Por Jandira Feghali, no Jornal do Brasil:
As ações de espionagem estadunidense no Brasil ultrapassaram todas as fronteiras de bom-senso, violaram códigos internacionais e desrespeitaram fortemente a nossa soberania nacional.
Expor o chefe de Estado de uma nação, assim como ocorreu com a presidenta Dilma Rousseff, aos seus prepotentes tentáculos de monitoramento não é prática recente por parte dos Estados Unidos – como mostra, por documentos verídicos na imprensa nacional e internacional, o americano Edward Snowden, através do jornalista britânico Glenn Greenwald. Se não bastasse, estamos todos praticamente sob vigilância cibernética da nação do norte.
A mais recente divulgação sobre o monitoramento rebate na maior empresa perfuradora de poços de petróleo do mundo, a nossa Petrobras. Deste modo, mostra até onde a nação norte-americana pode ir para atuar por interesses próprios. É como um rato caminhando às sombras da moralidade diplomática, absorvendo informações de logística que só dizem respeito à direção da estatal brasileira.
Simultaneamente, surge nesse horizonte uma preocupante movimentação estadunidense em relação à Síria, onde a própria soberania da nação árabe pode ser violada de forma bélica sem qualquer autorização prévia da Organização das Nações Unidas (ONU). A história nos remete ao Iraque, onde a beligerância norte-americana atuou sem dó nem piedade, utilizando os mesmos argumentos. Antes Bush, agora Obama colocando em risco a vida de milhares de famílias sírias.
Outro recente episódio demonstrou, no mesmo diapasão, quando o avião do presidente Evo Morales, em julho, foi proibido de voar pelo espaço aéreo de países da Europa. Por conta de uma suspeita leviana de que o ex-agente Snowden estaria embarcado, provavelmente em fuga da Rssia e na busca de asilo latino-americano. E antes que assim ocorresse, países como França, Portugal e Itália não poderiam se omitir na segurança da comitiva de uma nação de paz como a Bolívia.
Esses três exemplos mostram ao mundo a violência imperialista, armada norte-americana, num cenário moderno da Guerra Fria. É a tecnologia desnudando a falta de limites daquele país que, para preservar seus interesses, interesses do capital, e reafirmando a arrogância de donos do mundo, utilizam a supremacia militar sem desfaçatez, utilizando-se de bandeiras humanitárias, antiterroristas ou de enfrentamento ao tráfico de drogas, utilizados de acordo com o contexto e conveniência. Romper toda e qualquer possibilidade de integridade e soberania política das nações e seus povos tem sido a marca dos governos dos EUA, dirigidos por democratas ou republicanos. Apontar o Brasil como terrível ameaça ao seu território ou República chega a ser patético, não fizesse parte de uma estratégia geopolítica maior.
O governo federal tem dado um justo recado aos Estados Unidos ao iniciar o debate de suas ações, agora reveladas, no campo internacional. Cabe à ONU certificar-se e tomar atitudes adequadas à gravidade da situação, como também a nações de todo o mundo evitar uma nova guerra contra o mundo árabe. Também se deve respeitar o asilo político de Snowden, que tem positivamente contribuído para desmascarar a nação do norte. São ações que se enfeitam no bom ditado popular brasileiro: “Calar a verdade é enterrar o ouro. Que reinem as verdades.
* Jandira Feghali é médica, deputada federal (PCdoB/RJ) e presidenta da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados.
Expor o chefe de Estado de uma nação, assim como ocorreu com a presidenta Dilma Rousseff, aos seus prepotentes tentáculos de monitoramento não é prática recente por parte dos Estados Unidos – como mostra, por documentos verídicos na imprensa nacional e internacional, o americano Edward Snowden, através do jornalista britânico Glenn Greenwald. Se não bastasse, estamos todos praticamente sob vigilância cibernética da nação do norte.
A mais recente divulgação sobre o monitoramento rebate na maior empresa perfuradora de poços de petróleo do mundo, a nossa Petrobras. Deste modo, mostra até onde a nação norte-americana pode ir para atuar por interesses próprios. É como um rato caminhando às sombras da moralidade diplomática, absorvendo informações de logística que só dizem respeito à direção da estatal brasileira.
Simultaneamente, surge nesse horizonte uma preocupante movimentação estadunidense em relação à Síria, onde a própria soberania da nação árabe pode ser violada de forma bélica sem qualquer autorização prévia da Organização das Nações Unidas (ONU). A história nos remete ao Iraque, onde a beligerância norte-americana atuou sem dó nem piedade, utilizando os mesmos argumentos. Antes Bush, agora Obama colocando em risco a vida de milhares de famílias sírias.
Outro recente episódio demonstrou, no mesmo diapasão, quando o avião do presidente Evo Morales, em julho, foi proibido de voar pelo espaço aéreo de países da Europa. Por conta de uma suspeita leviana de que o ex-agente Snowden estaria embarcado, provavelmente em fuga da Rssia e na busca de asilo latino-americano. E antes que assim ocorresse, países como França, Portugal e Itália não poderiam se omitir na segurança da comitiva de uma nação de paz como a Bolívia.
Esses três exemplos mostram ao mundo a violência imperialista, armada norte-americana, num cenário moderno da Guerra Fria. É a tecnologia desnudando a falta de limites daquele país que, para preservar seus interesses, interesses do capital, e reafirmando a arrogância de donos do mundo, utilizam a supremacia militar sem desfaçatez, utilizando-se de bandeiras humanitárias, antiterroristas ou de enfrentamento ao tráfico de drogas, utilizados de acordo com o contexto e conveniência. Romper toda e qualquer possibilidade de integridade e soberania política das nações e seus povos tem sido a marca dos governos dos EUA, dirigidos por democratas ou republicanos. Apontar o Brasil como terrível ameaça ao seu território ou República chega a ser patético, não fizesse parte de uma estratégia geopolítica maior.
O governo federal tem dado um justo recado aos Estados Unidos ao iniciar o debate de suas ações, agora reveladas, no campo internacional. Cabe à ONU certificar-se e tomar atitudes adequadas à gravidade da situação, como também a nações de todo o mundo evitar uma nova guerra contra o mundo árabe. Também se deve respeitar o asilo político de Snowden, que tem positivamente contribuído para desmascarar a nação do norte. São ações que se enfeitam no bom ditado popular brasileiro: “Calar a verdade é enterrar o ouro. Que reinem as verdades.
* Jandira Feghali é médica, deputada federal (PCdoB/RJ) e presidenta da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados.
0 comentários:
Postar um comentário