Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
O “parecer” do advogado de Fernando Henrique Cardoso foi – ainda que antes da hora – como aquela colher do caldo que se tira da panela para ver se o cozido já está “no ponto”.
O que cozinha, já ficou claro, é o governo – sempre é bom repetir, eleito pelo voto popular – de Dilma Roussef.
É verdade que foi posto a cozinhar faz tempo, mas – passadas as férias de janeiro, porque ninguém é de ferro – o fogo foi, como era esperado, levantado e arde em volta do panelão como uma fogueira.
Era esperado, aliás, por todos, talvez menos pela senhora Presidente, que deixou de aproveitar a força de um governo que se reinstala para criar um mecanismo de freios e contrapesos que tornasse a situação política, ao menos, equilibrada.
Achou, talvez, que dar o ministério da Fazenda a Joaquim Levy bastaria para a acalmar a matilha.
Embora aqui e ali com medidas corretas – e um lote de tolices junto e misturado – os sinais foram claros, quase uma promessa de que terão todas as políticas que desejam.
Mas isso é inútil.
Não percebeu que o que a matilha deseja não é um ministério, ela quer o governo que não consegue agarrar pela boca das urnas, tal e qual sempre ocorreu, neste país, com a UDN.
Dilma sumiu-se, calou-se e dá a todos a impressão de que está aturdida.
Embora, a si mesma, possa estar vendo como estóica.
O meu caro Ricardo Kotscho, a quem a natureza pessoal e o tempo impedem análises radicais e imprudentes, diz hoje, com toda a razão:
Isolada, atônita, encurralada, sem rumo e sem base parlamentar sólida nem apoio social, contestada até dentro do seu próprio partido, como estará se sentindo neste momento a cidadã Dilma Rousseff, que faz apenas três meses foi reeleita presidente por mais quatro anos? Ou, o que seria ainda mais grave, será que ela ainda não se deu conta do tamanho da encrenca em que se meteu?
Nem ela, nem o PT, que pela sua natureza pequeno-burguesa, não consegue entender que as “instituições republicanas”, no Brasil, refletem a república excludente, elitista e, mais do que nunca nestes tempos, regida pela mídia dominante.
Ou será que não acreditam que, desta vez, as tropas inimigas de um projeto progressista e socialmente justo de Brasil não vão parar, como fizeram os americanos na primeira “Tempestade no Deserto”, às portas de Bagdá?
Que desta vez o alvo estratégico, mais do que ela, é Lula.
É impressionante a falta de reação, inclusive à “porta aberta” que se tornou o seu próprio gabinete, no qual as (in)decisões são tomadas diante da reportagem da Folha, o que reduz, se é que não aniquila, a eficácia que possam ter as mudanças.
Porque quem irá se apresentar para estancar a crise imposta ao Governo se, até ao ser lembrado, já enfrenta contestação de grupos palacianos ou, até, para usar a expressão dos jornais, “resistências” da própria chefe do Governo?
Lamento ter de voltar ao texto do Kotscho:
“É duro e triste ter que escrever isso sobre um governo que ajudei a eleger com meu voto, mas é a realidade.”
O “parecer” do advogado de Fernando Henrique Cardoso foi – ainda que antes da hora – como aquela colher do caldo que se tira da panela para ver se o cozido já está “no ponto”.
O que cozinha, já ficou claro, é o governo – sempre é bom repetir, eleito pelo voto popular – de Dilma Roussef.
É verdade que foi posto a cozinhar faz tempo, mas – passadas as férias de janeiro, porque ninguém é de ferro – o fogo foi, como era esperado, levantado e arde em volta do panelão como uma fogueira.
Era esperado, aliás, por todos, talvez menos pela senhora Presidente, que deixou de aproveitar a força de um governo que se reinstala para criar um mecanismo de freios e contrapesos que tornasse a situação política, ao menos, equilibrada.
Achou, talvez, que dar o ministério da Fazenda a Joaquim Levy bastaria para a acalmar a matilha.
Embora aqui e ali com medidas corretas – e um lote de tolices junto e misturado – os sinais foram claros, quase uma promessa de que terão todas as políticas que desejam.
Mas isso é inútil.
Não percebeu que o que a matilha deseja não é um ministério, ela quer o governo que não consegue agarrar pela boca das urnas, tal e qual sempre ocorreu, neste país, com a UDN.
Dilma sumiu-se, calou-se e dá a todos a impressão de que está aturdida.
Embora, a si mesma, possa estar vendo como estóica.
O meu caro Ricardo Kotscho, a quem a natureza pessoal e o tempo impedem análises radicais e imprudentes, diz hoje, com toda a razão:
Isolada, atônita, encurralada, sem rumo e sem base parlamentar sólida nem apoio social, contestada até dentro do seu próprio partido, como estará se sentindo neste momento a cidadã Dilma Rousseff, que faz apenas três meses foi reeleita presidente por mais quatro anos? Ou, o que seria ainda mais grave, será que ela ainda não se deu conta do tamanho da encrenca em que se meteu?
Nem ela, nem o PT, que pela sua natureza pequeno-burguesa, não consegue entender que as “instituições republicanas”, no Brasil, refletem a república excludente, elitista e, mais do que nunca nestes tempos, regida pela mídia dominante.
Ou será que não acreditam que, desta vez, as tropas inimigas de um projeto progressista e socialmente justo de Brasil não vão parar, como fizeram os americanos na primeira “Tempestade no Deserto”, às portas de Bagdá?
Que desta vez o alvo estratégico, mais do que ela, é Lula.
É impressionante a falta de reação, inclusive à “porta aberta” que se tornou o seu próprio gabinete, no qual as (in)decisões são tomadas diante da reportagem da Folha, o que reduz, se é que não aniquila, a eficácia que possam ter as mudanças.
Porque quem irá se apresentar para estancar a crise imposta ao Governo se, até ao ser lembrado, já enfrenta contestação de grupos palacianos ou, até, para usar a expressão dos jornais, “resistências” da própria chefe do Governo?
Lamento ter de voltar ao texto do Kotscho:
“É duro e triste ter que escrever isso sobre um governo que ajudei a eleger com meu voto, mas é a realidade.”
2 comentários:
Isso é posição de quem acredita em ditadores e reis. É hora de luta. Essas "análises" são de oposição.
Assim como ocorreu nas eleições, quando Dilma esperou o momento certo para bater em cada um dos adversários, acredito que o mesmo ocorra agora. Enquanto silencia, elabora o ataque pontual, ácido, na veia. Ela ainda tem gordura pra queimar, então absorve os golpes covardes. Logo virá - cirurgicamente - o arregaço que fará os vendilhões do templo oposicionistas caírem como gotas de chuva.
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