quinta-feira, 5 de junho de 2014

Se a direita ganhar no Brasil

Por Igor Fuser, no jornal Brasil de Fato:

O Brasil enfrenta, nas eleições presidenciais deste ano, o risco de um brutal retrocesso político, com o eventual retorno das forças de direita – representadas, principalmente, pelo candidato tucano Aécio Neves – ao governo federal. Nesse caso, teremos uma guinada rumo a um país mais desigual, mais autoritário, mais conservador. Engana-se quem imagina apenas uma reprise do que foram os tempos de FHC. Para entender o que pode vir por aí, é melhor pensar no Tea Party estadunidense, no uribismo colombiano, na direita ucraniana.

Limitando este exercício de imaginação apenas à política externa, é aposta certa supor que uma das primeiras medidas de um governo Aécio seria a expulsão dos profissionais cubanos engajados no programa Mais Médicos. Também imediata seria a adesão do Brasil a um acordo do Mercosul com a União Europeia nos termos da finada Alca, cujas “viúvas” – também conhecidas como o Partido dos Diplomatas Aposentados – recuperarão o comando do Itamaraty, ávidas por agradar aos seus verdadeiros senhores, as elites e o governo dos Estados Unidos.

O Mercosul, se sobreviver, voltará a ser apenas um campo comercial, destituído do projeto político de uma integração mais profunda. A Unasul e a CELAC, esvaziadas, se tornarão, sem a liderança do Brasil, siglas irrelevantes, enquanto a moribunda OEA – o Ministério das Colônias, na célebre definição de Fidel Castro – ganhará um novo sopro de vida. Quanto ao Brics, articulação central no combate ao domínio unipolar do planeta pelo império estadunidense, sofrerá um baque, com a deserção (oficializada ou não) do seu “B” inicial.

Golpistas latino-americanos, já assanhados após os triunfos em Honduras e no Paraguai (ações antidemocráticas combatidas com firmeza por Lula e Dilma), ganharão espaço, certos de contar com a omissão ou até o apoio de um governo brasileiro alinhado com os ditames de Washington. Que o diga a performática Maria Corina Machado, líder da atual campanha de desestabilização na Venezuela, recebida com fanfarra pelo governador Geraldo Alckmin e por uma penca de jornalistas tucanos, no programa Roda Viva.

Governos e movimentos sociais progressistas, na América Latina e no mundo, perderão um ponto de apoio; as forças das trevas, como o lobby sionista internacional, ganharão um aliado incondicional em Brasília. Isso é apenas uma parte do que está em jogo nas eleições brasileiras. Espantoso é que, no campo da esquerda, tantos pareçam não se dar conta.

4 comentários:

Anônimo disse...



Não li porque recuso-me a sequer compactuar com o pessimismo.Vade
retro! Vira a boca para o mar,que é
salgado e corta o agouro!Se não for
de cidade marítima como eu faz um
gargarejo com água salgada.Isola!!!


Anônimo disse...

Passamos a nos chamar: BREZIL / PETROBRAX / BANK OS BREZIL / ELETROBRAS= DUKE ENERGY/ RIO'LL DI DJANEIRO/ ESTEDIRIUM OF MARACANAM / SAN PAULO / ...

Anônimo disse...

Nossa! "Forças das trevas" foi demais. Pobre escritor.

Pé de Pagina disse...

Realmente muitos parecem não se dar conta do tamanho do prejuízo em se perder essa eleição para o neto de Tancredo. Hoje, discutindo sobre a copa com uma filiada do pt, disse a ela que se o PT por ventura perder as eleições o prejuízo social será ordens de grandes superior a qualquer dano causado pela execução das obras da copa...ela, ligada aos movimentos de base discordou...