Por Altamiro Borges
O portal G1, das Organizações Globo, divulgou no final da noite desta sexta-feira (23) que ativistas do polêmico Black Bloc queimaram exemplares da revista Veja e atiraram pedras na sede do Grupo Abril, em São Paulo. "A Polícia Militar usou bombas de gás lacrimogêneo para liberar a Marginal Pinheiros. A via foi ocupada por um grupo de cerca de 200 pessoas que participavam de protesto que começou no Largo da Batata. O protesto teve cenas de vandalismo e agressão. Ao menos uma pessoa foi levada para averiguações após a PM achar um frasco lacrado com álcool em sua mochila. Nas imediações da Editora Abril, um carro foi alvo de uma tentativa de incêndio".
Ainda segundo o sítio, o ato foi convocado pelo Facebook em protesto contra a edição da semana passada da Veja - que fez pesadas acusações contra o movimento que se diz anarquista. "Em frente ao prédio da Abril, o grupo queimou diversos exemplares da revista e jogou lixo no estacionamento da editora. Segundo a PM, alguns manifestantes atiraram pedras no prédio da editora, em ônibus, lojas, carros. Ainda segundo a PM, eles também picharam muros, e tentaram incendiar um carro estacionado na Rua Frederico Hermann Junir. PM afirma que atuou com uso de munição química".
A matéria da Veja, intitulada "O bando dos caras tapadas", gerou forte reação na internet. A jovem que teve a sua foto estampada na capa reagiu aos ataques. "Emma", como foi batizada na legenda que identifica o rosto coberto por uma camiseta, protestou. "Black bloc não é um grupo e sim uma tática de manifestação. Não tenho como ser integrante de uma coisa que não existe". Ela disse que os jornalistas deveriam se envergonhar de trabalhar na Veja. "Foi tudo inventado. A grande mídia faz assim, ela conta a história que ela quer. A matéria não é nem falaciosa, é mentirosa mesmo. A intenção é manipular a opinião pública", afirmou ao blog Diário do Centro do Mundo.
1 comentários:
EM DEFESA DOS “BLACK BLOCS”! ABAIXO O PACIFISMO PEQUENO-BURGUÊS DOS REVISIONISTAS PRÓ-OTAN!
Em meio às diversas passeatas e marchas que sacodem o país desde junho ganhou destaque a presença de jovens encapuzados, geralmente vestidos de preto, os chamados “Black Blocs” (Bloco Negro). Em geral eles se colocam a frente das manifestações e junto com os setores classistas e mais avançados do movimento de massas enfrentam a repressão policial, conformando uma espécie de “milícia de autodefesa” em meio aos protestos populares. Muitas vezes destroem bancos e símbolos de ostentação do capitalismo. A mídia burguesa, tão logo viu nos “Black Blocs” o centro de uma resistência minimamente organizada aos ataques policiais e o questionamento à sacrossanta propriedade privada, acusou-os de “vândalos” e tentou isolá-los, insuflando nas manifestações o brado de “sem violência” para assim colocar a maioria dos manifestantes contra os “mascarados de preto”. Que os porta-vozes da reação como a Globo e a Veja tenham essa conduta venal não há nada a estranhar, afinal de contas representam os interesses do grande capital, mas que um partido que se reivindica “revolucionário” como o PSTU se some a esse coro arquirreacionário é uma conduta escandalosa que deve ser repudiada energicamente pelo conjunto do ativismo classista. Desde a LBI nos colocamos publicamente em defesa dos “Black Blocs” diante dos virulentos ataques direitistas do PSTU, que de forma abominável os acusam de “provocar a violência policial”. Como leninistas dizemos claramente que tais “críticas”, próprias do mais arraigado pacifismo pequeno-burguês, não fazem parte da tradição do marxismo revolucionário. Como genuínos trotskistas, mesmo se delimitando com o limitado programa anarquista dos “Black Blocs”, jamais condenamos suas ações quando voltadas a atacar o Estado burguês, pelo contrário, na medida de nossas forças militantes sempre estivemos em “frente única” com estes companheiros para responder aos ataques policiais e questionar a ordem capitalista no vivo campo de batalha. Nossa crítica Leninista a este setor anarquista sempre partirá do mesmo campo da batalha e nunca para justificar a repressão estatal, como se esta necessitasse dos desvios “ultra-esquerdistas” dos “Black Blocs” para atacar o conjunto do movimento de massas. O Leninismo delimitou-se historicamente do anarquismo sempre pela esquerda e nunca denunciando os métodos da conspiração e clandestinidade na organização de ações, próprios do Partido Bolchevique. Também não passa de uma grosseira falsificação do Trotsquismo a tese Morenista (na verdade um misto de espontaneísmo sindical e oportunismo) de que somente as “massas” poderiam radicalizar ações contra o Estado burguês, negando a possibilidade de destacamentos avançados da classe preparem ações como sabotagem e ataques militares contra “símbolos” do capitalismo. Trotsky comentando a conduta terrorista de um jovem anarquista, Grynszpan, que atacou uma embaixada nazista, afirmou o seguinte: “Todas nossas emoções, nossa simpatia estão com os vingadores sacrificados, ainda que eles são incapazes de descobrir o caminho correto.” (Em defesa de Grynszpan, L. Trotsky).
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