Da revista CartaCapital:
Desde que o Sistema Cantareira começou a registrar sucessivos recordes negativos de nível de água, o discurso é o mesmo: o governo do Estado nega que haja ou que seja necessário fazer qualquer racionamento em São Paulo. E quem mora no Morumbi, Jardins ou Higienópolis, bairros ricos da capital paulista, não precisa se preocupar. Pelo menos por enquanto o problema afeta, principalmente, os pobres da cidade ou da região metropolitana.
É o que mostram os dados de uma pesquisa, divulgada nesta quarta-feira 7, pelo instituto Data Popular. O levantamento telefônico aponta que 23% dos moradores já tiveram problema de falta de água nos últimos três meses no Estado, o que corresponde a aproximadamente 6 milhões de pessoas. Mas os mais afetados (25%) são os que ganham até um salário mínimo. Por outro lado, esse número é só de 12% quando se tratam de pessoas que ganham mais de dez salários mínimos.
Além disso, a falta de água está afetando, principalmente, os moradores da região metropolitana. De acordo com estudo, 35% das pessoas que relataram o problema estão em cidades periféricas, ou seja, localizadas ao redor da capital paulista. Já o interior do Estado, tradicional reduto de votos do PSDB, é a região que menos sente os impactos do problema de abastecimento. Só 14% das pessoas que confirmaram não ter água em casa são de cidades que estão distantes do centro. O mesmo índice chega a 30% quando se tratam de moradores da cidade de São Paulo.
Ainda que o problema seja mais intenso entre os pobres ou moradores de regiões periféricas, a maioria dos paulistanos concorda quando o assunto é o culpado pela crise da água. De acordo com a pesquisa, 41% das pessoas responsabilizam a gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) pelo problema e 29% indicam a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Só 7% dos moradores pensam que o problema é em razão da falta de chuva.
O medo da falta de água também toma conta de todos, independentemente da classe social ou região do Estado. O Data Popular questionou os entrevistados sobre o temor de que a situação se agrave. O resultado é que 59% dos paulistas acreditam que terão algum problema com abastecimento até o final do ano. Mas, por razões óbvias, a maior parte dessas pessoas (68%) é proveniente da região metropolitana de São Paulo. O levantamento foi feito pelo telefone com 18.534 pessoas de 70 cidades do Estado, e tem margem de erro é de 0,7%.
Novo recorde
O volume de água do Sistema Cantareira registrou mais uma queda, baixando para 9,6% da sua capacidade de armazenagem. Na terça-feira 6, o nível dos reservatórios estava em 9,8% e, há um ano, o nível de armazenagem no Cantareira correspondia a 62% da sua capacidade.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), não há previsão de chuvas significativas na região onde fica o reservatório nos próximos dias. “Vai haver nebulosidade e apenas uns chuviscos, mas nada que melhore [o nível dos reservatórios]”, disse Kleber Souza, meteorologista do Inmet.
No começo da semana, o governador Geraldo Alckmin voltou a negar a possibilidade de adoção do racionamento. Ele confirmou que, no próximo dia 15, a Sabesp começará a retirar a água do chamado volume morto, área abaixo do nível de captação das comportas, cujo aproveitamento exige a expansão da estrutura de bombeamento. A previsão é usar 200 bilhões de litros dos 400 bilhões da reserva estratégica.
* Com informações da Agência Brasil
Desde que o Sistema Cantareira começou a registrar sucessivos recordes negativos de nível de água, o discurso é o mesmo: o governo do Estado nega que haja ou que seja necessário fazer qualquer racionamento em São Paulo. E quem mora no Morumbi, Jardins ou Higienópolis, bairros ricos da capital paulista, não precisa se preocupar. Pelo menos por enquanto o problema afeta, principalmente, os pobres da cidade ou da região metropolitana.
É o que mostram os dados de uma pesquisa, divulgada nesta quarta-feira 7, pelo instituto Data Popular. O levantamento telefônico aponta que 23% dos moradores já tiveram problema de falta de água nos últimos três meses no Estado, o que corresponde a aproximadamente 6 milhões de pessoas. Mas os mais afetados (25%) são os que ganham até um salário mínimo. Por outro lado, esse número é só de 12% quando se tratam de pessoas que ganham mais de dez salários mínimos.
Além disso, a falta de água está afetando, principalmente, os moradores da região metropolitana. De acordo com estudo, 35% das pessoas que relataram o problema estão em cidades periféricas, ou seja, localizadas ao redor da capital paulista. Já o interior do Estado, tradicional reduto de votos do PSDB, é a região que menos sente os impactos do problema de abastecimento. Só 14% das pessoas que confirmaram não ter água em casa são de cidades que estão distantes do centro. O mesmo índice chega a 30% quando se tratam de moradores da cidade de São Paulo.
Ainda que o problema seja mais intenso entre os pobres ou moradores de regiões periféricas, a maioria dos paulistanos concorda quando o assunto é o culpado pela crise da água. De acordo com a pesquisa, 41% das pessoas responsabilizam a gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) pelo problema e 29% indicam a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Só 7% dos moradores pensam que o problema é em razão da falta de chuva.
O medo da falta de água também toma conta de todos, independentemente da classe social ou região do Estado. O Data Popular questionou os entrevistados sobre o temor de que a situação se agrave. O resultado é que 59% dos paulistas acreditam que terão algum problema com abastecimento até o final do ano. Mas, por razões óbvias, a maior parte dessas pessoas (68%) é proveniente da região metropolitana de São Paulo. O levantamento foi feito pelo telefone com 18.534 pessoas de 70 cidades do Estado, e tem margem de erro é de 0,7%.
Novo recorde
O volume de água do Sistema Cantareira registrou mais uma queda, baixando para 9,6% da sua capacidade de armazenagem. Na terça-feira 6, o nível dos reservatórios estava em 9,8% e, há um ano, o nível de armazenagem no Cantareira correspondia a 62% da sua capacidade.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), não há previsão de chuvas significativas na região onde fica o reservatório nos próximos dias. “Vai haver nebulosidade e apenas uns chuviscos, mas nada que melhore [o nível dos reservatórios]”, disse Kleber Souza, meteorologista do Inmet.
No começo da semana, o governador Geraldo Alckmin voltou a negar a possibilidade de adoção do racionamento. Ele confirmou que, no próximo dia 15, a Sabesp começará a retirar a água do chamado volume morto, área abaixo do nível de captação das comportas, cujo aproveitamento exige a expansão da estrutura de bombeamento. A previsão é usar 200 bilhões de litros dos 400 bilhões da reserva estratégica.
* Com informações da Agência Brasil
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