Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
Mesmo à beira da falência, o Estadão é como estes decadentes aristocratas quebrados: não perde a pose, mesmo que lhe ronquem as tripas.
O editorial “Mais Cubanos” é um destes primores.
Aliás, é assim que o vetusto quatrocentão diz que deveria ser chamado o Programa Mais Médicos:
”(…) não resta mais nenhuma dúvida de que a anunciada intenção de atrair médicos de outras nacionalidades ou mesmo brasileiros não passou de fachada para um projeto há muito tempo acalentado pelo governo petista: importar médicos cubanos em grande escala, ajudando a financiar a ditadura cubana.”
Segundo o jornal, nunca houve a intenção de trazer médicos brasileiros ao atendimento dos mais pobres, porque já se negociava a contratação de pessoal médico com Cuba, como se as autoridades brasileiras não tivessem ideia da escassez de profissionais e, sobretudo, da escassez de profissionais dispostos a atender no interior do país.
“(…) esses profissionais não resolverão o problema, nem mesmo o mitigarão, se não tiverem à sua disposição equipamentos e infraestrutura ao menos razoáveis. É por esse motivo – e pelo fato de que não teriam direito a FGTS, 13.º salário e hora extra – que os médicos brasileiros não se interessaram em aderir”.
Será?
Para trabalhar em São Paulo, o estado mais desenvolvido do país, o governo Alckmin abriu, agora em novembro, um concurso para 249 vagas de médico na capital, Campinas, Ribeirão Preto, Presidente Prudente, Praia Grande, São José dos Campos, São José do Rio de Preto, Bauru, Araçatuba, Sorocaba e Piracicaba.
O salário, com todos os prêmios e bonificações, é de R$ 5.162 para 20 horas de trabalho.
O Mais Médicos paga R$ 10 mil, mais moradia, alimentação e um valor de até três vezes este valor para ajudar a mudança para o interior.
Não é, portanto, uma “miséria”.
O que está exposto, sim, é a falência de um modelo de formação profissional na área de saúde onde a motivação quase que exclusiva é a transformação da profissão em um negócio.
Óbvio que o médico, como qualquer profissional, deve aspirar uma boa remuneração, sobretudo na maturidade de sua carreira profissional, embora a juventude só ganhe em conhecer, conviver e integrar-se à grande complexidade, carência e riqueza social deste imenso país.
Mas a questão em que os veludos e os punhos de renda do Estadão não lhe permitem por as mão é, essencialmente, outra.
São os pobres, esta gente desprezível, que deveria perguntar pela certidão de nascimento ou pelo Revalida de do único médico em dezenas de quilômetros capaz de atender seu filho que arde em febre.
Que deve deixar purulentas suas feridas para não compactuar com a “ditadura castrista”.
Um gente que só vêem como bestas de carga, assim mesmo de pelo duro e sangue ruim, que pode esperar per omnia seculo seculorum até que se lhe possa dar uma “saúde padrão Fifa”, com um tomógrafo computadorizado em Santo Antônio do Içá, no Amazonas.
Talvez na Copa de 3014.
Mesmo à beira da falência, o Estadão é como estes decadentes aristocratas quebrados: não perde a pose, mesmo que lhe ronquem as tripas.
O editorial “Mais Cubanos” é um destes primores.
Aliás, é assim que o vetusto quatrocentão diz que deveria ser chamado o Programa Mais Médicos:
”(…) não resta mais nenhuma dúvida de que a anunciada intenção de atrair médicos de outras nacionalidades ou mesmo brasileiros não passou de fachada para um projeto há muito tempo acalentado pelo governo petista: importar médicos cubanos em grande escala, ajudando a financiar a ditadura cubana.”
Segundo o jornal, nunca houve a intenção de trazer médicos brasileiros ao atendimento dos mais pobres, porque já se negociava a contratação de pessoal médico com Cuba, como se as autoridades brasileiras não tivessem ideia da escassez de profissionais e, sobretudo, da escassez de profissionais dispostos a atender no interior do país.
“(…) esses profissionais não resolverão o problema, nem mesmo o mitigarão, se não tiverem à sua disposição equipamentos e infraestrutura ao menos razoáveis. É por esse motivo – e pelo fato de que não teriam direito a FGTS, 13.º salário e hora extra – que os médicos brasileiros não se interessaram em aderir”.
Será?
Para trabalhar em São Paulo, o estado mais desenvolvido do país, o governo Alckmin abriu, agora em novembro, um concurso para 249 vagas de médico na capital, Campinas, Ribeirão Preto, Presidente Prudente, Praia Grande, São José dos Campos, São José do Rio de Preto, Bauru, Araçatuba, Sorocaba e Piracicaba.
O salário, com todos os prêmios e bonificações, é de R$ 5.162 para 20 horas de trabalho.
O Mais Médicos paga R$ 10 mil, mais moradia, alimentação e um valor de até três vezes este valor para ajudar a mudança para o interior.
Não é, portanto, uma “miséria”.
O que está exposto, sim, é a falência de um modelo de formação profissional na área de saúde onde a motivação quase que exclusiva é a transformação da profissão em um negócio.
Óbvio que o médico, como qualquer profissional, deve aspirar uma boa remuneração, sobretudo na maturidade de sua carreira profissional, embora a juventude só ganhe em conhecer, conviver e integrar-se à grande complexidade, carência e riqueza social deste imenso país.
Mas a questão em que os veludos e os punhos de renda do Estadão não lhe permitem por as mão é, essencialmente, outra.
São os pobres, esta gente desprezível, que deveria perguntar pela certidão de nascimento ou pelo Revalida de do único médico em dezenas de quilômetros capaz de atender seu filho que arde em febre.
Que deve deixar purulentas suas feridas para não compactuar com a “ditadura castrista”.
Um gente que só vêem como bestas de carga, assim mesmo de pelo duro e sangue ruim, que pode esperar per omnia seculo seculorum até que se lhe possa dar uma “saúde padrão Fifa”, com um tomógrafo computadorizado em Santo Antônio do Içá, no Amazonas.
Talvez na Copa de 3014.
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