Por Altamiro Borges
Com sua imagem abalada pelos constantes protestos de rua e pelas denúncias do propinoduto tucano, parece que Geraldo Alckmin decidiu usar um perigoso expediente para reconquistar a credibilidade. Pelo menos é isto que insinua Antônio Ferreira Pinto, ex-secretário estadual de Segurança Pública do governador do PSDB, em entrevista ao jornal Valor desta quinta-feira (31). Em meados de outubro, a mídia tucana fez grande estardalhaço com uma suposta ameaça da organização criminosa PCC contra a vida do tucano. O seu ex-secretário, porém, garante que a denúncia não tinha qualquer consistência e ataca: “Alckmin está aproveitando para colher dividendos políticos com a ameaça do PCC”.
Segundo Ferreira Pinto, os áudios divulgados pela mídia com as ameaças ao governador eram de conhecimento da cúpula da polícia desde 2011 e não foram consideradas importantes. “Esse fato não tinha credibilidade nenhuma. A informação é importante desde que você analise e veja se ela tem ou não consistência. As gravações não tinham. Tanto que o promotor passou ao largo delas”, afirmou ao jornal. Para ele, o caso foi politizado. “Lamentável. [O governador] deve ter as suas razões. Eu acho que é mais pelo viés político. Porque na hora que diz ‘Não vou me intimidar’, ele está também dando um ‘upgrade’ para a facção. Está admitindo que há credibilidade numa conversa isolada”.
A bombástica declaração do ex-secretário de Segurança Pública confirma as suspeitas levantadas na época do vazamento dos áudios. Muita gente estranhou o alarde da mídia. Em entrevista à revista Fórum, a socióloga Camila Nunes, autora do livro “PCC – Hegemonia nas prisões e monopólio da violência”, alertou que as ações dos governos tucanos nunca foram obstáculos ao crescimento desta facção criminosa e criticou o “estardalhaço” da imprensa sobre as ameaças de “decretar” a morte de Alckmin. “Qual o interesse de transformar o PCC nisso tudo agora? A quais interesses atendem essas revelações?”, indagou. “Vale a lembrança de que o governador está com a popularidade em queda”.
“Essa denúncia de que o PCC planejava matá-lo… Achei isso absurdo e sem sentido. De um lado, é óbvio que, se tratando de uma organização criminosa, ela vai ter alvos, entre eles autoridades, e o governador é a autoridade máxima em São Paulo. Mas não foi revelado nenhum plano estratégico, nenhuma articulação ou distribuição de tarefas que justifiquem esse temor. Foi uma conversa dos criminosos, obviamente, há uma edição da conversa, não sei qual o conteúdo completo. Não há razão nenhuma para esse estardalhaço, me parece uma daquelas estratégias políticas para que o governador aumente a sua popularidade e saia como herói de algo”, concluiu Camila Nunes.
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Leia também:
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- Ciclo de violência se perpetua em SP
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Segundo Ferreira Pinto, os áudios divulgados pela mídia com as ameaças ao governador eram de conhecimento da cúpula da polícia desde 2011 e não foram consideradas importantes. “Esse fato não tinha credibilidade nenhuma. A informação é importante desde que você analise e veja se ela tem ou não consistência. As gravações não tinham. Tanto que o promotor passou ao largo delas”, afirmou ao jornal. Para ele, o caso foi politizado. “Lamentável. [O governador] deve ter as suas razões. Eu acho que é mais pelo viés político. Porque na hora que diz ‘Não vou me intimidar’, ele está também dando um ‘upgrade’ para a facção. Está admitindo que há credibilidade numa conversa isolada”.
A bombástica declaração do ex-secretário de Segurança Pública confirma as suspeitas levantadas na época do vazamento dos áudios. Muita gente estranhou o alarde da mídia. Em entrevista à revista Fórum, a socióloga Camila Nunes, autora do livro “PCC – Hegemonia nas prisões e monopólio da violência”, alertou que as ações dos governos tucanos nunca foram obstáculos ao crescimento desta facção criminosa e criticou o “estardalhaço” da imprensa sobre as ameaças de “decretar” a morte de Alckmin. “Qual o interesse de transformar o PCC nisso tudo agora? A quais interesses atendem essas revelações?”, indagou. “Vale a lembrança de que o governador está com a popularidade em queda”.
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