Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:
No âmbito da informação inexplicável de que, segundo o instituto Datafolha, 53% dos paulistanos culpam Dilma Rousseff e Fernando Haddad pela falta de água em SP, mas consideram que Geraldo Alckmin não tem culpa alguma, a aceitação dos paulistas a todo sofrimento que o governo tucano lhes impõe revela uma relação espantosa entre o governante e os governados.
Daqui a três anos, onze meses e 26 dias, completar-se-ão VINTE E QUATRO ANOS de governos do PSDB em São Paulo. Nesse período, a situação no Estado degradou-se a olhos vistos, sobretudo do ponto de vista econômico. Mas, com o perdão pelo trocadilho, a aceitação bovina pelos paulistas dos problemas advindos da incúria do governo estadual na questão da distribuição de água fez essa relação quase sadomasoquista atingir o fundo do poço.
Geraldo Alckmin acaba de declarar que “na prática [o racionamento de água] já ocorre desde o ano passado”. O comentário foi feito pelo governador paulista ao ser inquirido sobre a decisão da Justiça que o proibiu de multar em até 100% o consumidor que aumentar em 20% o consumo em relação à média (questionável) arbitrada pelo governo do Estado.
A proibição judicial decorreu da lei federal 11.445/207, a Lei do Saneamento, que exige a adoção de racionamento oficial pelos governos estaduais para que possam multar os consumidores por excesso de consumo, premissa que, por si só, constitui um contrassenso – consumidores são multados por consumir.
Ainda assim, o bom e velho aparelhamento da Justiça paulista pelo PSDB ao longo desse quase um quarto de século de poder do partido em São Paulo, mais uma vez rendeu frutos aos tucanos. Decisão do ultra tucano presidente do TJ-SP, José Renato Nalini, anulou decisão de primeira instância que, seguindo a lei, exigia a decretação de racionamento para que os consumidores paulistas fossem multados.
Eis que Alckmin aparece na tevê esbofeteando a população ao dizer que há racionamento, mas não há. Durante a tarde de quarta-feira 14, os portais de internet divulgaram que o governador paulista havia admitido, pela primeira vez, que São Paulo vive racionamento de água. À noite, nos telejornais, porém, ele diz que não há racionamento, mas “restrição hídrica”.
O mais revoltante é que o tucano joga para a esfera federal a responsabilidade pelo racionamento que existe, mas que ele não admite. Sua vergonhosa declaração textual sobre o assunto, é a seguinte:
Como se a redução na pressão da água pela Sabesp, que vem deixando os paulistanos na seca, tivesse tido início com alguma decisão da Agência Nacional de Água. E como se o aumento do período de redução na pressão, que vem por aí, não fosse racionamento.
Mas Alckmin, ao mesmo tempo em que diz que há racionamento para poder multar o povo que o apoia com tanto masoquismo, diz que não há racionamento porque a Sabesp “só” reduz a pressão da água, não fecha os registros, ainda que o resultado, para o consumidor, seja o mesmo: falta de água na torneira.
Vale lembrar que quem ingressou com ação judicial contra o racionamento tucano foi a associação de consumidores Proteste e essa associação deverá recorrer ao STJ da decisão do partidarizado TJ-SP e, assim, é bem possível que a decisão em tela, de permitir a cobrança de multa sem decretação de racionamento, seja reformada.
Seja como for, a Proteste informa a extensão dos danos ao consumidor paulista.
Pessoas razoavelmente racionais e minimamente alfabetizadas deveriam lembrar do que o governador tucano disse sobre racionamento que, agora, diz que existe, pero no mucho. Abaixo, algumas matérias da grande mídia tucana na qual, durante a campanha eleitoral em que se reelegeu, Alckmin garantiu que não haveria racionamento.
Como mostra o último parágrafo da matéria do portal G1, da Globo, o Ministério Público havia recomendado que o governo do Estado decretasse racionamento, o que poderia evitar que São Paulo chegasse à situação limite a que está chegando. Porém, em plena campanha eleitoral, Alckmin conseguiu convencer os paulistas de que não seria necessário racionamento.
Não é a primeira vez que os tucanos aplicam um estelionato eleitoral de grande magnitude. Em 1998, por exemplo, Fernando Henrique Cardoso afirmou que se fosse reeleito não haveria desvalorização do real. Dois anos depois garantiu que não haveria racionamento de energia. Enfim, estelionato eleitoral é com o PSDB.
Enquanto vimos essa mídia calhorda acusar Dilma de “estelionato eleitoral” por aumentar a gasolina em 3% em novembro último, assim como aumentou em novembro de 2013, espere sentado, leitor, que esses trapaceiros dessa organização criminosa que se diz “imprensa” venha a acusar o governador tucano de “estelionato eleitoral”.
*****
PS: minha quarta filha, de 16 anos, é portadora de paralisia cerebral e, por isso, alimenta-se e ingere água por um orifício feito cirurgicamente no abdome, chamado “gastrostomia”. Devido ao seu quadro, é muito suscetível a infecções. Na quarta-feira 14, descobriu-se que ela tem uma infecção estomacal causada pela água do filtro de minha residência, que não foi capaz de purificar o esgoto que o governo tucano de São Paulo despeja nas torneiras paulistanas.
Daqui a três anos, onze meses e 26 dias, completar-se-ão VINTE E QUATRO ANOS de governos do PSDB em São Paulo. Nesse período, a situação no Estado degradou-se a olhos vistos, sobretudo do ponto de vista econômico. Mas, com o perdão pelo trocadilho, a aceitação bovina pelos paulistas dos problemas advindos da incúria do governo estadual na questão da distribuição de água fez essa relação quase sadomasoquista atingir o fundo do poço.
Geraldo Alckmin acaba de declarar que “na prática [o racionamento de água] já ocorre desde o ano passado”. O comentário foi feito pelo governador paulista ao ser inquirido sobre a decisão da Justiça que o proibiu de multar em até 100% o consumidor que aumentar em 20% o consumo em relação à média (questionável) arbitrada pelo governo do Estado.
A proibição judicial decorreu da lei federal 11.445/207, a Lei do Saneamento, que exige a adoção de racionamento oficial pelos governos estaduais para que possam multar os consumidores por excesso de consumo, premissa que, por si só, constitui um contrassenso – consumidores são multados por consumir.
Ainda assim, o bom e velho aparelhamento da Justiça paulista pelo PSDB ao longo desse quase um quarto de século de poder do partido em São Paulo, mais uma vez rendeu frutos aos tucanos. Decisão do ultra tucano presidente do TJ-SP, José Renato Nalini, anulou decisão de primeira instância que, seguindo a lei, exigia a decretação de racionamento para que os consumidores paulistas fossem multados.
Eis que Alckmin aparece na tevê esbofeteando a população ao dizer que há racionamento, mas não há. Durante a tarde de quarta-feira 14, os portais de internet divulgaram que o governador paulista havia admitido, pela primeira vez, que São Paulo vive racionamento de água. À noite, nos telejornais, porém, ele diz que não há racionamento, mas “restrição hídrica”.
O mais revoltante é que o tucano joga para a esfera federal a responsabilidade pelo racionamento que existe, mas que ele não admite. Sua vergonhosa declaração textual sobre o assunto, é a seguinte:
Como se a redução na pressão da água pela Sabesp, que vem deixando os paulistanos na seca, tivesse tido início com alguma decisão da Agência Nacional de Água. E como se o aumento do período de redução na pressão, que vem por aí, não fosse racionamento.
Mas Alckmin, ao mesmo tempo em que diz que há racionamento para poder multar o povo que o apoia com tanto masoquismo, diz que não há racionamento porque a Sabesp “só” reduz a pressão da água, não fecha os registros, ainda que o resultado, para o consumidor, seja o mesmo: falta de água na torneira.
Vale lembrar que quem ingressou com ação judicial contra o racionamento tucano foi a associação de consumidores Proteste e essa associação deverá recorrer ao STJ da decisão do partidarizado TJ-SP e, assim, é bem possível que a decisão em tela, de permitir a cobrança de multa sem decretação de racionamento, seja reformada.
Seja como for, a Proteste informa a extensão dos danos ao consumidor paulista.
Pessoas razoavelmente racionais e minimamente alfabetizadas deveriam lembrar do que o governador tucano disse sobre racionamento que, agora, diz que existe, pero no mucho. Abaixo, algumas matérias da grande mídia tucana na qual, durante a campanha eleitoral em que se reelegeu, Alckmin garantiu que não haveria racionamento.
Como mostra o último parágrafo da matéria do portal G1, da Globo, o Ministério Público havia recomendado que o governo do Estado decretasse racionamento, o que poderia evitar que São Paulo chegasse à situação limite a que está chegando. Porém, em plena campanha eleitoral, Alckmin conseguiu convencer os paulistas de que não seria necessário racionamento.
Não é a primeira vez que os tucanos aplicam um estelionato eleitoral de grande magnitude. Em 1998, por exemplo, Fernando Henrique Cardoso afirmou que se fosse reeleito não haveria desvalorização do real. Dois anos depois garantiu que não haveria racionamento de energia. Enfim, estelionato eleitoral é com o PSDB.
Enquanto vimos essa mídia calhorda acusar Dilma de “estelionato eleitoral” por aumentar a gasolina em 3% em novembro último, assim como aumentou em novembro de 2013, espere sentado, leitor, que esses trapaceiros dessa organização criminosa que se diz “imprensa” venha a acusar o governador tucano de “estelionato eleitoral”.
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PS: minha quarta filha, de 16 anos, é portadora de paralisia cerebral e, por isso, alimenta-se e ingere água por um orifício feito cirurgicamente no abdome, chamado “gastrostomia”. Devido ao seu quadro, é muito suscetível a infecções. Na quarta-feira 14, descobriu-se que ela tem uma infecção estomacal causada pela água do filtro de minha residência, que não foi capaz de purificar o esgoto que o governo tucano de São Paulo despeja nas torneiras paulistanas.
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