Por Bepe Damasco, em seu blog:
De um lado, a mídia partidarizada já se esforça para respingar na presidenta Dilma os efeitos do fracasso histórico da seleção brasileira dentro do campo (a capa do lixo jornalístico chamado Veja deste fim de semana aposta suas fichas nisso). Do outro, alguns acadêmicos, analistas de pesquisas e militantes da esquerda desprezam o impacto do vexame futebolístico brasileiro nas eleições, quase sempre usando o argumento de que o eleitorado sabe muito bem separar as coisas, a exemplo das últimas Copas, nas quais o resultado das urnas não guardou relação com o das quatro linhas. Nem tanto ao céu nem tanto à terra. Acho até que o mau humor causado pelo vexame do time de Felipão pode se refletir negativamente nas intenções de voto em Dilma nas próximas pesquisas. Dificilmente, contudo, uma radiografia do estado de espírito da população feita neste momento de dor e frustração irá perdurar pelos próximos três meses.
Só depois de um período de decantação desse sentimento será possível avaliar de forma mais precisa esse fenômeno. No entanto, julgo já ser possível fazer algumas considerações sobre tendências, inclinações e possibilidades. Umas mais objetivas e baseadas em fatos. Outras, marcadas por uma grau de subjetividade imposto por um acontecimento que jamais figurou entre os elementos de uma conjuntura eleitoral : a humilhação de um dos orgulhos nacionais, a seleção brasileira de futebol, numa Copa realizada no Brasil.
Começo por um dado concreto : o sucesso retumbante da Copa do Mundo no Brasil, reconhecido amplamente pela mídia internacional, e até pelo envergonhado Partido da Imprensa Golpista, é o fato mais importante que emerge do desafio brasileiro de organizar um evento da envergadura de uma Copa. Deu-se o inverso do profetizado pelas aves de rapina do monopólio midiático desde 2007. Os aeroportos funcionaram, o transporte público foi capaz de levar e trazer as pessoas dos estádios em paz e não se tem notícia de um problema relevante sequer nos estádios, até então vistos pela mídia como um perigo iminente para os frequentadores, dado a pressa com que foram construídos.
Sem falar no congraçamento entre as torcidas de todos os países que disputaram a Copa e o povo brasileiro, a qualidade do futebol apresentado, que produziu jogos emocionantes e com média extraordinária de gols, além da festa tingida de vários cores e expressada em muitos idiomas que tomou conta do país. O sonho de realizar a Copa das Copas tornou-se realidade.
Parabéns à presidenta Dilma que, mesmo no auge da campanha descerebrada contra a Copa, teimou em dizer que faríamos a Copa das Copas. Deu gosto de ver nesta sexta-feira o presidente do Comitê Olímpico Internacional dizer em entrevista coletiva no Rio que o Brasil mostrou ao mundo sua capacidade admirável de realizar grandes eventos. Manifestou também sua convicção de que esse sucesso estrondoso se repetirá na Rio 2016. Isso não tem preço. É só lembrar da postura arrogante e pessimista adotada pelo COI em relação aos Jogos Olímpicos do Rio até um mês atrás.
Por tudo isso, penso que, se bem trabalhado pelo marketing político da candidatura da presidenta Dilma, o sucesso da Copa terá peso considerável na eleição. Entretanto, todas as análises que apontam para uma nítida tendência história de o eleitorado brasileiro não permitir que o futebol interfira em suas decisões políticas esbarra em dois fatores : 1) Desta vez, a Copa aconteceu na nossa casa; 2) Nunca, em mais de 100 anos de história, e muito menos numa Copa, a seleção brasileira sofrera derrota tão aterradora, implacável e vergonhosa, como os 7 x 1 para a Alemanha.
Ou seja, não foi uma derrota qualquer, mas sim uma tragédia esportiva de proporções gigantescas. Trata-se de resultado a ser lembrado, analisado e lamentado pelos próximos 100 anos. Claro que o 8 de julho do Mineirão afeta a autoestima do povo do país do futebol, além de agravar o mau humor tão cultivado pela velha mídia na Era Lula/Dilma.
Portanto, é possível que esse mau humor se reflita nas próximas pesquisas eleitorais, com a queda nas intenções de voto de Dilma. O tamanho do estrago é difícil prever Os amigos com quem tenho conversado a respeito têm rechaçado essa possibilidade. Apostam na capacidade do eleitor de separar o joio do trigo. Também acho que isso vai acabar acontecendo. Mas com o passar do tempo e o decorrer da campanha, na qual Dilma terá tempo privilegiado no rádio e na TV para capitalizar o sucesso da Copa e, sobretudo, comparar os avanços e conquistas dos últimos 12 anos com os oito anos do PSDB no governo. Por hora, é preciso sangue frio e cabeça no lugar para enfrentar a tempestade que se forma no horizonte, pois tudo indica que terá a duração de uma chuva de verão.
De um lado, a mídia partidarizada já se esforça para respingar na presidenta Dilma os efeitos do fracasso histórico da seleção brasileira dentro do campo (a capa do lixo jornalístico chamado Veja deste fim de semana aposta suas fichas nisso). Do outro, alguns acadêmicos, analistas de pesquisas e militantes da esquerda desprezam o impacto do vexame futebolístico brasileiro nas eleições, quase sempre usando o argumento de que o eleitorado sabe muito bem separar as coisas, a exemplo das últimas Copas, nas quais o resultado das urnas não guardou relação com o das quatro linhas. Nem tanto ao céu nem tanto à terra. Acho até que o mau humor causado pelo vexame do time de Felipão pode se refletir negativamente nas intenções de voto em Dilma nas próximas pesquisas. Dificilmente, contudo, uma radiografia do estado de espírito da população feita neste momento de dor e frustração irá perdurar pelos próximos três meses.
Só depois de um período de decantação desse sentimento será possível avaliar de forma mais precisa esse fenômeno. No entanto, julgo já ser possível fazer algumas considerações sobre tendências, inclinações e possibilidades. Umas mais objetivas e baseadas em fatos. Outras, marcadas por uma grau de subjetividade imposto por um acontecimento que jamais figurou entre os elementos de uma conjuntura eleitoral : a humilhação de um dos orgulhos nacionais, a seleção brasileira de futebol, numa Copa realizada no Brasil.
Começo por um dado concreto : o sucesso retumbante da Copa do Mundo no Brasil, reconhecido amplamente pela mídia internacional, e até pelo envergonhado Partido da Imprensa Golpista, é o fato mais importante que emerge do desafio brasileiro de organizar um evento da envergadura de uma Copa. Deu-se o inverso do profetizado pelas aves de rapina do monopólio midiático desde 2007. Os aeroportos funcionaram, o transporte público foi capaz de levar e trazer as pessoas dos estádios em paz e não se tem notícia de um problema relevante sequer nos estádios, até então vistos pela mídia como um perigo iminente para os frequentadores, dado a pressa com que foram construídos.
Sem falar no congraçamento entre as torcidas de todos os países que disputaram a Copa e o povo brasileiro, a qualidade do futebol apresentado, que produziu jogos emocionantes e com média extraordinária de gols, além da festa tingida de vários cores e expressada em muitos idiomas que tomou conta do país. O sonho de realizar a Copa das Copas tornou-se realidade.
Parabéns à presidenta Dilma que, mesmo no auge da campanha descerebrada contra a Copa, teimou em dizer que faríamos a Copa das Copas. Deu gosto de ver nesta sexta-feira o presidente do Comitê Olímpico Internacional dizer em entrevista coletiva no Rio que o Brasil mostrou ao mundo sua capacidade admirável de realizar grandes eventos. Manifestou também sua convicção de que esse sucesso estrondoso se repetirá na Rio 2016. Isso não tem preço. É só lembrar da postura arrogante e pessimista adotada pelo COI em relação aos Jogos Olímpicos do Rio até um mês atrás.
Por tudo isso, penso que, se bem trabalhado pelo marketing político da candidatura da presidenta Dilma, o sucesso da Copa terá peso considerável na eleição. Entretanto, todas as análises que apontam para uma nítida tendência história de o eleitorado brasileiro não permitir que o futebol interfira em suas decisões políticas esbarra em dois fatores : 1) Desta vez, a Copa aconteceu na nossa casa; 2) Nunca, em mais de 100 anos de história, e muito menos numa Copa, a seleção brasileira sofrera derrota tão aterradora, implacável e vergonhosa, como os 7 x 1 para a Alemanha.
Ou seja, não foi uma derrota qualquer, mas sim uma tragédia esportiva de proporções gigantescas. Trata-se de resultado a ser lembrado, analisado e lamentado pelos próximos 100 anos. Claro que o 8 de julho do Mineirão afeta a autoestima do povo do país do futebol, além de agravar o mau humor tão cultivado pela velha mídia na Era Lula/Dilma.
Portanto, é possível que esse mau humor se reflita nas próximas pesquisas eleitorais, com a queda nas intenções de voto de Dilma. O tamanho do estrago é difícil prever Os amigos com quem tenho conversado a respeito têm rechaçado essa possibilidade. Apostam na capacidade do eleitor de separar o joio do trigo. Também acho que isso vai acabar acontecendo. Mas com o passar do tempo e o decorrer da campanha, na qual Dilma terá tempo privilegiado no rádio e na TV para capitalizar o sucesso da Copa e, sobretudo, comparar os avanços e conquistas dos últimos 12 anos com os oito anos do PSDB no governo. Por hora, é preciso sangue frio e cabeça no lugar para enfrentar a tempestade que se forma no horizonte, pois tudo indica que terá a duração de uma chuva de verão.
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