Por Emílio Lopez, no blog Viomundo:
Com base nas pesquisas das últimas semanas, muitos acham que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) será reeleito no primeiro turno.
O cenário eleitoral, porém, caminha para um provável segundo turno.
Estes fatores poderão contribuir para isso:
1) Pela primeira vez, o candidato do PSDB não terá o maior tempo de TV e rádio. Esse benefício ficará com a oposição. Sem contar os demais candidatos, Paulo Skaf (PMDB) e Alexandre Padilha (PT), juntos, terão metade do horário eleitoral.
A tabela abaixo compara o tempo de TV e rádio de 2010 com o de 2014. Alckmin perdeu 31% tempo de TV que tinha em 2010, ou seja, 2 minutos a menos. O candidato do PT ficou estável, já que ganhou 6 segundos. O grande beneficiado foi Skaf: cresceu quase 4 minutos.
Fonte: TRE/SP
2) No plano federal, o tempo de TV e rádio é outro problema para os tucanos. Dilma Rousseff terá 11 min23s, Aécio Neves, 4 min33s e Eduardo Campos, 1 min54 s.
Em relação à eleição de 2010, Dilma terá 47s a mais na TV, Aécio perderá 2min42s e Eduardo ganhará aproximadamente 30 segundos.
As perdas de tempo de TV no Brasil e no Estado de São Paulo não decidem a eleição, mas dificultarão os ataques de Alckmin aos adversários. E o contra ataque pode ser mortal. Se o tempo de Dilma for usado, por exemplo, para lembrar o propinoduto tucano pode ter um efeito importante para equilibrar a discussão da ética, assim como na disputa paulista.
3) Outro aspecto pouco mencionado é a queda do voto cristalizado, espontâneo, em Alckmin. Segundo a última pesquisa Datafolha, esse voto caiu de 19% para 10%. A pesquisa em que ele obteve 19% foi feita no momento em que ocorriam as inserções publicitárias do PSDB. A mais recente dá 15%. Um sinal que a eleição paulista está em aberto.
Roberto Toledo, articulista do Estadão, no artigo Frankenstein eleitoral, chama a atenção para um dado interessante: metade dos eleitores petistas ainda vota em Alckmin, mas isso deve se reverter e pode empurrar a eleição para o segundo turno.
4) Outro aspecto importante é o voto em Lula. Representa mais de um quarto dos votos dos paulistas, o que pode, em tese, levar a eleição para segundo turno, já que provavelmente contribuirá para a subida de Padilha.
5) Ainda devemos levar em conta as candidaturas ao Senado. José Serra (PSDB) terá 2 min19 s de TV, Eduardo Suplicy, 2min5s, e Gilberto Kassab, 2min52s. Já para deputado federal os partidos com Skaf terão 6min10s, PT-PCdoB, 3min45s, e PSDB-DEM-PPS, 2min57s.
As pesquisas apontam praticamente empate entre Serra (33%) e Suplicy (29%). Kassab está com 7%, mas terá mais exposição. Provavelmente com maior exposição Kassab deverá subir e tirar votos de Serra, o que pode beneficiar Suplicy, especialmente agora que Marina Silva (Rede) declarou apoio à sua candidatura.
6) Além disso, a coligação de Alckmin perdeu 95 candidatos a deputado estadual entre 2010 e 2014. Houve redução de 10% nas candidaturas do PSDB, 36% nas do DEM e 70% do PPS. Mas, mesmo assim, Alckmin terá o apoio de 669 candidatos.
Skaf terá o apoio de 265 candidatos. Um crescimento de 30% frente a 2010, com destaque ao crescimento de 46% do PMDB.
Já Padilha terá apoio de 247 candidatos. Um crescimento de quase 31%, com destaque para o crescimento do PR (+229%), PC do B (+17%) e PT (6%).
7) Não devemos esquecer também que, em 2010, não houve segundo turno por 50 mil votos e as manipulações das pesquisas ajudaram. Só faltando dois dias para a eleição o Datafolha apontou a possibilidade de segundo turno, quando outras pesquisas já haviam apontado esta possibilidade antes.
8) Outro fator que pode contribuir para a eleição ir para segundo turno são as brigas intestinas do PSDB. Aécio e Alckmin só estão unidos nas fotos, como mostra a jornalista Julia Dualibi. Isso sem falar de Serra, que só pensa nele.
Neste cenário, a campanha do PSDB paulista deverá sofrer um bombardeio oposicionista em dois pontos bem sensíveis: os casos de corrupção, notadamente no Metrô e CPTM, e no setor elétrico com o caso de Robson Marinho; e a falta de água, que poderá se agravar próximo ao auge do período eleitoral, especialmente no interior paulista.
Para complicar ainda mais a situação de Alckmin, a Siemens deverá entregar em agosto ao Ministério Público as provas contra o governo estadual em relação à corrupção no Metrô e na CPTM.
Por tudo isso é muito provável haver segundo turno nas eleições do maior estado da federação.
Com base nas pesquisas das últimas semanas, muitos acham que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) será reeleito no primeiro turno.
O cenário eleitoral, porém, caminha para um provável segundo turno.
Estes fatores poderão contribuir para isso:
1) Pela primeira vez, o candidato do PSDB não terá o maior tempo de TV e rádio. Esse benefício ficará com a oposição. Sem contar os demais candidatos, Paulo Skaf (PMDB) e Alexandre Padilha (PT), juntos, terão metade do horário eleitoral.
A tabela abaixo compara o tempo de TV e rádio de 2010 com o de 2014. Alckmin perdeu 31% tempo de TV que tinha em 2010, ou seja, 2 minutos a menos. O candidato do PT ficou estável, já que ganhou 6 segundos. O grande beneficiado foi Skaf: cresceu quase 4 minutos.
Fonte: TRE/SP
2) No plano federal, o tempo de TV e rádio é outro problema para os tucanos. Dilma Rousseff terá 11 min23s, Aécio Neves, 4 min33s e Eduardo Campos, 1 min54 s.
Em relação à eleição de 2010, Dilma terá 47s a mais na TV, Aécio perderá 2min42s e Eduardo ganhará aproximadamente 30 segundos.
As perdas de tempo de TV no Brasil e no Estado de São Paulo não decidem a eleição, mas dificultarão os ataques de Alckmin aos adversários. E o contra ataque pode ser mortal. Se o tempo de Dilma for usado, por exemplo, para lembrar o propinoduto tucano pode ter um efeito importante para equilibrar a discussão da ética, assim como na disputa paulista.
3) Outro aspecto pouco mencionado é a queda do voto cristalizado, espontâneo, em Alckmin. Segundo a última pesquisa Datafolha, esse voto caiu de 19% para 10%. A pesquisa em que ele obteve 19% foi feita no momento em que ocorriam as inserções publicitárias do PSDB. A mais recente dá 15%. Um sinal que a eleição paulista está em aberto.
Roberto Toledo, articulista do Estadão, no artigo Frankenstein eleitoral, chama a atenção para um dado interessante: metade dos eleitores petistas ainda vota em Alckmin, mas isso deve se reverter e pode empurrar a eleição para o segundo turno.
4) Outro aspecto importante é o voto em Lula. Representa mais de um quarto dos votos dos paulistas, o que pode, em tese, levar a eleição para segundo turno, já que provavelmente contribuirá para a subida de Padilha.
5) Ainda devemos levar em conta as candidaturas ao Senado. José Serra (PSDB) terá 2 min19 s de TV, Eduardo Suplicy, 2min5s, e Gilberto Kassab, 2min52s. Já para deputado federal os partidos com Skaf terão 6min10s, PT-PCdoB, 3min45s, e PSDB-DEM-PPS, 2min57s.
As pesquisas apontam praticamente empate entre Serra (33%) e Suplicy (29%). Kassab está com 7%, mas terá mais exposição. Provavelmente com maior exposição Kassab deverá subir e tirar votos de Serra, o que pode beneficiar Suplicy, especialmente agora que Marina Silva (Rede) declarou apoio à sua candidatura.
6) Além disso, a coligação de Alckmin perdeu 95 candidatos a deputado estadual entre 2010 e 2014. Houve redução de 10% nas candidaturas do PSDB, 36% nas do DEM e 70% do PPS. Mas, mesmo assim, Alckmin terá o apoio de 669 candidatos.
Skaf terá o apoio de 265 candidatos. Um crescimento de 30% frente a 2010, com destaque ao crescimento de 46% do PMDB.
Já Padilha terá apoio de 247 candidatos. Um crescimento de quase 31%, com destaque para o crescimento do PR (+229%), PC do B (+17%) e PT (6%).
7) Não devemos esquecer também que, em 2010, não houve segundo turno por 50 mil votos e as manipulações das pesquisas ajudaram. Só faltando dois dias para a eleição o Datafolha apontou a possibilidade de segundo turno, quando outras pesquisas já haviam apontado esta possibilidade antes.
8) Outro fator que pode contribuir para a eleição ir para segundo turno são as brigas intestinas do PSDB. Aécio e Alckmin só estão unidos nas fotos, como mostra a jornalista Julia Dualibi. Isso sem falar de Serra, que só pensa nele.
Neste cenário, a campanha do PSDB paulista deverá sofrer um bombardeio oposicionista em dois pontos bem sensíveis: os casos de corrupção, notadamente no Metrô e CPTM, e no setor elétrico com o caso de Robson Marinho; e a falta de água, que poderá se agravar próximo ao auge do período eleitoral, especialmente no interior paulista.
Para complicar ainda mais a situação de Alckmin, a Siemens deverá entregar em agosto ao Ministério Público as provas contra o governo estadual em relação à corrupção no Metrô e na CPTM.
Por tudo isso é muito provável haver segundo turno nas eleições do maior estado da federação.
0 comentários:
Postar um comentário