Por Luiz Carlos Azenha, no blog Viomundo:
Marta descobriu que o PT traiu os brasileiros. Com uma “avalanche de corrupção”. Mas ela só fez a descoberta entre o mensalão e o petrolão. “Se você não estava ali naquela meia dúzia, você não sabia”, afirma a ex-prefeita na entrevista que deu às páginas amarelas da revista Veja.
Mas, quando foi mesmo que ela descobriu a verdade? Ah, sim, depois de não ter o seu nome nem cogitado para a corrida ao governo de São Paulo em 2014, “embora eu tivesse 30% das intenções de voto”. Foi aí que ela viu a luz.
Marta acha Dilma uma péssima presidente. O entrevistador da revista, bem ao estilo Veja, ataca de leading question e aproveita para encaixar sua conclusão na pergunta: “É ruim também pelo fato de ter uma mulher na Presidência e que não deu certo”.
Marta é profissional, não vai cair numa pergunta ensaboada como esta sendo mulher. “A sensibilidade do gênero feminino faz a diferença na hora de governar. São séculos e séculos cuidando de crianças, dos velhos e dos doentes. A Dilma tem essa sensibilidade, mas o temperamento prevaleceu sobre ela”. Boa, Marta!
Marta não pode dizer que saiu do PT porque não tinha mais espaço no partido, desde que não se reelegeu prefeita e foi em seguida escanteada por Fernando Haddad. Poderia parecer mero oportunismo político fazê-lo às vésperas da campanha de 2016. “Não estou saindo do PT porque quero ser candidata”, garante. Mas, em seguida, ela faz comparações com Haddad. “Qual a marca dele? Ciclovia? É muito óbvio”, alfineta.
Marta e Veja são igualmente óbvias. A entrevista dela saiu na mesma edição em que a revista tenta pautar a delação premiada de Léo Pinheiro, ex-presidente da empreiteira OAS preso em Curitiba à disposição do juiz Sergio Moro. Pinheiro teria ajudado Lula na reforma de um sítio que não pertence ao ex-presidente, na conclusão de um apartamento em Guarujá e arranjando emprego para o marido de Rosemary Noronha.
Mas, tudo depende de uma delação premiada com a qual Pinheiro ainda não se comprometeu. Veja simplesmente adivinha quais seriam os termos da delação.
Manda um recado nada discreto ao ministro Teori Zavascki, do STF, que preside a turma que poderá dar habeas corpus e livrar da cadeia os executivos presos em Curitiba. Veja publica a foto do ministro na reportagem-denúncia contra Lula com a legenda “para o bem ou para o mal”.
A reportagem seguinte à denúncia contra Lula tem o título “A delação compensa”. Nela, Veja demonstra que Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef se deram bem com as penas recebidas do juiz Sergio Moro. Parece até jogo casado.
Como escrevi acima, Veja é cristalinamente óbvia. Assim como Marta “descobri agora e não saio para disputar eleição” Suplicy.
Marta, em sua entrevista, não fala mal de Lula. Ela sabe que, se falar, pode perder votos na periferia de São Paulo, votos sem os quais jamais conseguiria derrotar Haddad num eventual segundo turno em 2016.
Por outro lado, Marta também precisa dos votos da direita, que até hoje a demonizou.
Por isso, ela explica que deixou o ex-marido Eduardo Suplicy por ter se apaixonado por outro. “Quando não se ama mais alguém, a separação é a saída natural”, pontifica, o que as madames dos Jardins certamente vão entender.
O toque final é dado pela cor do vestido que Marta escolheu para sair na Veja: verde. Compõe muito bem com a cor das página da revista.
Verde-amarelo. É a nova Marta. Obviamente.
Marta descobriu que o PT traiu os brasileiros. Com uma “avalanche de corrupção”. Mas ela só fez a descoberta entre o mensalão e o petrolão. “Se você não estava ali naquela meia dúzia, você não sabia”, afirma a ex-prefeita na entrevista que deu às páginas amarelas da revista Veja.
Mas, quando foi mesmo que ela descobriu a verdade? Ah, sim, depois de não ter o seu nome nem cogitado para a corrida ao governo de São Paulo em 2014, “embora eu tivesse 30% das intenções de voto”. Foi aí que ela viu a luz.
Marta acha Dilma uma péssima presidente. O entrevistador da revista, bem ao estilo Veja, ataca de leading question e aproveita para encaixar sua conclusão na pergunta: “É ruim também pelo fato de ter uma mulher na Presidência e que não deu certo”.
Marta é profissional, não vai cair numa pergunta ensaboada como esta sendo mulher. “A sensibilidade do gênero feminino faz a diferença na hora de governar. São séculos e séculos cuidando de crianças, dos velhos e dos doentes. A Dilma tem essa sensibilidade, mas o temperamento prevaleceu sobre ela”. Boa, Marta!
Marta não pode dizer que saiu do PT porque não tinha mais espaço no partido, desde que não se reelegeu prefeita e foi em seguida escanteada por Fernando Haddad. Poderia parecer mero oportunismo político fazê-lo às vésperas da campanha de 2016. “Não estou saindo do PT porque quero ser candidata”, garante. Mas, em seguida, ela faz comparações com Haddad. “Qual a marca dele? Ciclovia? É muito óbvio”, alfineta.
Marta e Veja são igualmente óbvias. A entrevista dela saiu na mesma edição em que a revista tenta pautar a delação premiada de Léo Pinheiro, ex-presidente da empreiteira OAS preso em Curitiba à disposição do juiz Sergio Moro. Pinheiro teria ajudado Lula na reforma de um sítio que não pertence ao ex-presidente, na conclusão de um apartamento em Guarujá e arranjando emprego para o marido de Rosemary Noronha.
Mas, tudo depende de uma delação premiada com a qual Pinheiro ainda não se comprometeu. Veja simplesmente adivinha quais seriam os termos da delação.
Manda um recado nada discreto ao ministro Teori Zavascki, do STF, que preside a turma que poderá dar habeas corpus e livrar da cadeia os executivos presos em Curitiba. Veja publica a foto do ministro na reportagem-denúncia contra Lula com a legenda “para o bem ou para o mal”.
A reportagem seguinte à denúncia contra Lula tem o título “A delação compensa”. Nela, Veja demonstra que Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef se deram bem com as penas recebidas do juiz Sergio Moro. Parece até jogo casado.
Como escrevi acima, Veja é cristalinamente óbvia. Assim como Marta “descobri agora e não saio para disputar eleição” Suplicy.
Marta, em sua entrevista, não fala mal de Lula. Ela sabe que, se falar, pode perder votos na periferia de São Paulo, votos sem os quais jamais conseguiria derrotar Haddad num eventual segundo turno em 2016.
Por outro lado, Marta também precisa dos votos da direita, que até hoje a demonizou.
Por isso, ela explica que deixou o ex-marido Eduardo Suplicy por ter se apaixonado por outro. “Quando não se ama mais alguém, a separação é a saída natural”, pontifica, o que as madames dos Jardins certamente vão entender.
O toque final é dado pela cor do vestido que Marta escolheu para sair na Veja: verde. Compõe muito bem com a cor das página da revista.
Verde-amarelo. É a nova Marta. Obviamente.
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