laico. O Estado teocrático como a mistura fé/religião e política constrói leva ao totalitarismo.
Na Idade Média política e religião eram praticamente a mesma coisa. Não é à toa que esse período é chamado de “Idade das Trevas”. Um sem números de mulheres foram assassinadas em nome de Deus. Cientistas também. Na verdade, qualquer um que se opusesse ao poder clerical, mesmo tendo fé em Deus, era logo morto em nome Dele.
O escamoteamento dessa discussão deixa nossas Instituições à mercê do poderio crescente das igrejas. A eleição presidencial de 2010 parecia uma disputa para um feudo qualquer na Idade Média e não para a Presidência da República, em um país que não viveu o período medieval, em pleno século 21.
André Ricardo Souza, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), entrevistado na reportagem, não acredita que a intenção de se construir um Estado teocrático tenha êxito. Para a existência de vários partidos nessas frentes evangélicas dificulta as concentrações de votos, além da maior distribuição de renda existente no país, o que aumenta a autonomia das pessoas em relação às igrejas.
Se os objetivos desses evangélicos – que se alinham quase sempre com os católicos – conforme foi exposto na matéria de CartaCapital se concretizar, fatalmente o Brasil viverá seu período de trevas. Podem rasgar as leis e a Constituição. Valerá a torpe interpretação bíblica para satisfazer um dos maiores anseios mundanos, mas sempre em nome de Deus: o poder.
Querem transformar o Brasil em um estado teocrático. A mistura entre religião e política há um bom tempo que rende debates acalorados. Após a ascensão de Marco Feliciano (PSC/SP) à presidência da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Câmara dos Deputados, aumentou-se o fervor dessa discussão. A edição 745 de CartaCapital, em reportagem de Willian Vieira e Rodrigo Martins, mostra bem a tática de igrejas evangélicas para dominar a política brasileira.
Estão sendo criadas em todo o país Frentes Parlamentares de Evangélico (FPE's), em câmaras municipais e Assembleias Legislativas. Essas FPE's são organizadas pela Associação de Parlamentares Evangélicos do Brasil (Apeb). Na pauta sempre a defesa de posições que negam conquistas históricas em nossa sociedade. As Frentes defendem a submissão da mulher ao marido, perseguição a homossexuais e maior criminalização do aborto, seja em que circunstância for.
Essas FPE's abrangem todos os partidos políticos.
As bancadas evangélicas já aprovaram Brasil afora leis como a obrigação do uso de calcinha por parte das mulheres em casamentos (Vila Velha/ES); obrigação da execução do Pai Nosso e escola públicas (Ilhéus/BA) e leitura de trechos da Bíblia antes das sessões legislativas na Câmara Municipal de Passo Fundo/RS. Em São Paulo o culto evangélico tornou-se “patrimônio imaterial da cidade”. Além de bizarrices já conhecidas como o dia do orgulho hétero.
Até a obrigação de municípios e estados pagarem por festas evangélicas as tais frentes já conseguiram por aí.
Cabe ressaltar que sempre quando conveniente a Igreja Católica se une às evangélicas.
Sempre quando se discute a intromissão da religião na política, se confunde com ataque à fé das pessoas. Fé é uma questão de foro íntimo e assim deve permanecer. Essa discussão precisa ser feita de forma firme e madura no sentido de defender o Estado laico. O Estado teocrático como a mistura fé/religião e política constrói leva ao totalitarismo.
Na Idade Média política e religião eram praticamente a mesma coisa. Não é à toa que esse período é chamado de “Idade das Trevas”. Um sem números de mulheres foram assassinadas em nome de Deus. Cientistas também. Na verdade, qualquer um que se opusesse ao poder clerical, mesmo tendo fé em Deus, era logo morto em nome Dele.
O escamoteamento dessa discussão deixa nossas Instituições à mercê do poderio crescente das igrejas. A eleição presidencial de 2010 parecia uma disputa para um feudo qualquer na Idade Média e não para a Presidência da República, em um país que não viveu o período medieval, em pleno século 21.
André Ricardo Souza, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), entrevistado na reportagem, não acredita que a intenção de se construir um Estado teocrático tenha êxito. Para a existência de vários partidos nessas frentes evangélicas dificulta as concentrações de votos, além da maior distribuição de renda existente no país, o que aumenta a autonomia das pessoas em relação às igrejas.
Se os objetivos desses evangélicos – que se alinham quase sempre com os católicos – conforme foi exposto na matéria de CartaCapital se concretizar, fatalmente o Brasil viverá seu período de trevas. Podem rasgar as leis e a Constituição. Valerá a torpe interpretação bíblica para satisfazer um dos maiores anseios mundanos, mas sempre em nome de Deus: o poder.
6 comentários:
Camarada, você é louco. Está generalizando muita coisa. O que realmente deve acontecer é que como Cristão, devo lutar politicamente para que as leis dos homens se aproximem das leis de Deus. Em que sentido: Moral, ética, favorecer os mais necessitados, justiça!
Concorda que o secularismo tem invadido nossos lares tirando os valores familiares e morais pregando um consumismo. A mídia e a política atual estão massacrando nossas famílias!!!
Meu camarada, não se trata da religião (é claro que tem maluco por toda a parte em nome de Deus), mas não generalize e não dê crédito aos verdadeiros cristão que querem um país melhor voltando-se a valorizar princípios que estão sendo arrancados desde o terceiro século. Temos uma tradição, temos questões morais, temos que lutar para não liquidar nossas raizes!!!
Quem não é cristão deve ter todo direito de ser livre e feliz, quem é homossexual também (lei de Deus não pode influenciar sobre quem não acredita em Deus), sobre homossexuais casarem, é direito deles, mas sobre ter crianças já envolve a criança na qual não tem poder de escolha, nisso de homossexuais adotarem crianças sou contra, não por lei de Deus, mas sim pela ética, pensando se a criança será ofendida na escola pelos amiguinhos e etc...
Kkk da pra perceber q vc não estudou ética, ética cristã e ética social é a mesma coisa, só muda o livro e não é pq a pessoa não segue a msma religião q vc q ela passa a ser imoral, afinal seguimos uma msma lei. Vcs tem q entenderem uma coisa, existem milhares de religiões por aí, o cristianismo e a protestante não são as únicas. Vc pratica a sua religião pq é a melhor pra VOCÊ,assim como vc acredita q está adorando o deus certo, pessoas de outras religiões q adoram deuses diferentes do seu, tmbm acreditam q o deus deles q é o certo.
Temos liberdade pra ser quem quisermos, então não vamos impor nossa religião perante outra pessoa só pq ela está no poderio, e outra, suas raízes veio do índio, quem trouxe o catolicismo para o Brasil foram os portugueses (ou seja, vc está lutando pra não liquidarem as raízes q os portugueses implantaram aqui) e a partir daí, anos depois surgiram as religiões protestantes.
Claro Felipe, até pq uma criança q foi abandonada prefere ficar num lar de adoção sem comida o suficiente pra ela, sem bibicleta, patins, escola, amigos, etc, esperando ser adotada por um casal hétero do q ganhar tudo isso porém tendo pais homossexuais e ser zoado pelos filhos de casais héteros q por acaso não adotaram ele, mas tambm não apoia adoção a homossexuais. Deixe-me ver se entendi, os héteros não querem q os homossexuais adotem crianças pois vão ser zoadas pelos filhos dos mesmos (o hétero), incrível não? Então vemos q sua mentalidade e de pessoas q pensam assim está muito imatura ainda.
Concordo. Estado é laico. Tem que permanecer laico. Bancada Evangelica é suja, preconceituosa, hipócrita, corrupta, truculenta, ignorante. Religião na vida pessoal e Estado laico.
Nunca li um texto tão bizarro como esse. Perseguição contra homossexuais? Gostaria que o criador dessa bizarrice provasse que Cristãos autênticos perseguem qualquer que seja a pessoa. Engraçado, o liberalismo tem dominado o Brasil. Gays podem ter sua cadeira representativa em Brasilia, mas cristãos não podem.
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