Por Jandira Feghali, no Jornal do Brasil:
“Uma mentira contada mil vezes torna-se uma verdade”.
É este lema da propaganda nazista, ecoado por Goebbels na década de 30, que devemos combater ao enfrentar o diálogo sobre o legado da Copa do Mundo. Mais de mil vezes se repete que os investimentos para o Mundial colidem com os necessários gastos nas áreas sociais. Que esses recursos fazem falta em hospitais ou escolas. Mas, ao analisar o orçamento federal, vemos que o argumento não prospera, apesar de ter ganho o status de verdade. Isso porque os investimentos em infraestrutura não concorrem com os gastos em saúde e educação, todos importantes.
Vamos aos dados. Dos R$ 25 bilhões investidos, entre recursos públicos e privados, quase R$ 18 bilhões (72%) foram destinados a obras de infraestrutura e melhoria de serviços, com destaque para a mobilidade urbana, portos, aeroportos, telecomunicações, segurança e infraestrutura turística. São recursos carimbados para a infraestrutura em áreas importantes para a população, com Copa ou sem Copa. Ademais, para cada R$ 1 de investimento público, outros R$ 3,4 vieram do setor privado.
É preciso tratar com honestidade o legado do Mundial. O legado não é composto só de aeroportos melhores e mais modernos, ou das obras que favorecem a mobilidade urbana. Passam, pelo avanço da internet banda larga, ampliação da rede de energia, aperfeiçoamento da segurança e turística. Esse conjunto de aportes geraram empregos em setores como construção civil, indústria de materiais de construção e eletroeletrônicos, além de impulsionar os serviços turísticos e o varejo. O legado do Mundial não é composto só de aeroportos melhores e mais modernos
Os investimentos na agilidade e eficácia do deslocamento urbano atingem atualmente 40 empreendimentos sobre mobilidade espalhados pelo país. Ao fim das obras, terão sido construídos ou aprimorados mais de 450 quilômetros de trilhos e corredores de transportes rodoviários pelas cinco regiões onde os jogos ocorrerão.
Da fibra óptica na Amazônia ao 4G nas grandes metrópoles, do surgimento de novos VLTs aos BRTs, do investimento na mão de obra via Pronatec ao aumento da capacidade produtiva, do fomento ao esporte estudantil ao atleta de ponta, o país vai aliando a oportunidade de sediar um evento de grande porte com crescimento econômico e social.
É claro que há contrastes a serem combatidos neste caminho. A elitização do Maracanã, no Rio, é um deles. A entrega do tradicional estádio por 35 anos à iniciativa privada, que eleva seus ingressos às alturas e distancia o povo de suas arquibancadas, não pode ser aceita com passividade pela população fluminense. É um retrocesso privatista da gestão Cabral na sua estrada de interesses pessoais com o poder econômico.
Distante da campanha baixo-astral que setores da mídia e de grupos políticos de oposição tentam instalar, a Copa do Mundo se revela mais que uma tentativa de conquistar o sexto campeonato em casa. Avança como uma grande arrancada da nação no campo das oportunidades, contra o time das desigualdades. O Hexa tem tudo para ser nosso, mas o sucesso na realização da Copa das Copas já conquistamos com o suor e o empenho de milhões de brasileiros.
Boa sorte, Brasil!
* Jandira Feghali, médica, é deputada federal (PCdoB/RJ) e líder da bancada da Câmara.
“Uma mentira contada mil vezes torna-se uma verdade”.
É este lema da propaganda nazista, ecoado por Goebbels na década de 30, que devemos combater ao enfrentar o diálogo sobre o legado da Copa do Mundo. Mais de mil vezes se repete que os investimentos para o Mundial colidem com os necessários gastos nas áreas sociais. Que esses recursos fazem falta em hospitais ou escolas. Mas, ao analisar o orçamento federal, vemos que o argumento não prospera, apesar de ter ganho o status de verdade. Isso porque os investimentos em infraestrutura não concorrem com os gastos em saúde e educação, todos importantes.
Vamos aos dados. Dos R$ 25 bilhões investidos, entre recursos públicos e privados, quase R$ 18 bilhões (72%) foram destinados a obras de infraestrutura e melhoria de serviços, com destaque para a mobilidade urbana, portos, aeroportos, telecomunicações, segurança e infraestrutura turística. São recursos carimbados para a infraestrutura em áreas importantes para a população, com Copa ou sem Copa. Ademais, para cada R$ 1 de investimento público, outros R$ 3,4 vieram do setor privado.
É preciso tratar com honestidade o legado do Mundial. O legado não é composto só de aeroportos melhores e mais modernos, ou das obras que favorecem a mobilidade urbana. Passam, pelo avanço da internet banda larga, ampliação da rede de energia, aperfeiçoamento da segurança e turística. Esse conjunto de aportes geraram empregos em setores como construção civil, indústria de materiais de construção e eletroeletrônicos, além de impulsionar os serviços turísticos e o varejo. O legado do Mundial não é composto só de aeroportos melhores e mais modernos
Os investimentos na agilidade e eficácia do deslocamento urbano atingem atualmente 40 empreendimentos sobre mobilidade espalhados pelo país. Ao fim das obras, terão sido construídos ou aprimorados mais de 450 quilômetros de trilhos e corredores de transportes rodoviários pelas cinco regiões onde os jogos ocorrerão.
Da fibra óptica na Amazônia ao 4G nas grandes metrópoles, do surgimento de novos VLTs aos BRTs, do investimento na mão de obra via Pronatec ao aumento da capacidade produtiva, do fomento ao esporte estudantil ao atleta de ponta, o país vai aliando a oportunidade de sediar um evento de grande porte com crescimento econômico e social.
É claro que há contrastes a serem combatidos neste caminho. A elitização do Maracanã, no Rio, é um deles. A entrega do tradicional estádio por 35 anos à iniciativa privada, que eleva seus ingressos às alturas e distancia o povo de suas arquibancadas, não pode ser aceita com passividade pela população fluminense. É um retrocesso privatista da gestão Cabral na sua estrada de interesses pessoais com o poder econômico.
Distante da campanha baixo-astral que setores da mídia e de grupos políticos de oposição tentam instalar, a Copa do Mundo se revela mais que uma tentativa de conquistar o sexto campeonato em casa. Avança como uma grande arrancada da nação no campo das oportunidades, contra o time das desigualdades. O Hexa tem tudo para ser nosso, mas o sucesso na realização da Copa das Copas já conquistamos com o suor e o empenho de milhões de brasileiros.
Boa sorte, Brasil!
* Jandira Feghali, médica, é deputada federal (PCdoB/RJ) e líder da bancada da Câmara.
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